A aplicação de solda faz parte do dia a dia das indústrias. Este é um processo que consiste na união de materiais, principalmente metais e suas ligas, por meio da fusão e solidificação. Para o processo de soldagem, existem diferentes tipos de solda industrial.
Por sua importância, a soldagem atinge variadas indústrias (automobilística, óleo e gás, fabricação e recuperação de peças, equipamentos e estruturas, entre muitas outras) e, por isso, pode ser aplicada de diversas formas.
Assim, cabe aos profissionais técnicos da área a escolha dos tipos de solda mais adequados para cada caso. Por isso, entender quais são os tipos de solda existentes e suas funções é uma necessidade recorrente.
A seguir, separamos os tipos de solda mais comuns, suas aplicações principais e as inovações na área. Confira!
Processo de soldagem: entenda o que é
Na indústria, ou em qualquer outro setor, a soldagem se comporta como a maneira mais econômica e eficiente de juntar metais permanentemente.
A soldagem é o processo destinado a unir metais por derretimento das peças e, em seguida, usando um enchimento para formar uma junta. O processo pode ser feito usando diferentes fontes de energia, tais como a chama de gás ou arco elétrico para um laser ou ultrassom.
Por sua funcionalidade, Celso Franzotti, professor e coordenador do curso de Mecânica da FATEC Sertãozinho, explica que a soldagem é usada na indústria como um dos principais processos produtivos:
“A Soldagem é utilizada na montagem de diversos equipamentos, desde uma pequena placa de circuito integrado até uma caldeira de biomassa de várias toneladas, com ambas necessitando do processo de soldagem entre suas partes”.
Tipos de solda mais utilizados na indústria
Dentre os tipos de solda mais adotados na indústria, quatro são mais comuns:
I – Soldagem com eletrodo revestido (SMAW)
Entre os tipos de solda, esse é o mais comum, em função de sua versatilidade, sendo mais indicado para a soldagem de aço.
“Os materiais soldados por esse processo são variados, entre eles estão o aço carbono, aço de baixa liga, média e alta ligas, aços inoxidáveis, ferros fundidos, alumínio, cobre, níquel e ligas desses materiais”, explica Lobato Peixoto, professor de Mecânica do Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Pará (IFPA-Belém).
II – Soldagem MIG/MAG (GMAW)
A soldagem MIG é comumente utilizada em materiais não-ferrosos. Já a soldagem MAG é usada em materiais ferrosos, como o aço.
“MIG/MAG é um processo de soldagem a arco voltaico, que utiliza um arco elétrico entre um arame alimentado continuamente e a poça de fusão. Esse processo usa uma fonte externa de gás como proteção para a poça de soldagem, contra a contaminação do ar externo”, explica o professor da IFPA.
III – Soldagem com arame tubular (FCAW)
A soldagem com arames tubulares (FCAW) é um processo que promove a união de metais pelo seu aquecimento através de um arco elétrico estabelecido entre a ponta do arame e a peça de trabalho.
A proteção da poça de fusão e do arco elétrico pode ser feita pelo fluxo contido no interior do arame (no caso de arames tubulares auto protegidos) ou por uma fonte gasosa externa.
IV – Soldagem TIG (GTAW)
O tipo de solda TIG – sigla proveniente do inglês Tungsten Inert Gas – é a denominação dada ao processo que utiliza eletrodos de tungstênio em atmosfera de gás inerte. O processo pode ser empregado com e sem metal de adição.
A proteção da região da poça de fusão é feita por gases inertes, como Hélio, Argônio ou a mistura de ambos (dependendo do metal a ser soldado).
O TIG é especialmente indicado para alumínio, magnésio e suas respectivas ligas, aço inoxidável e para metais especiais, como titânio e molibdênio.
Além desses tipos de solda, Franzotti ressalta que há outras técnicas de soldagem mais específicas e que demandam altos custos, tais como:
- Soldagem por feixe de elétrons (EBW), Soldagem a Hidrogênio Atômico (AHW)
- Soldagem a arco de plasma (PAW).
Principais inovações relacionadas à soldagem industrial
Para exercer a atividade de soldador industrial, é necessário fazer um curso técnico de soldagem e se qualificar em empresas especializadas em exames teóricos e práticos.
No entanto, para evoluir como profissional, Omar Maluf, responsável pelo Núcleo de Informação e Inovação Tecnológica da Fatec de Sertãozinho, explica que a busca por conhecimentos adicionais é fundamental:
“Conhecimentos adicionais vão tornar o profissional apto a assumir a responsabilidade de, dentro da indústria, verificar as especificações das peças a serem soldadas e definir, dentre os tipos de solda, aquele com a melhor relação custo-benefício e os melhores parâmetros de regulagem para cada situação de operação”.
Além disso, para Celso Franzotti, o aumento do conhecimento do soldador deve acompanhar a evolução tecnológica do setor, principalmente diante do avanço da Indústria 4.0:
“As máquinas de solda estão mais modernas e sendo produzidas com uma eficiência de energética cada vez melhor, possibilitando um menor consumo de energia nos seus processos de soldagem e o conhecimento precisa acompanhar essa evolução”.
Estas máquinas também podem operar de forma automática e robotizada, como as do setor automotivo, e estão cada vez mais acessíveis as indústrias de menor porte.
“Isso reforça a importância da experiência do soldador em conjunto com técnicas de inspeção de soldagem, colaborando para a conformidade e segurança dos equipamentos produzidos”, finaliza o professor da FATEC.