Uma das 15 atividades da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) é realizar anualmente a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidente de Trabalho), prevista na NR 5 (Norma Regulamentadora), cuja proposta é debater assuntos relativos à saúde e bem-estar do trabalhador. Dentre os tópicos que devem ser obrigatoriamente tratados estão os EPI (equipamentos de proteção individual) e campanhas de prevenção à AIDS.
Os temas podem ser obrigatórios e necessários. Mas como obter uma boa adesão da equipe é um desafio constante? Seja pelo horário em que as palestras são realizadas, sendo necessário parar um departamento inteiro por uma hora, reunir todos funcionários em um mesmo lugar, ou ainda competir com o sono e cansaço de alguns trabalhadores que aproveitariam o intervalo do almoço para dormir ou, ainda, combater um concorrente desleal para qualquer apresentação: o celular. O uso constante dos aparelhos tem distanciado o público de exposições que não considerem interessante.
Segundo a especialista em qualidade de vida do Sesi-SP (Serviço Social da Indústria São Paulo), Marcela da Silva Lázaro, uma possibilidade para atrair atenção é abordar temas que impactem o cotidiano do funcionário de maneira lúdica, deixando o tom professoral de lado. Além disso, em busca de maior envolvimento de seus funcionários, algumas empresas têm contratado grupos teatrais e consultorias externas para as SIPATs.
1 – Contextualize. Aproxime o tema da realidade dos participantes. É possível falar da qualidade de vida em casa também, de acordo com Marcela. Um exemplo é quando o funcionário viaja uma hora até o trabalho com fones de ouvido “nas alturas”. Não vai adiantar usar EPI se não toma cuidados fora da empresa”, explica.
2 – Deixe o preciosismo técnico de lado e aposte em linguagem lúdica. Palestras com uma hora de duração podem ser longas demais para os funcionários;
3 – Aborde temas motivacionais. Segundo o grupo Supersipat que usa técnicas de circo em suas apresentações, isso facilita a participação dos funcionários e gera mais resultados;
4 – Otimize e organize. Não é necessário parar todo um departamento por uma hora, basta formar vários grupos com um funcionário de cada área. Nesse caso, as apresentações demoram, no máximo, 20 minutos, nos cálculos da especialista do Sesi-SP;
5 – Busque profissionais externos. Muitas vezes os funcionários não querem ouvir colegas ou a equipe de segurança do trabalho da empresa falando sobre assuntos que eles ouvem diariamente;
6 – Interação dá resultados melhores. Em vez de palestras, Marcela conta que normalmente leva às empresas três objetos infláveis: o Orelhão, o Bocão e o Mosquitão. No primeiro o funcionário entra em um modelo do aparelho auditivo, conhece o interior do ouvido e conversa com um fonoaudiólogo sobre a importância dos EPIs. No caso do “Bocão”, o palestrante é um dentista. O último circuito é referente ao combate à dengue.