A matriz energética global está passando por uma transição. As indústrias, por exemplo, estão substituindo os combustíveis fósseis por combustíveis renováveis, em um processo conhecido como a descarbonização da indústria.

Diretamente relacionada à economia de baixo carbono, a descarbonização depende de ações concretas que garantem aumento da eficiência energética.

Dependem também da conscientização da sociedade, redução de gastos e incentivo à economia circular.

Mas, para descarbonizar a indústria, há a necessidade de colocar em prática alguns passos e práticas que contribuem com todo o processo e tornam a matriz energética mais limpa.

Descarbonização da indústria: o que significa?

Acelerar a transição para um cenário neutro em carbono, por meio da otimização do consumo de energia e de soluções mais eficientes e sustentáveis, é o propósito de muitas empresas do segmento industrial.

Muitas dessas empresas veem um grande potencial de descarbonização de seus processos. Para isso, investem no uso de fontes consolidadas de energias renováveis e na busca por maior eficiência energética no processo produtivo.

Mas o que é a descarbonização da indústria?

Para Fabio Kuryuama, supervisor de Qualidade da GEMÜ do Brasil, a descarbonização industrial consiste na redução a níveis próximos de zero de emissões de CO2 nos processos de fabricação das empresas.

“Estas emissões normalmente estão associadas ao consumo de combustíveis fósseis e de energia não renovável em processos da indústria, portanto devem ser reduzidas”, indica.

Dessa forma, a descarbonização exige da indústria que ela passe por um processo de transição da sua matriz energética, ou seja, realizar uma mudança estrutural que elimine o carbono da geração de energia.

Pilares da transição energética da indústria

A indústria mundial sempre desempenhou um papel relevante no desenvolvimento das economias.

Mas, para manter esse status, é essencial ampliar os investimentos em tecnologias limpas, criar soluções voltadas à consolidação de uma economia de baixo carbono e investir em tecnologias.

Para ser mais assertivo no processo de descarbonização, a indústria tem um amplo leque de opções. Elas se baseiam em 4 pilares bastante claros:

  • Transição energética;
  • Mercado de carbono;
  • Economia circular; e
  • Conservação florestal.

Tomando como base estes pilares, é preciso que cada indústria aumente a sua competitividade, com a adoção de uma política industrial moderna, que estimule a inovação e a produção de tecnologias socioambientais.

Como se preparar para uma transição energética?

Como ressaltado anteriormente, a transição energética é um dos pilares da descarbonização da indústria.

Mas você sabe como a indústria deve se preparar para conduzir sua transição para uma economia de baixo carbono?

Kuryuama ressalta que essa preparação depende de algumas práticas bastante importantes, que são:

Realizar um inventário das emissões de GEE

Inicialmente, o supervisor salienta que a indústria deve realizar um inventário das emissões de GEE (Gases do Efeito Estufa). “Essa prática é essencial para que a indústria compreenda quais são os principais vilões, em termos de emissão de CO2, dentro dos processos fabris”.

Para esse inventário, Kuryuama diz que é necessário definir a metodologia e os escopos abrangidos, o qual dependerá das informações que a empresa conseguirá levantar.

“Mesmo fundamental, essa é uma das etapas mais complicadas, considerando que dificilmente as empresas possuem todos os dados necessários disponíveis.”

Caso a empresa não possua as informações básicas, como por exemplo, o Escopo 1 e 2 do Protocolo GHC, o ideal é iniciar a preparação de registros para obtenção dos dados de um determinado período.

“Input” do inventário

Após a obtenção desses dados, as informações devem servir de “input” para o inventário, que normalmente é realizado por uma empresa especializada através de consultoria ou plataformas digitais.

Analisar o resultado do inventário

O próximo passo é analisar o resultado do inventário. 

“Nessa etapa, são verificadas as principais fontes de emissão de CO2, e em seguida pesquisar as alternativas disponíveis no mercado para redução ou anulação da emissão para cada fonte crítica.”

Definição de um plano de adequação

Tendo os dados em mãos, é possível planejar e estabelecer um plano de adequação com metas para redução dessas emissões ano a ano.

“A indústria deve definir um plano para adequação e substituição para a alternativa sustentável escolhida, com foco na redução das emissões para o próximo inventário de GEE”, complementa Kuryuama.

E sucessivamente, ano a ano, a indústria vai se descarbonizando até chegar a emissão zero carbono, ou próximo de zero. 

“Até que isso não aconteça, as empresas podem também fazer a compensação das emissões através da aquisição e aposento de créditos de carbono.”

Tecnologia é essencial para a descarbonização da indústria

Adotar estratégias para implementar a descarbonização da indústria em larga escala é extremamente importante. 

Neste cenário, Kuryuama salienta que o uso da tecnologia é uma excelente oportunidade para remodelar o mercado e reduzir os impactos ambientais relacionados aos processos industriais.

“A tecnologia é de extrema importância no processo de descarbonização industrial. Nossas máquinas e equipamentos estão evoluindo e estão cada vez mais eficientes e menos poluentes, ou seja, produzem mais com menos, em relação aos equipamentos mais antigos.”

A tecnologia também vem proporcionando formas de geração de energia através de fontes renováveis. E atualmente já é possível até mesmo a obtenção de energia “verde” certificada, de emissão zero carbono.

Por fim, as inovações tecnológicas estão em constante avanço, assim a tendência é que muitas tecnologias sejam desenvolvidas e adotadas com foco em ampliar o processo de descarbonização nas indústrias.

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