A capacitação de uma equipe na indústria metalmecânica é fundamental para as empresas que buscam criar uma vantagem competitiva frente aos seus concorrentes. De olho nisso, o Senai fez uma projeção sobre a capacitação profissional para o setor industrial até 2020. O estudo constatou que, no período citado, o Brasil terá de qualificar 13 milhões de trabalhadores de diferentes níveis de formação.
A publicação segmentada por áreas de atuação mostra o setor metalmecânico em terceiro lugar, com 1,7 milhão de pessoas que precisarão passar por treinamento, atrás da construção civil e de meio ambiente e produção.
Nesse número, não estão inclusos apenas profissionais que estão ingressando no mercado de trabalho, mas também aqueles que precisam passar por requalificação em virtude de inovações como a Manufatura Avançada, que já se tornou uma realidade na indústria brasileira.
Diante das mudanças proporcionadas pelo avanço tecnológico, muitos empresários se perguntam como criar um plano de capacitação para melhorar os resultados da indústria e auxiliar o setor a atingir o tão sonhado nível da Indústria 4.0 de forma mais natural possível.
“O perfil do profissional desse setor será alterado inevitavelmente, uma vez que o operador, acostumado a executar atividades repetitivas ou trabalhar com grandes máquinas, cheias de botões, deverá exercer atividades que exijam alta qualificação, principalmente de cunho inovador e tecnológico”, afirma Patricia Zuccari, consultora do Sebrae- SP.
Confira, portanto, algumas dicas para criar um plano de capacitação profissional para preparar sua indústria para o futuro e, também, melhorar os seus resultados atuais.
1. Identificar a necessidade
O primeiro passo para criar um plano de capacitação profissional é saber qual é o objetivo dele. Como nesse caso, a proposta da formação é preparar a indústria para a Manufatura Avançada, contar com pessoal capacitado para esse novo modelo fará com que a empresa conquiste melhores resultados e tenha maior agilidade durante a transição.
“Além disso, a indústria transmitirá uma imagem de que se preocupa com a manutenção dos postos de trabalho de seus colaboradores”, ressalta a especialista.
Para auxiliar na identificação de qual aspecto se deve focar durante o treinamento, podem ser feitas avaliações de desempenho, relatório do serviço de atendimento ao cliente (SAC), pesquisa de clima e entrevista de desligamento, por exemplo.
2. Programar a capacitação
Depois de identificados os pontos que devem ser abordados na capacitação profissional, o segundo passo é fazer uma programação para que a formação saia do papel. Nessa hora, deve-se considerar quem será capacitado, o conteúdo que será abordado e como será o formato desse processo (o local onde ele será realizado e quem irá ministrá-lo).
Tratando-se de um treinamento voltado à Indústria 4.0, o gestor poderá buscar parcerias com empresas públicas ou privadas, ou mesmo com centros de inovação e tecnologia.
“Um modelo aplicado nos Estados Unidos é a North American Advanced Manufacturing Research & Education Initiative, que é a união de cerca de 60 parceiros, entre organizações, instituições de ensino e governo, cujo objetivo é desenvolver e recrutar talentos para a Manufatura Avançada”, ressalta a especialista.
Já o conteúdo com o foco no avanço tecnológico deve contemplar conhecimentos na área de tecnologia e sistema da informação, nanotecnologia, automação, robótica, eletrônica, mecatrônica, programas de modelagem 3D e qualidade.
3. Executar a capacitação
Passado o planejamento, é hora de realizar a capacitação, seja ela dentro ou fora da empresa. “Nesse momento, o colaborador deve se sentir parte do processo e ser comunicado sobre qual competência a indústria deseja que ele desenvolva e por quê”, destaca.
Durante a capacitação, também é possível avaliar os perfis que estão integrados à Indústria 2.0 ou 3.0 e conseguirão se adaptar ao novo momento da empresa. O profissional, para trabalhar dentro do modelo da Manufatura Avançada, precisa ter um perfil multidisciplinar, conhecer um pouco de tudo e ser um verdadeiro especialista dentro de sua área de atuação.
4. Avaliar os resultados
Depois da fase de capacitação, chega o momento de colocar em prática os conhecimentos adquiridos. Para isso, há algumas metodologias muito eficazes, como, por exemplo, a avaliação de reação dos participantes do processo. Há, também, a avaliação de aprendizagem, que pode ser constatada mediante uma prova escrita ou oral – o modelo irá depender da escolha da própria indústria.
Outro ponto importante que ajuda na avaliação dos resultados é a análise comportamental, que só poderá ser percebida meses após a capacitação profissional, tendo em vista que ela demonstra se houve uma mudança de atitude do colaborador no período pós-capacitação.
A análise tem como objetivo descobrir se problemas elencados no momento em que se planejou a formação de determinado profissional foram resolvidos. Em geral, se busca, depois de um treinamento, uma redução de custos, aumento da produtividade e melhora do desempenho.
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