Diante de um cenário competitivo, é natural que o segmento industrial tenha que se deparar com desafios relacionados à atração, retenção e capacitação de talentos.

Isso é ainda mais significativo quando diversidade e inclusão nas indústrias é colocado em pauta.

Tanto a inclusão quanto a diversidade são temas urgentes dentro de uma organização e devem ser encaradas como pilares na estruturação de processos, definição de objetivos e estabelecimento de metas.

Convidamos Tânia Chaves, palestrante e fundadora da edtech Academia de Diversidade, para entender mais sobre a importância das iniciativas de diversidade e inclusão nas indústrias, assim como as vantagens disso para as organizações.

Acompanhe!

Diversidade e inclusão nas indústrias: assunto cada vez mais em pauta

A gestão das práticas de incentivo à diversidade, à equidade e à inclusão (DEI) vem ganhando cada vez mais espaço dentro das indústrias e empresas do segmento. E essa iniciativa não se resume a apenas uma ação social e de inclusão. 

Quando bem gerenciada, ela representa uma estratégia de negócio importante, indispensável e com reflexo direto nos resultados financeiros da indústria. 

Neste cenário, Tânia Chaves explica que a diversidade é a qualidade daquilo que é diverso, ou seja, é um conjunto de coisas diferentes em inúmeras circunstâncias.

Se pensarmos do ponto de vista social, a diversidade representa a convivência de diferenças unidas para e por um propósito”, complementa.

No ambiente industrial, a diversidade faz referência a um princípio que passa por seus valores e cultura, enxergando as diferenças das pessoas como um ponto que reúne vantagens para todos. 

A inclusão, por sua vez, é a maneira com que todas as diferenças são acolhidas, recebidas e abraçadas pela sociedade.

A inclusão é o conjunto de esforços para que todos possam existir, em sua plenitude, da forma que são”, salienta a palestrante.

Por que a diversidade e a inclusão são essenciais para indústrias?

Agora que você tem uma maior compreensão sobre estes dois conceitos, chegou o momento de entender a importância da inserção deles dentro do contexto industrial.

Para Tânia Chaves, há uma série de motivos que comprovam a importância das iniciativas de diversidade e inclusão nas indústrias.

Inicialmente, a palestrante e fundadora da Academia de Diversidade cita que essas iniciativas são o correto a ser feito. “As empresas devem ser o reflexo da sociedade onde elas estão inseridas, portanto, é inconcebível que apenas um grupo de pessoas sejam representadas dentro delas”, opina.

Um segundo motivo citado pela especialista está relacionado às preferências (e exigências) do mercado consumidor. 

Uma parcela significativa do público consumidor atual está atento ao assunto e não consome marcas que não tenham a diversidade, equidade e inclusão como um valor e uma prática.

Por fim, a diversidade e a inclusão, que se comportam como alicerces da indústria, elevam a sustentabilidade do negócio. 

Já é sabido, por estudos feitos pela McKinsey, Accenture, Harvard Business Review e muitos outros institutos renomados, que companhias com times diversos são mais lucrativas, criativas e inovadoras”, finaliza Tânia.  

Principais elementos da diversidade nas indústrias

As iniciativas de diversidade e inclusão nas indústrias demandam um trabalho diário que deve envolver todos os colaboradores, desde a gerência até o time operacional. 

Por isso, é de responsabilidade da liderança instaurar um clima organizacional muito mais acolhedor, de modo que todos se sintam parte fundamental da organização, independentemente das suas características.

Neste contexto, Tânia Chaves ressalta que as empresas têm priorizado trabalhar os pilares de gênero, pessoas com deficiência, LGBTQIAP+ e racial.

Quando se fala em equidade de gênero, a especialista ressalta que o principal foco é a contratação de mulheres em todos os níveis hierárquicos. “Vemos um cenário de equiparação salarial aos homens e, principalmente, um ambiente de trabalho livre de machismo”. 

Pensando em pessoas com deficiência, Tânia ressalta que é importante ir além das cotas, considerando as potencialidades das PcDs, promovendo a acessibilidade física, tecnológica e atitudinal, para que o ambiente organizacional seja livre do capacitismo.

Já para a comunidade LGBTQIA+, a principal demanda é a contratação de pessoas trans. Além disso, a revisão dos benefícios contemplando as inúmeras constituições de famílias e a criação de um clima de trabalho que não reproduza LGBTfobia também são pontos fundamentais dentro das organizações. 

Com relação às pessoas negras, há uma urgência na contratação de colaboradores para todos os níveis hierárquicos, sobretudo em posições de liderança. Também é importante promover o rompimento do ciclo de comportamentos, falas e atitudes racistas dentro da empresa. 

Por fim, Tânia Chaves vê ganhar força nas empresas o debate sobre o etarismo, com algumas companhias indo além e endereçando também as questões relacionadas à gordofobia, refugiados e religiosidades.

Para todos esses públicos, a fundadora da Academia de Diversidade diz que é importante ter intencionalidade. “A gestão precisa ter a intenção de inserir essas pessoas na empresa, considerando o princípio da equidade e um olhar criterioso para a carreira de todos”. 

Benefícios das iniciativas de diversidade e inclusão nas indústrias

Muitas pessoas podem imaginar que as iniciativas de diversidade e inclusão nas indústrias ocorrem apenas por uma exigência do mercado.

Mas as organizações que adotam essas iniciativas fazem porque têm ciência de que os benefícios são muito valiosos, e diversos estudos comprovam isso.

Segundo pesquisa da Accenture, companhias com diversidade e inclusão são 11 vezes mais inovadoras e seus colaboradores são 6 vezes mais criativos do que seus concorrentes. 

Já de acordo com a McKinsey, empresas que investem em diversidade e inclusão aumentam em até 15% a lucratividade do seu negócio, o ambiente melhora e o turnover é reduzido de forma significativa. 

Além disso, empresas com diversidade étnica e racial possuem 35% mais chances de ter rendimentos acima da média do seu setor. Ainda segundo a consultoria, as empresas com diversidade de gênero possuem 15% a mais de chances de ter rendimentos acima da média. 

Outro fator que comprova isso é uma publicação do Harvard Business Review. Segundo a pesquisa, os funcionários são 17% mais engajados e dispostos a irem além das suas responsabilidades, a existência de conflitos chega a ser 50% menor que nas outras organizações.

Por fim, Tânia Chaves cita duas empresas que realizam um trabalho muito sério nesse sentido. 

Na Ânima Educação, onde eu colaborei para a criação do Ânima Plurais, há um movimento de diversidade e inclusão da holding de educação superior e a Globo, empresa onde eu trabalho atualmente e onde posso ver grandes avanços em relação ao tema, dentro e fora das telas”, finaliza.

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