Estamos vivendo uma nova revolução industrial com a entrada da Manufatura Avançada. A tecnologia das impressoras 3D, também conhecida como manufatura aditiva, já é uma realidade na indústria brasileira. Antes restrita a simples e pequenas peças, hoje, a impressão na indústria de grande porte está presente em setores como automobilístico, defesa e aviação.

Um relatório da consultoria de inteligência de mercado IDC aponta para um crescimento anual de 24,1% no setor, duplicando os gastos mundiais com impressão 3D até o final da década, prenunciando um movimento de 35 bilhões de dólares em 2020 nesse segmento.

Para Anderson Soares, gerente de território da Stratasys Brasil, as empresas que adotam a tecnologia da impressão 3D podem ter uma redução média de 70% nos custos e de 60% no lead time. “Hoje, com a tecnologia da manufatura aditiva e os materiais avançados que dispomos, consigo imprimir moldes para uma linha de produção de injeção plástica, por exemplo. Posso, ainda, fazer ferramentas que vão desde a linha de produção automobilística até mesmo a peças do setor aeroespacial, tendo a certificação que esses mercados requerem”, afirma.

Recentemente, a montadora Audi apresentou um protótipo em pequena escala de um carro totalmente fabricado com impressoras 3D. Agências espaciais, como a NASA, estão desenvolvendo impressoras que funcionam em microgravidade, tecnologia prioritária para que, no futuro, sejam construídas colônias humanas na Lua ou em Marte. Também há experiências para a produção de alimentos e até mesmo órgãos humanos impressos em 3D.

A tecnologia é tão ampla e promissora que entusiastas já preveem que, no futuro, as pessoas poderão imprimir seus móveis e objetos do dia a dia em suas próprias casas.

Veja, a seguir, mais detalhes sobre essa tecnologia e suas vantagens para impressão na indústria. Confira!

A impressão 3D

Apesar de ter ganhado fama mais recentemente, a tecnologia da impressão 3D já existe há mais de 30 anos e, por muito tempo, esteve restrita a poucos setores industriais. Durante esse período, a técnica era utilizada para criação de protótipos para estudo de conceitos e formas. Hoje, a tecnologia começa a revolucionar a indústria, com uma gama maior de materiais imprimíveis e de aplicações.

Em um processo de usinagem tradicional, a fabricação de uma peça consiste na retirada progressiva do cavaco de grandes pedaços metálicos, até alcançar o produto final. Na manufatura aditiva, a partir de um desenho digital, as impressoras 3D constroem a peça sobrepondo finas camadas de polímeros, resinas que simulam o plástico, entre outros produtos, promovendo menos desperdício de material.

No futuro, não será necessário cortar ou dobrar peças de metal, pois alguns materiais da manufatura aditiva podem ser tão resistentes quanto determinadas ligas metálicas ou mesmo o náilon usinado. “Cerca de 90% das ferramentas de alumínio ou náilon que utilizamos hoje podem ser substituídas por uma impressa em termoplástico, equiparando-se em resistência mecânica e térmica”, assegura Anderson.

Alguns materiais plásticos também possuem certificação antichama, antifumaça e atóxica. Eles também são mais ecológicos, podendo ser reciclados.

Vantagens desse tipo de impressão na indústria

Com a popularização da tecnologia, as impressoras 3D têm ficado cada vez mais eficientes e acessíveis, até mesmo para empresas de pequeno e médio portes, que podem contar com máquinas próprias ou mesmo terceirizar esse serviço.

Além de mais rápida, padronizada e eficiente que a fabricação tradicional, a impressão na indústria pode ser mais barata. A manufatura aditiva também promove a redução de custos com transporte e armazenamento de peças ou ferramentas. Os itens ficam armazenados em computadores e podem ser impressos no momento em que se tornam necessários, sem a necessidade de moldes ou ferramental específico. Quanto às máquinas impressoras, elas podem ser instaladas em qualquer lugar e compor microfábricas mais próximas do cliente final.

A manufatura aditiva na indústria promove, ainda, a liberdade no desenho de peças. Em um centro de usinagem tradicional, nem sempre é possível fabricar peças com geometrias complexas, devido a limitações físicas do processo de usinagem. Muitas empresas adotaram a impressão 3D justamente para produzir peças que eram impossíveis ou difíceis de serem fabricadas na usinagem. Na manufatura aditiva não existe essa limitação. É possível imprimir qualquer coisa, mesmo os itens mais complexos – e sem a necessidade de impressão em grande volume.

Outra vantagem é a manufatura de ferramentas. Quando ocorre a quebra ou desgaste de alguma ferramenta, normalmente, a empresa precisa aguardar todo o procedimento de cotação, compra, fabricação e entrega da peça, um processo que pode demorar até 60 dias. “Quando a empresa adota a manufatura aditiva internamente, esse processo é muito mais curto. A partir do momento em que é decidido que determinada ferramenta é necessária, pode-se fazer rapidamente o desenho e, do dia para noite, a ferramenta passa a ser impressa e ficar disponível para a linha de produção”, defende Soares.

Além disso, sendo metálica ou de náilon usinado, a ferramenta fabricada na manufatura tradicional é muito pesada. Quando impressa em 3D, além de ter a resistência mecânica e térmica que a indústria necessita, ajuda na eliminação de peso e na ergonomia do operador. Uma ferramenta que antes pesava 5 kg pode ser substituída por uma impressa de apenas 400 gramas, afirma o especialista da Stratasys.

A tecnologia também não requer muita mão de obra, no entanto necessita de profissionais especializados na operação das impressoras ou no design de peças 3D.

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