A aplicação das novas tecnologias avançadas teve início em meados do século passado com a evolução da eletrônica e da automação dos equipamentos, dando início à era digital. Com a expansão da informática nas últimas décadas, os equipamentos de produção passaram a se comunicar entre si e serem controlados por softwares extremamente inteligentes, determinando a era da conectividade.
As indústrias de manufatura que já investiram nas novas tecnologias aplicadas na produção de bens duráveis apontam resultados altamente positivos em termos de aumentos de produtividade, qualidade e rentabilidade.
O uso dessas novas técnicas de produção está focado nos conceitos da Indústria 4.0, onde máquinas e equipamentos interagem através de diversas tecnologias, como Realidade Aumentada, Virtualização dos processos de trabalho, Projeto e Manufatura assistidos por computador (CAD/CAM), Controle digital da produção, Internet Industrial das Coisas (IIOT), Computação na Nuvem, Big Data, Robotização, Integração de Células Flexíveis, Manufatura Aditiva, entre outras.
A aplicação de cada uma dessas tecnologias citadas, em conjunto com a utilização de máquinas-ferramenta CNC, modernas, flexíveis e inteligentes, de equipamentos para o controle da qualidade e da automatização da produção, depende de cada empresa, à luz de sua linha de produtos, volumes de fabricação, mercados em que atua e de seus planos de crescimento.
Esta recente revolução tecnológica já se iniciou no Brasil, que conta com muitas empresas, principalmente, as de médio e grande porte, que já possuem linhas de produção avançadas e estão integradas às modernas tecnologias de manufatura e que continuarão investindo e aprimorando-se. Por outro lado, estima-se que mais de 50% do parque de máquinas no país está concentrado na pequena e média empresa. A maioria delas ainda opera com máquinas-ferramenta convencionais que necessitam ser substituídas por equipamentos controlados numericamente (CNC), além de passarem a utilizar métodos digitais no projeto de produtos e no controle da produção. Isto significa um primeiro passo para essas empresas implantarem a Manufatura Avançada e começarem a aplicar os conceitos da Indústria 4.0 de acordo com a necessidade de cada uma.
Para se introduzir as novas tecnologias digitais nas linhas de produção, o pequeno e médio empresário deve, antes de tudo, se conscientizar da necessidade premente de investir nesse sentido, caso contrário, perderá competitividade e rentabilidade. Para tal, devem ser considerados os seguintes pontos:
- Criação das equipes de colaboradores. Nova geração de técnicos e engenheiros vem sendo intensamente formada para atuarem nas diversas atividades da Manufatura Avançada.
- Pesquisa e análise de todas as possibilidades técnicas e econômicas para atender às necessidades da empresa.
- Busca por soluções que proporcionem relação “custo x benefício” ideal.
- Definição de plano financeiro adequado para a realização dos investimentos. Disponibilidade de linhas de crédito bancário justo e de fácil e rápido acesso é um fator fundamental.
- Implantação dos investimentos realizada por etapas, após definir prioridades com base nas necessidades e na capacidade financeira.
- Desativação das linhas e processos de produção convencionais somente após as novas linhas de moderna tecnologia estarem em pleno e perfeito funcionamento.
Certamente, com o fortalecimento das indústrias de manufatura no país, da pequena à grande, através da inserção das novas tecnologias digitais, elas irão colaborar decisivamente para com o novo ciclo de crescimento econômico que já começou.
A FEIMEC 2018, em abril próximo, será uma ampla vitrine para conhecer o estado da arte dessas novas tecnologias, aplicadas no mundo, onde a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) estará apresentando em seu Estande de Manufatura Avançada uma Célula Flexível de Manufatura, além de espaços dedicados para demonstrar e esclarecer detalhes de cada uma das tecnologias, acima mencionadas, que compõem o conceito da Indústria 4.0.
“Um país desenvolvido fortalece a sua economia através de indústrias eficientes, altamente produtivas e competitivas, sendo a participação das pequenas e médias empresas decisiva para se atingir esses objetivos”
Alfredo Ferrari é Engenheiro Mecânico, Vice-Presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da ABIMAQ.