Um país é considerado desenvolvido no momento que passa a ter uma indústria extremamente forte, competitiva, rentável e tecnologicamente avançada.

Esta condição só é possível quando existe o trabalho intenso, criativo e eficiente de seus técnicos, engenheiros e administradores, que contribuem para o crescimento econômico e social de uma nação.

O Brasil que, desde o início do século passado, criou e desenvolveu uma indústria diversificada relevante, viu-a enfraquecer-se nas duas últimas décadas, em face de políticas equivocadas e sem capacidade de competir internacionalmente.

A abertura dos mercados no país para entrada de produtos importados, somado a uma política cambial desfavorável, adotada nesse período, provocou uma elevada taxa de desemprego no setor industrial, com o enfraquecimento e fechamento de muitas empresas.

Além disso, mais recentemente, o mundo todo passa por sérias dificuldades, em face do período da pandemia na área da saúde e dos conflitos no leste europeu, impactando na produção industrial e na criação de novos empregos.

Por outro lado, a taxa de desemprego no país diminuiu, de forma significativa, no decorrer de 2022, caindo de 12,3% em dezembro de 2021 para 8,7% no terceiro trimestre de 2022, segundo o IBGE, graças ao trabalho incessante do seu povo e de seus empresários.

O governo federal tem o enorme desafio e o dever para dar sequência ao processo de geração de empregos, criando políticas que estimulem o desenvolvimento industrial e reduzindo a taxa de desemprego.

No caso da indústria, a criação de novos empregos está voltada para atividades que se utilizam as novas tecnologias digitais, e que abriram as portas para a criação de novas carreiras.

Cada vez mais, as indústrias necessitarão de colaboradores com maior grau de instrução, mais qualificados e com fortes conhecimentos na área da informática. As tecnologias digitais, como a Internet, o WhatsApp e as diversas plataformas de comunicação, estimulam, fortemente, os jovens pela escolha por novas carreiras e profissões.

Esta transformação na formação da nova geração de trabalhadores, tanto para a produção, como para a administração dos negócios, está provocando uma verdadeira revolução, que contribui para com o crescimento da indústria no Brasil, objetivando maiores ganhos na produtividade, na qualidade dos bens produzidos e na rentabilidade das empresas.

Novos investimentos a serem realizados por empresas nacionais e estrangeiras no país serão decisivos para o crescimento da economia e, por conseguinte, no fortalecimento da indústria.

Os governos, federal e estaduais, terão enorme desafio de trabalharem pela reindustrialização do país, elevando o patamar das empresas a níveis equivalentes ao dos países altamente industrializados, tornando-as competitivas em âmbito mundial.

A Academia, através de suas principais Escolas Técnicas, como SENAI e FATEC, as Escolas de Engenharia, as Universidades e os Institutos de Tecnologia, devem investir robustamente na ampliação de seus cursos, com base nas avançadas técnicas de ensino, na implantação de modernos laboratórios e na formação e especialização do corpo docente, visando as novas tecnologias.

Uma indústria avançada se cria e se desenvolve com conhecimento, esforço e perseverança, para vencer as adversidades que se apresentam nas etapas de sua existência.


Por Alfredo Ferrari, Engenheiro Mecânico, Conselheiro do Instituto Mauá de Tecnologia e da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas.