Em um dos momentos mais desafiadores da história, os dispositivos remotos se tornaram grandes aliados de colaboradores de uma indústria, permitindo a realização de trabalhos à distância com boa eficiência. Mas, para isso, a segurança da informação em dispositivos móveis deve ser uma prioridade.
Quando ela é priorizada, a indústria evita a entrada de vírus e ação de hackers que podem roubar informações sigilosas, deletar um banco de dados inteiro e destruir sistemas.
Dessa forma, algumas são as boas práticas para garantir maior segurança da informação, principalmente quando essa é acessada em dispositivos móveis, que estão longe do padrão de segurança estabelecidos para o ambiente físico da indústria.
A segurança da informação em dispositivos móveis nunca será total, mas é preciso ter cuidados
Antes de entrarmos nas principais dicas para garantir a segurança da informação em dispositivos móveis, é preciso que estejamos cientes de que a segurança das informações nunca será total!
Essa é a constatação de Marcelo Bezerra, gerente sênior de engenharia de segurança da Cisco América Latina. Segundo ele “um indivíduo ou grupo com motivação e recursos apropriados de tempo e dinheiro poderá invadir qualquer sistema ou dispositivo existente”.
Além disso, é importante salientar que “invasores” sempre buscam o caminho de menor esforço. Temos como exemplo os casos comuns de fraude com o “sequestro” do WhatsApp.
Dito isso, Bezerra explica que não é seguro incluir informações sigilosas em lugar nenhum. “Até a NSA (agência de segurança dos Estados Unidos) já teve vazamento de dados e imagina-se que seja um dos locais mais seguros do mundo”, comenta.
Adriano Amorim, Especialista em Defesa Cibernética da Alerta Security, concorda. Segundo ele, os smartphones e tablets pessoais não possuem os controles necessários para garantir a segurança das informações sigilosas da indústria:
“Os dispositivos pessoais podem conter perfis de trabalho – que é um espaço seguro – porém a organização não tem controle nenhum sobre o dispositivo, impossibilitando a correta aplicação das políticas de segurança, como a criptografia, por exemplo”.
Portanto, devemos sempre considerar que o aparelho poderá ser invadido, e tomar as precauções e fazer o acompanhamento. Toda as informações sigilosas, por exemplo, não devem estar armazenadas nos aparelhos e, sim, em sistemas em nuvem.
Home Office: “prato cheio” para invasores
Com a pandemia, muitas indústrias fizeram com que seus colaboradores da área gerencial, RH e demais, alocados em escritórios, fossem redirecionados para o regime de trabalho remoto, com suas atividades e reuniões sendo feitas em casa (home office).
Por um lado, o formato de trabalho permitiu total segurança à saúde de colaboradores, mas, por outro, esse “novo normal” é um prato cheio para invasores, que acabam tendo mais facilidades para invadir e comprometer a segurança da informação em dispositivos móveis.
“O trabalho remoto, mesmo antes da pandemia, já vinha representando uma tendência, a pandemia apenas nos obrigou a entrar neste regime à força. Porém, se implementado de forma inadequada, esse regime pode trazer inúmeros riscos para a organização”, acredita Adriano Amorim.
Além disso, a maioria das indústrias adotou o trabalho remoto meio que às pressas. Por isso, as organizações não tiveram tempo de pensar em uma política de uso de dispositivos móveis para atividades realizadas fora da empresa.
![Segurança da informação em dispositivos móveis](https://d2yghbees9788u.cloudfront.net/avozdaindustria/2020/10/shutterstock_703871917_0.jpg)
Há, ainda, a questão de o ambiente doméstico ser de alto risco para a segurança da informação em dispositivos móveis, simplesmente porque isso está fora do controle da indústria.
Os problemas mais comuns que comprometem a segurança da informação em dispositivos móveis são:
- Sistemas operacionais desatualizados;
- Uso de antivírus tradicionais e pouco eficientes; e
- Rede Wi-Fi mal configurada.
Mas, apesar da segurança reduzida, é, sim, possível aumentar a segurança no uso de dispositivos móveis. “Com alguns recursos de acesso remoto seguro, podemos fornecer uma segurança muito maior para o colaborador, mesmo que ele esteja em regime de home office”, complementa Amorim.
Boas práticas para aumentar a segurança no uso de dispositivos móveis
Manter a segurança das informações sempre foi uma prioridade de empresas, mas quando o colaborador está trabalhando longe das dependências do escritório, a segurança deve ser ainda maior.
Para isso, tanto Adriano Amorim quanto Marcelo Bezerra acreditam que a adoção de boas práticas é essencial para garantir a maior segurança cibernética possível.
Segundo o Especialista em Defesa Cibernética da Alerta Security, a boa prática principal é o treinamento e conscientização do usuário final: “geralmente, são eles que disparam o gatilho do malware por puro descuido”.
Para evitar maiores problemas, o gerente sênior de engenharia de segurança da Cisco do Brasil explica que os dispositivos móveis corporativos devem possuir dois mecanismos para o caso de roubo ou extravio:
“O primeiro mecanismo é o backup de todo o dispositivo em nuvem, até para uso também em investigações. Já o segundo mecanismo é o controle por MDM (Mobile Device Management), que permite que o dispositivo seja apagado remotamente uma vez ligado e conectado à Internet”.
Outras boas práticas citadas pelos especialistas para aumentar a segurança da informação em dispositivos móveis são:
- Não se deve usar aplicativos de mensagens abertos (WhatsApp, Telegram) para troca de mensagens profissionais;
- Deve ser obrigatório o uso de impressão digital para acesso ao telefone, assim como segundo fator de autenticação para uso de qualquer sistema da empresa;
- Altos executivos poderão, também, usar software para criptografia de ligações e informações;
- O dispositivo deverá utilizar forçadamente um sistema de proteção DNS, que irá servir, também, para bloquear acesso a sites maliciosos;
- Sistemas de gerenciamento de acesso remoto, com verificação do status dos dispositivos;
- Aparelhos defeituosos oferecidos pela empresa deverão ser devolvidos pela própria, e não enviados pelo usuário para conserto.
Por fim, todos precisam entender que esse assunto é mais sério do que muitos imaginam. Com essas dicas, certamente você vai aumentar a segurança da informação em dispositivos móveis, protegendo dados sigilosos da sua indústria.
Essa pauta foi sugerida por Luiz Carlos Miotello na sessão Pergunte ao Especialista. Tem alguma dúvida? Mande para A Voz da Indústria nesse link!