Os cobots – ou robôs colaborativos – são soluções projetadas para interagir de forma segura e conjunta com os seres humanos. Ou seja, o objetivo é proporcionar um ambiente de trabalho compartilhado.

Além da segurança, os cobots se diferenciam dos robôs industriais tradicionais porque apresentam uma interface de programação mais “amigável”. Logo, são considerados mais flexíveis.

Denis Pineda, General Manager Latam da Universal Robots, explicou ao portal A Voz da Indústria que os cobots ainda possibilitam um esforço de integração nas linhas de produção significativamente inferior ao dos robôs tradicionais. E também que podem ser usados em uma ampla gama de indústrias e na educação.

“Desde a introdução do primeiro cobot comercialmente viável, em 2008, a Universal Robots desenvolveu um portfólio de produtos que refletem uma variedade de alcances e já vendeu mais de 75.000 cobots em todo o mundo”, conta Denis para exemplificar a aceitação dos robôs colaborativos no mercado a nível mundial.

Pré-requisitos para operar cobots na indústria

De acordo com o General Manager, existem alguns pré-requisitos para que um profissional possa se tornar um programador de cobots. Entre eles, temos:

  • A curiosidade e a vontade de aprender uma nova tecnologia;
  • Noções básicas de sistemas tridimensionais;
  • Conceitos de física (velocidade, aceleração, inércia, centro de gravidade, etc).

“O que ajuda também é ter alguma experiência em qualquer linguagem de programação”, explica o porta-voz.

E completa: “para se ter uma ideia, desde 2016, a  Universal Robots oferece cursos online gratuitos, fáceis e intuitivos, tanto para clientes quanto para profissionais interessados em robôs colaborativos”.

Ou seja, com esse tipo de iniciativa, as indústrias podem estruturar e treinar suas equipes para a utilização efetiva dos cobots. É fundamental que os colaboradores aprendam sobre aplicações específicas também, tais como paletização e abastecimento de máquinas.

Segundo Denis, é importante também que as indústrias invistam em treinamentos periódicos mais aprofundados – estes podem ser adquiridos com o robô ou de maneira isolada.

Por que trabalhar com cobots?

“Não tenho a pretensão de discorrer sobre fenômenos demográficos, como redução da força laboral, ou sociais, como o impacto dos jovens em situação NEM-NEM. Porém, já são muito claros nos EUA os impactos do labor shortage ou falta de mão-de-obra. Já no México tenho presenciado seguidamente os impactos do aumento do absenteísmo e do tempo que as pessoas ficam no mesmo emprego”.

Denis acredita que os mesmos efeitos serão percebidos cada vez mais no Brasil em curto prazo.

Dito isso, a robótica colaborativa é uma tecnologia que tem auxiliado na redução desses efeitos por meio do aumento da produtividade das pessoas, pois permite que elas trabalhem com robôs, e não como robôs, em tarefas que as exponham a sujeira, problemas ergonômicos ou outros riscos laborais.

Benefícios dos cobots na indústria

Além do impacto positivo sobre a saúde das pessoas, os cobots oferecem benefícios em torno da qualidade. Isso, graças à alta repetibilidade dos processos industriais e aumento da eficiência produtiva com consequente redução de custos.

“Ainda vejo poucas companhias calculando os impactos referentes a melhora de ergonomia para os operadores, ou ainda como contramedida do absenteísmo. Porém, tais efeitos são evidentes desde a instalação dos cobots”, complementa Denis.

Para o especialista, a incorporação eficaz de cobots nas operações industriais pode resultar em ambientes de trabalho mais eficientes, seguros e competitivos. No entanto, ele desabafa que o Brasil ainda está longe da vanguarda no mercado de robótica.

“Conforme a IFR (International Federation of Robotics), a base instalada de menos de 19 mil braços robóticos articulados industriais, segundo definição da ISO 8373:2012, nos deixa com uma  densidade de robôs instalados de 16 unidades a cada 10.000 trabalhadores na indústria de manufatura. O Brasil está atrás de países como México, Argentina e Vietnã”, finaliza.