Com os indicadores econômicos dando sinais positivos após uma série consecutiva de queda, a hora é de olhar para frente com otimismo. Já estamos passando por novos tempos a cada mês, sendo um momento de retomada do crescimento e da volta do emprego. Mas como lidar com os traumas das crises? E como mudar o modelo mental (ou seja, tudo aquilo que influencia a nossa forma de ver o mundo) em prol do crescimento da indústria?
Esta reflexão, na realidade, passa antes de mais nada pela necessidade de interiorizar a máxima de que as crises fazem parte da vida. José Luiz Tejon Megino, palestrante internacional e doutor em pedagogia da superação, qualifica as crises como “grandes bênçãos divinas do progresso, que criam incômodos grandiosos o suficiente para fazer com que ocorra a mudança, a disruptura e a criatividade.”
Elas não devem ser encaradas, portanto, como traumas, mas, sim, como oportunidades de aprendizado e de mudança de um modelo mental defasado para outro fortalecido pela experiência de uma nova realidade.
Dessa forma, o gestor deve trabalhar já se antecipando a um novo ciclo de baixa, aproveitando a alta dos negócios para diversificar o seu mercado e a sua carteira de clientes, além de investir em P&D, visitar eventos internacionais, conhecer tecnologias de ponta e inserir a sua fábrica no conceito da Manufatura Avançada.
O mesmo vale para os profissionais do chão de fábrica. É fundamental que eles tenham em mente que, de fato, as máquinas estão tomando para si a realização de diversas tarefas, mas que elas não têm vida própria – precisam de mão de obra altamente especializada para operá-las. Pocitar feiras e conhecer o que está sendo feito a nível mundial são ações que precisam ser colocadas em prática neste pós-crise.
As opções de capacitação tecnológica e profissional são inúmeras. Um exemplo é a Escola Senai Armando de Arruda Pereira, de São Caetano do Sul (SP), que já conta com uma planta modelo da Manufatura Avançada, construída de modo colaborativo em parceria com Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), 20 empresas, seis startups e duas institutos de ensino. Ela se insere no conceito OpenLab, que possibilita às empresas testar tecnologias e aos alunos aprender, na prática, a manufatura avançada.
Outra opção oferecida pelo Senai nesta mesma unidade é um curso de pós-graduação em Indústria 4.0, cujo um dos objetivos é estar no centro da discussão desse processo de mudança, que impactará não somente o modo de produção, mas o consumo e a organização do trabalho.
“Compreender o inexorável, o inevitável dos ciclos, é um fundamento que todos precisamos ter e trabalhar. A pergunta não é se haverá crise, mas, sim, quando”, afirma José Luiz. Portanto, condicione-se a ela e trabalhe em um modelo mental de gestão de crise 24 horas por dia, 365 dias por ano.
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