De acordo com as previsões feitas pelo Fórum Econômico Mundial, estima-se que, até 2025, pelo menos 5% dos produtos já serão confeccionados em impressoras 3D. O fato é que a manufatura aditiva é uma novidade que será cada vez mais comum nas indústrias, não apenas para a produção de peças do zero, mas também para a realização de ajustes e reparos.

A seguir, confira mais detalhes sobre o processo e suas aplicações na indústria.

A manufatura aditiva

Marcelo Pessôa, professor da Fundação Vanzolini, engenheiro e especialista nas áreas de computação, automação e telecomunicações, explica que “a manufatura tradicional é denominada (hoje) de manufatura subtrativa, ou seja, eu construo peças a partir de um bloco de matéria-prima, fazendo operações de retirada do material, como tornear e fresar. Já a manufatura aditiva, é exatamente o contrário: eu construo peças adicionando material a partir do zero. O equipamento que faz esse trabalho é denominado impressora 3D” resume.

Ainda sobre o funcionamento dessa tecnologia, Pessôa afirma que “a impressora 3D mais comum recebe um filamento plástico (semelhante àquele fio de cortador de grama), que é aquecido e, por meio de uma mesa de coordenadas XY e um posicionador vertical controlado por computador, deposita o material pastoso que vai formando a peça a ser construída. Essa é uma das tecnologias utilizadas para construir peças plásticas denominada FDM (Fused Deposition Modeling). Outras impressoras mais sofisticadas, com tecnologia SLS (Selective Laser Sintering,) podem usar materiais como cerâmicas e metais, permitindo a produção de peças metálicas. A grande aplicação das impressoras 3D tem sido na construção de peças para o desenvolvimento de protótipos ou mesmo para a produção de peças em baixa escala produtiva.

Aplicando a manufatura aditiva para ajustes e reparos de peças

Como dissemos acima, a manufatura aditiva pode ser aplicada de diversas formas nas indústrias, entre elas na realização de ajustes e reparos de peças metálicas. “A construção de peças para reparos é outra aplicação interessante para impressoras 3D. As peças podem ser plásticas ou metálicas dependendo da aplicação. Com a tecnologia SLS, podem ser produzidas peças metálicas. No entanto, para fazer a peça, é necessário elaborar seu desenho em CAD 3D para que a impressora possa trabalhar. Há, também, uma tecnologia para obter o desenho em CAD 3D de uma peça construída a partir de uma original, que é copiada digitalmente por meio de diversas câmeras. Nesse caso, a peça quebrada é colocada nesse equipamento, seu desenho é obtido, as partes quebradas podem ser corrigidas, e a impressora 3D constrói uma peça nova igual”, explica o professor.

Ele acrescenta, ainda, que “no Brasil, há uma grande quantidade de equipamentos importados cujas peças para reparo nem sempre são fáceis de serem obtidas. Máquinas mais antigas, cujos fornecedores não existem mais ou tiraram os produtos de linha, também possuem como alternativa o uso das impressoras 3D. Normalmente, os tipos de peças que podem ser reproduzidas nas impressoras 3D são as de tamanho da ordem de 400 x 400 x 400 mm, embora possam ser encontradas impressoras com capacidade de construir peças maiores, mas, nesse caso, são equipamentos mais caros”, conclui.

Quer saber mais sobre  manufatura aditiva? Pensa em adotá-la em sua indústria para fazer ajustes e reparos em peças? Deixe sua mensagem nos comentários e até a próxima.