Na biologia, um ecossistema significa um conjunto de comunidades que colaboram entre si para a sobrevivência de todos. Este conceito vem sendo adaptado para o mundo corporativo, resultando no ecossistema de inovação, responsável por criar um ambiente colaborativo e inovador.
Neste ambiente, todos trabalham juntos e compartilham metas e resultados em comum, proporcionando uma intensa troca de experiências.
Exatamente por isso, pequenas, médias e grandes indústrias já perceberam há algum tempo que ambientes colaborativos estimulam a conquista de melhores resultados.
Elas se unem a um ecossistema de inovação com o objetivo de favorecer novas e multidisciplinares interações.
Mas o que é um ecossistema de inovação?
Para entendermos o que é um ecossistema de inovação, basta fazer uma analogia com a definição de ecossistema dentro da biologia. Na biologia, essa palavra faz referência a um conjunto de comunidades que, aliadas a fatores externos, interagem para a sobrevivência mútua.
O mesmo ocorre no ambiente da inovação. Nele, empresas de tecnologia, universidades, fundações, governo e sociedade se unem para fomentar a inovação, e uma colabora com a outra.
Nesta conjuntura, Eduardo Linzmayer, Professor do Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), explica que o ecossistema de inovação dentro das indústrias tem crescido nos últimos anos:
“O ecossistema industrial consiste de uma comunidade de empresas localizadas em uma determinada região que interagem trocando e utilizando resíduos materiais e energéticos, bem como matérias-primas e insumos, visando otimizar seus usos e minimizar os impactos de degradação ambiental.”
Com base nessas comunidades, os ecossistemas industriais oferecem oportunidades de investimentos e de novos empregos, em consonância com as necessidades de conservação do capital natural.
“O ecossistema de inovação vem se integrando à indústria e gerando novas alternativas disruptivas e, principalmente ligadas à economia verde e circular e aplicadas aos clusters industriais”, salienta Linzmayer.
Pilares de um eficiente ecossistema de inovação
Alguns ingredientes são essenciais para que um ecossistema de inovação seja desenvolvido e funcione a todo vapor, levando benefícios para indústrias.
Utilizando como referência o professor indiano de inovação, Soumitra Dutta, da Universidade Americana de Cornell, são cinco os pilares que todo ecossistema de inovação deve ter:
Pilar 1 – Educação
A educação deve ocorrer de forma integrada às Ciências, Tecnologias, Humanidades, Engenharias e Matemática. Esta sigla em inglês é representada por STHEM.
“O Instituto Mauá de Tecnologia mediante seu Centro Universitário atua de forma intensa e participativa no Consórcio STHEM Brasil de IES Brasileiras de LASPAU”, complementa Linzmayer.
Pilar 2 – Instituições e Políticas Públicas
Visam fomentar a operacionalização e manutenção de instituições e políticas públicas que facilitem e organizem a inovação em nível nacional.
Nas políticas públicas, destaca-se a importância de programas de aporte financeiro para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), juntamente com as indústrias e instituições de ensino e pesquisa.
Pilar 3 – Pequenas e Micro Empresas.
A atuação dos empreendedores ligados às Pequenas e Micro Empresas (PME) e Indústrias (PMI) é considerada a base para a formação do ecossistema da inovação do País.
Pilar 4 – Conexões Facilitadas
As conexões entre todos os stakeholders envolvidos no ecossistema de inovação devem ser fluidas, orgânicas e ligar todos os elos.
“O uso de plataformas integradoras entre as indústrias, universidades e órgãos de fomento de P&D aproximam estes agentes e agilizam as trocas de experiências e aplicações de soluções inovadoras”, opina Linzmayer.
Pilar 5 – Profissionais de Referência
Envolve a realização de Benchmarking e troca de experiências mediante apresentações, palestras e minicursos de curta duração com profissionais e personalidades de destaque nos assuntos de inovação aplicada.
Programas de inovação são essenciais para a difusão de soluções na indústria
A principal finalidade de um ecossistema de inovação é servir como um espaço para manifestação de novos talentos, promoção da capacitação técnica e trocas sobre ideias de negócios.
Além disso, os programas de inovação são caracterizados por envolver todas as pessoas do ambiente interno e externo das indústrias.
“O ecossistema de inovação envolve colaboradores dos níveis gerenciais e operacionais, fornecedores de matérias-primas, insumos, máquinas e equipamentos. Envolvem também consultores especialistas e representantes técnicos e comerciais e respectivos clientes”, explica.
Mas, além da integração de todos stakeholders envolvidos na cadeia produtiva, o ecossistema de inovação é fundamental para encontrar soluções voltadas às melhorias tecnológicas e na resolução de problemas industriais.
“No caso das micro, pequenas e médias indústrias, os ecossistemas de inovação são fundamentais para que o empresário tenha acesso às novas tecnologias, processos e novas formas de solução de seus problemas. Isso é quase impossível se ele caminha sozinho”, complementa o professor do IMT.
Neste contexto, o IMT tem cases de sucesso da relação entre um ecossistema de inovação e o ambiente industrial:
- Projetos e Atividades Especiais (PAE). O PAE foi criado pelo IMT juntamente com seus coordenadores e professores e tem a função de apresentar temas inovadores e atuais de interesse para desenvolvimento de projetos e aplicações práticas.
- Convênios de Cooperação Científica, Educacional e Tecnológica entre o IMT e Indústrias Brasileiras Programas de Iniciação Científica e Tecnológica desenvolvidos com alunos, professores e empresas.
- Concursos com alunos fomentados por empresas
Dessa forma, o fato de empresas, centros de pesquisa e universidades caminharem juntos fortalece a atuação individual e coletiva, com visibilidade e acesso facilitado a recursos necessários para isso.
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