Hoje, o capital humano é um dos ativos mais valiosos para gerar diferenciais competitivos para as empresas. De acordo com o especialista em recursos humanos Idalberto Chiavenato, a base da excelência organizacional passou a ser o elemento humano.
Em mercados tão competitivos e exigentes, como é o da indústria de máquinas e ferramentas, a seleção e a gestão da equipe de trabalho para o chão de fábrica é fator-chave para o bom desempenho e a conquista de bons resultados.
Leia, a seguir, mais informações para ajudar a selecionar o profissional da indústria metalmecânica e como estruturar sua equipe de trabalho para o chão de fábrica. Confira!
Perfil do profissional da indústria metalmecânica
A recrutadora Carolina Maciel, da Consultoria Captar RH, explica que a equipe de trabalho do chão de fábrica precisa, acima de tudo, de profissionais capacitados para as tarefas, independentemente de seu grau de escolaridade.
No entanto, segundo a especialista, é recomendável buscar por profissionais mistos para a indústria de máquina e ferramentas, e que conheçam as funções desempenhadas. “Na teoria, se o profissional da indústria tiver graduação, melhor, pois, em tese, ele possui mais conhecimento sobre a indústria de máquinas e ferramentas, seus procedimentos e maquinários. Entretanto, a diretoria e a gerência precisam estar cientes de que o salário deste funcionário possivelmente será maior e, muitas vezes, a pessoa contratada tem muito mais conhecimento teórico do que prático que possa contribuir para o desenvolvimento da empresa”, ressalta.
A consultora de RH, Fabiane Nascimento, avalia que é importante priorizar, no momento de contratação, o profissional que tenha realizado cursos específicos voltados à indústria de máquinas e ferramentas, que tenha conhecimento de informática, experiência na área e bom relacionamento interpessoal.
Fabiane afirma ainda que “o chão de fábrica, hoje, é um segmento altamente estratégico para a indústria, que tem registrado níveis de competição e de concorrência altíssimos, levando as empresas a buscarem, cada vez mais, atualização e inovação em seus processos produtivos.” O profissional da indústria precisa acompanhar esse ritmo qualificando-se para lidar com alta tecnologia, resolução de problemas e desenvolvendo habilidades comportamentais, como trabalhar bem em grupo. “Uma equipe de trabalho para o chão de fábrica não pode ser composta por funcionários que apenas desempenhem de modo automático e mecânico suas funções. Os gestores e recrutadores devem buscar profissionais que tenham capacidade analítica, vontade de aprender, flexibilidade, abertura à inovação e bom conhecimento técnico”, conclui.
A avaliação da profissional vai ao encontro dos resultados de uma pesquisa realizada pela consultoria Roland Berger, que concluiu que a inovação tecnológica e a automação nos processos estão gerando demanda por um novo perfil de profissionais. A partir dessas previsões, o profissional da indústria de máquinas e ferramentas cada vez menos deverá exercer funções repetitivas, mas sim assumir tarefas mais estratégicas na linha produtiva e no controle de projetos.
Recrutamento interno: alternativa para montar uma equipe de trabalho para o chão de fábrica
Ainda conforme o estudo da Roland Berger, nos próximos 20 anos deverá haver escassez de mais de 200 milhões de trabalhadores em todo o mundo. Muitas empresas já sentem esse impacto e têm buscado novas opções para montar sua equipe de trabalho para o chão de fábrica.
Uma dessas alternativas é o recrutamento interno, isso é, identificar bons talentos entre os profissionais que já atuam na empresa e que tenham perfil e interesse de se desenvolver para ocupar outras funções.
Além de ser uma estratégia viável para montar e melhorar a qualidade das equipes, essa prática contribui para a motivação e a retenção dos bons profissionais. Caroline Maciel ressalta que, em muitos casos, a possibilidade de crescimento e os desafios apresentados acabam motivando mais os funcionários do que se fosse oferecido apenas um percentual de aumento salarial.
Essa opção pode ajudar, ainda, a reduzir os índices de rotatividade, um problema recorrente na indústria de máquinas e ferramentas e na equipe de trabalho para o chão de fábrica – um estudo vincula o baixo turnover a empresas que adotaram a política do recrutamento interno.
A expressão “chão de fábrica” tem origem no termo japonês “GEMBA”, que significa algo como “lugar onde as coisas acontecem”, “local em que é gerado valor”, demonstrando o papel estratégico que essas equipes desempenham na indústria de máquinas e ferramentas.
Montar uma equipe produtiva, motivada e que gere bons resultados e melhoria contínua é um desafio para as empresas do setor, mas que deve ser encarado como prioridade, uma vez que, cada vez mais, os resultados de qualquer organização são obtidos, sobretudo, por meio de pessoas.
Para continuar aprendendo sobre o tema, confira o infográfico que mostra como a tecnologia e a inovação estão impactando no perfil do profissional do chão de fábrica e quais são as características desse chamado “profissional 4.0”.