Desde 2005, com o Protocolo de Quioto, as emissões de gases pertinentes ao efeito estufa ganharam um valor econômico. Essa transação, cada vez mais valorizada, é conhecida como mercado de carbono, cujo objetivo é mitigar a emissão dos gases.

O mercado de carbono consiste em um sistema de compensação de emissão de gases do efeito estufa, por meio da aquisição de créditos.

Ou seja, as toneladas de carbono passam por uma certificação e são registradas em um determinado projeto. Por meio dos créditos, os gases são convertidos em unidades de dióxido de carbono equivalente (CO2e).

Quem pode adquirir? Tanto as indústrias que não atingiram suas metas de redução de gases quanto as que conseguiram reduzir.

Para a promoção das ações de mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), foram criadas duas estratégias centrais.

A primeira acontece por meio de políticas de comando e controle, cujo estado estabelece a regulação direta.

Enquanto isso, a segunda se dá via instrumentos econômicos, em que são adotados incentivos e subsídios, e inserida a precificação do carbono. Neste caso, um preço sobre as emissões de GEE é atribuído.

Descarbonização: economia de baixo carbono

A fim de desacelerar o aquecimento global e contribuir com as práticas de ESG na indústria, a descarbonização é uma alternativa viável e sustentável, principalmente, por meio do que chamamos de transição energética.

Trata-se da busca pela redução e, por que não dizer, a eliminação das emissões de gás carbônico nas indústrias.

A descarbonização tem como objetivo alcançar uma economia global e a neutralidade climática. É preciso realizar uma mudança estrutural que elimine o carbono da geração de energia.

Ou seja, utilizar energias alternativas limpas que emitam apenas o que o meio ambiente é capaz de absorver.

Para colocar em prática a descarbonização, a Neoenergia ressalta que as grandes empresas têm um papel fundamental no processo em si. Isso porque são as principais emissoras. “Mas, as pessoas também podem fazer a sua parte, já que é um processo que visa trazer qualidade de vida a todos”, frisa a holding do Grupo Iberdrola.

Ainda conforme a Neoenergia, as energias renováveis são as principais alternativas para o processo de descarbonização.

Por exemplo, a energia fotovoltaica (solar) – um investimento viável que auxilia na descarbonização e proporciona ações sustentáveis para a preservação do planeta, além da redução de custos com a conta de energia.

Vantagens da descarbonização para a indústria

  • A descarbonização é capaz de agregar valor ao negócio da respectiva organização e melhora a visibilidade da empresa no mercado;
  • Além disso, colabora com o desenvolvimento econômico de diversos setores da economia, principalmente os mais sustentáveis;
  • Traz benefícios à sociedade e ao meio ambiente;
  • Tende a acarretar na redução de impostos, além de gerar certificados de sustentabilidade;
  • Segundo a Neoenergia, trata-se de uma economia de baixo custo, uma vez que as energias renováveis são mais baratas a longo prazo.

Sobre a modificação do sistema de abastecimento de energia, a Iberdrola, distribuidora de gás natural e energia elétrica, indica que a transição para uma economia neutra em carbono até 2050 é possível e tem total sentido econômico.

“A descarbonização da economia é uma grande oportunidade para criar riqueza, gerar empregos e melhorar a qualidade do ar.”

Exemplo em descarbonização e sustentabilidade

A Esphera, startup com foco em soluções ambientais, criou um software que possibilita o desenvolvimento de um modelo de gestão ambiental corporativo e o fomento à cultura de sustentabilidade em seus clientes.

Segundo Lucas Machado, sócio-fundador da empresa, o programa atua por meio da centralização dos dados ambientais, do monitoramento da pegada de carbono, da apresentação dos dados de forma analítica e da consolidação de relatórios ambientais em padrões internacionais.

“Todos os setores da sociedade passaram a se conectar no ambiente digital. A sigla referente a práticas ambientais, sociais e de governança é uma realidade com potencial transformador. Governos, empresas e a sociedade de uma forma geral estão cada vez mais conscientes quanto à importância das melhores práticas ESG relacionadas aos aspectos ambientais, sociais e de governança”, comenta Machado.

É preciso estar atento ao que o mercado tem exigido com relação às emissões de carbono. Ou seja, investidores de diversos setores passaram a exigir de forma mais intensa que as empresas atendessem às práticas de ESG.

“O mercado é o principal provedor dessa cadeia e essa demanda acelerou pressões pela implementação de práticas sustentáveis.”

Quer saber mais? Baixe o nosso Guia ESG na indústria!