A FEIMEC 2024 – Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos – aconteceu entre os dias 7 e 11 de maio. Em uma das atrações, a Ilha Soldagem & Corte, profissionais e empresas puderam se reunir em um espaço especialmente dedicado aos vieses dos respectivos segmentos.
Diversos temas foram desenvolvidos por especialistas convidados e os visitantes conheceram novos conceitos, práticas, tecnologias, soluções, etc.
O objetivo da Ilha Soldagem & Corte é proporcionar oportunidades para que entusiastas dos setores de soldagem e corte possam experimentar, discutir e aprender mais sobre novas soluções e principais tendências da indústria. O momento é de transformação.
A propósito, desafios e oportunidades para o futuro da soldagem foram apresentados por Fernando Lescovar Neto, Presidente da Associação Brasileira de Soldagem (ABS), em sua palestra. Segundo o especialista, um dos assuntos mais importantes e, ao mesmo tempo, desafiador é baseado nos caminhos da soldagem no século 21.
“Tudo o que é desafio pode ser convertido em oportunidade”, frisou.
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Desafios no universo da soldagem
“Todo panorama é uma fonte de oportunidade para que pessoas visionárias possam transformar cada aspecto em novas situações”, ressaltou Fernando.
O setor industrial global, que compreende os processos de soldagem, de acordo com ele, pode ser definido em sete aspectos. O primeiro é a recuperação do mercado pós-pandemia. Ou seja, tudo o que contribui para que as empresas possam retomar suas agendas e os mesmos resultados.
Depois, o presidente da ABS destacou a desaceleração da China ante aos demais países do globo, a guerra da Ucrânia, e os impactos causados por ela, e a própria transição do mercado para a Indústria 4.0.
Além disso, chamou a atenção para a importância da sustentabilidade nos processos de manufatura e soldagem, os desafios geopolíticos enfrentados pelas empresas e a baixa produtividade brasileira.
Oportunidades ao redor do mundo
“As novidades observadas no mundo todo podem proporcionar oportunidades valiosas”. Entre elas, o crescimento da robótica colaborativa, o foco na descarbonização, o crescimento da manufatura aditiva e a colaboração entre empresas e universidades.
“Desafios e oportunidades são uma dicotomia antagônica que se complementam”, disse Fernando.
Para ele, o setor de soldagem está em um momento de transformação. Superar os desafios, abraçando as oportunidades do século 21, pode ser fundamental para o sucesso de qualquer empresa.
Isto significa que tanto o aprendizado contínuo quanto a adaptabilidade e a busca por inovação são ferramentas essenciais em todo esse processo.
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É preciso investir em qualificação, aderir novas tecnologias e trabalhar em um ambiente seguro e colaborativo, de modo que as novas gerações descubram a soldagem como um processo transformado, bem como uma profissão lucrativa.
“Devemos sempre trabalhar com base no entendimento do processo e suas características”, finalizou Fernando.
Produtividade, custos e qualidade
Esse tripé foi outro tema de palestra na Ilha Soldagem & Corte, apresentado por Ubirajara Costa, Coordenador do Grupo de Trabalho de Solda e Corte da ABIMAQ.
Na ocasião, ele falou da importância do gerenciamento nas operações de soldagem e os impactos na produtividade, custos e qualidade. “Esses três aspectos são o que toda empresa deseja em suas operações de soldagem”.
Ubirajara ainda ressaltou que a soldagem é um processo de manufatura especial, uma vez que pode alterar os elementos, os materiais ou a integridade física de um componente ou parte dele.
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Conforme a ISO 9001, ela deve ser controlada e acompanhada. Ou seja, a base para a produtividade e também para a qualidade é conhecer os processos por completo e cada detalhe que corrobore para o resultado final.
“Os resultados não podem ser completamente verificados por inspeções e testes posteriores. Não há um meio de verificar o produto final após a aplicação do processo especial sem provar a sua função por meio do uso, teste ou ensaio destrutivo.”
Custos na soldagem
Com relação aos custos, o especialista da ABIMAQ detalhou cada percentual que compreende o processo de soldagem. São eles: 60% a 80% é dedicado à mão de obra, 25% para a matéria-prima, 5% é gasto com energia elétrica, mais 5% com consumíveis e os últimos 5% com outros diversos fatores.
Ele ainda explicou que as variáveis são muitas e mudam conforme o processo de solda, da própria aplicação e de alguns requisitos. O ambiente, a ergonomia, facilidades (ou não), entre outros aspectos também contribuem.
Para os melhores resultados possíveis, portanto, é preciso que toda empresa tenha responsáveis pela qualidade dos processos, além disso, saiba como definir os parâmetros variáveis de soldagem dos produtos.
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Controle da qualidade
É fundamental que a indústria defina um fator de operação das soldas executadas e um departamento responsável pela respectiva produção.
“Muitas empresas, mesmo certificadas pela ISO 9001, que possuem processo de soldagem por fusão nas suas operações, falham em demonstrar a capabilidade de seus processos requeridos para uma empresa que fabrica produtos conforme um determinado padrão de qualidade”, destacou Ubirajara.
Isso porque, segundo ele, um sistema de gerenciamento de fabricação é essencialmente um sistema de controle da qualidade documentado. Ele ajuda a monitorar, documentar e demonstrar que todos os requisitos requeridos pelas normas estão sendo atendidos.
Por exemplo, a ABNT NBR ISO 3834. “Se corretamente implantada, essa norma cobre todas as fases das operações de soldagem”, ressaltou o coordenador para testificar a importância do gerenciamento nas operações de soldagem.
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