Quem vive o dia a dia da indústria sabe: muitas vezes, os equipamentos de soldagem não são utilizados corretamente pelos técnicos ou não têm as suas funcionalidades exploradas ao máximo. Isso acontece porque diversos profissionais não têm o conhecimento necessário para utilizar plenamente todos os recursos disponíveis.

Pensando nisso, separamos, a seguir, algumas dicas importantes, listadas por Wagner Santos, técnico em soldagem pela FATEC-SP, para ajudá-lo a utilizar as máquinas de solda da melhor maneira possível. Afinal, a maioria dos problemas pode ser facilmente resolvida com pequenos ajustes. Confira:

Quando a máquina de solda para de funcionar a todo o momento, mas se mantém ligada

“Boa parte dos equipamentos de soldagem apresenta uma proteção térmica que evita o superaquecimento dos componentes internos da máquina. Quando há um aumento da temperatura, um led é acionado, o que indica que o equipamento entrou no período de resfriamento. Para não danificar a máquina, ela não deve ser utilizada até alcançar uma temperatura ideal para o seu funcionamento”, recomenda Santos.

Quando esse problema ocorre com frequência, podemos concluir que o equipamento de soldagem em questão não é o mais adequado às necessidades da indústria. Provavelmente, a máquina é muito pequena para a execução do trabalho. Nesses casos, a recomendação é o uso de um maquinário maior, que permita um maior ciclo de trabalho.

Quando não é possível ter o acabamento desejado com as soldas MIG que não utilizam gás

Os equipamentos de soldagem MIG que não necessitam da mistura de gases (CO²/AR) fazem uso de um arame tubular revestido, capaz de executar a solda. No entanto, com isso, não há uma proteção em torno da poça de solda, gerando incremento na ocorrência de respingos.

“Em cerca de 90% dos casos de insatisfação com esses equipamentos de soldagem, a razão é o acabamento, que fica aquém do desejado. Nesses casos, o mais recomendado seria o processo MIG tradicional, com a utilização dos gases. Equipamentos MIG sem gás são parecidos com os transformadores de solda de eletrodos, com a vantagem de serem mais práticos e produtivos”, afirma o profissional.

Quando o transformador não solda chapas finas

Transformadores de solda ou soldas arco não são recomendadas para processos de soldagem de chapas finas (com menos de 2 mm de espessura). Isso porque os eletrodos revestidos precisam de altas amperagens para abrir o arco elétrico.

Um eletrodo 6013 de 2,5 mm, que é um dos mais utilizados em trabalhos médios, precisa de 120A para abrir o arco e iniciar a solda. Essa amperagem utilizada em chapas muito finas pode acabar perfurando com facilidade a superfície a ser soldada.

“Aos profissionais da indústria que trabalham com chapas mais finas, como os funileiros, por exemplo, é recomendada a utilização do sistema MIG ou TIG, que apresenta maior faixa de amperagem e incrementa bastante o leque de espessuras de chapas”, explica o técnico.

Dicas gerais para utilização dos equipamentos de soldagem

Por fim, Wagner Santos recomenda:

“Não solde, corte ou realize qualquer operação a quente em um item que não tenha sido adequadamente limpo. Os produtos da decomposição dessas substâncias, a partir do calor do arco, podem gerar vapores inflamáveis ou tóxicos. Portanto, faça a remoção de qualquer pintura ou revestimento de zinco de uma peça antes de soldá-la ou realizar as operações citadas.”

“Faça a ligação da estrutura dos maquinários a um ponto seguro de aterramento próximo do local de trabalho. Essa é uma condição básica para evitar choques elétricos. O item a ser soldado ou o terminal de saída correspondente na fonte de energia devem ser aterrados, mas não ambos: os chamados ‘aterramentos duplos’ podem fazer com que a corrente de soldagem circule nos condutores de aterramento que, geralmente, são finos, e os queime.”

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