A indústria de máquinas e equipamentos está sempre de olho na inovação para otimizar as clássicas funcionalidades exigidas pelas operações no campo agrícola como plantio, adubação, pulverização e colheita, defende Pedro Estevão Bastos, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos)
Para se ter uma ideia da importância desse mercado, Bastos aponta que ele movimenta cerca de R$ 13 bilhões/ano. E, para atendê-lo, a indústria precisa estar sempre atenta às tendências. “As inovações vêm em ondas. Nos anos de 2006 a 2012, as grandes novidades eram as máquinas com GPS, piloto automático, corte de seções automáticas de pulverização, mapas de produtividade e fertilidade do solo que propiciaram a chamada agricultura de precisão. Tudo isso como produto da eletrônica embarcada.”
Já nos últimos anos as máquinas ganharam capacidade de gerar um grande volume de dados georreferenciados da operação agrícola e do meio ambiente, como velocidade do equipamento, temperatura do motor, consumo de combustível, possível dano na máquina e dados como litros/hectare pulverizado, quantidade colhida e adubada, entre outras informações.
As tecnologias caminham na direção de máquinas autônomas que funcionem futuramente sem operadores
A conectividade das máquinas à internet é outra inovação fundamental. “Todos os dados gerados são transmitidos via internet para as nuvens, formando um grande banco de dados das operações e do meio ambiente, criando o big data”, ressalta Bastos. Dessa maneira, é possível interferir na operação no momento em que está sendo realizada, em casos de desvio do planejado. Os dados gerados são analisados e podem propiciar operações mais eficientes nas futuras safras.
Mas, vale frisar, uma dificuldade acaba sendo imposta pelo novo sistema: a necessidade de educar os agricultores. A começar pelo gestor da fazenda, que deve ter conhecimento das inovações, passando pelos operadores de máquinas e pelos técnicos das ciências agronômicas. Ainda assim, conforme aponta Bastos, as “tecnologias caminham na direção de máquinas autônomas que funcionem sem operadores.”
É possível, por fim, apostar na maior utilização de técnicas de processamento de imagens. “Elas poderão ser captadas por instrumentos móveis como smartphones, por meio de drones, satélites ou de visão computacional, quando a própria máquina tem mecanismos para enxergar padrões, eventos e objetos. As imagens e os dados captados através de sensores serão processados em tempo real e as máquinas irão responder imediatamente nas operações em andamento”, projeta o especialista.