Você já imaginou ter o direito de escolher o fornecedor de energia para sua empresa, negociando preços e prazos e ainda ficando livre de bandeiras tarifárias?
Isso vem sendo possível no Mercado Livre de Energia.
Esse é um ambiente competitivo de negociação de energia elétrica que segue em crescimento no Brasil e com uma data já programada para uma expansão ainda maior, a partir de 1º de janeiro de 2024.
O mais interessante é que este ambiente garante uma série de benefícios às indústrias, dando a elas a liberdade de negociação de seus contratos, com tarifas menores e previsibilidade de custos.
O que é o Mercado Livre de Energia?
O Mercado Livre de Energia é um ambiente livre de negociação, no qual o cliente tem a liberdade para escolher as condições comerciais da sua contratação de energia elétrica.
Segundo Allex Yujhi Gomes Yukizaki, representante da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Mercado Livre de Energia é um ambiente onde os consumidores podem escolher o seu fornecedor de energia e negociar livremente os preços e as condições contratuais definidas bilateralmente.
“Nesse mercado, os consumidores podem optar por comprar energia de geradoras, comercializadoras e distribuidoras ou mesmo comercializar o excedente de energia”, ressalta.
Além disso, dentro do atual contexto, o Mercado Livre de Energia ainda é uma opção disponível apenas para empresas, conforme a demanda de energia contratada por elas, representando uma excelente opção para indústrias.
Todo tipo de indústria pode ser influenciado pelo ambiente de negociação
Com o crescimento deste tipo de mercado, todo tipo de indústria pode ser beneficiada com o Mercado Livre de Energia.
Para as indústrias de grande porte, os benefícios incluem:
- Possibilidade de negociar preços mais competitivos;
- Personalizar o contrato de fornecimento de acordo com as necessidades;
- Obter maior previsibilidade dos custos de energia; e
- Diversificar seu portfólio através de mix de contratos.
Dessa forma, Lucas Zajd, Diretor de Regulação e Inteligência de Mercado da CPFL Soluções, explica que estes benefícios influenciam positivamente no crescimento da grande indústria.
“Através do Mercado Livre de Energia é possível que grandes indústrias possam ter maior rentabilidade e contribuir para o meio ambiente e proporcionar um futuro melhor, se aliando, também, à Agenda ESG, que precisa se fazer presente nestas companhias.”
Já para as pequenas indústrias, Allex Yukizaki indica que a participação no Mercado Livre pode ser igualmente benéfica. “Pequenas empresas terão flexibilidade de opções de fornecedores de energia, o que potencialmente permite melhores condições de contratação”, diz.
Entretanto, o especialista da EPE ressalta que o benefício financeiro direto depende da relevância do insumo energia elétrica como item de custo, e a migração ao ACL (Ambiente de Contratação Livre) requer alguma expertise.
“Usualmente, as pequenas indústrias fazem contratos por meio de uma comercializadora varejista, e a possibilidade de fazer contratos diretamente com os geradores depende dos limites vigentes no processo de abertura ao ACL”, complementa.
Sua indústria pode migrar para o Mercado Livre de Energia?
A partir de janeiro de 2024, Lucas Zajd explica que toda empresa classificada como Grupo A poderá migrar para o Mercado Livre de Energia.
“Essa informação da classificação consta na conta de energia das empresas, mas caso o empresário tenha interesse e precise de ajuda para verificar se está apto para migrar, basta buscar informações junto às empresas, caso da CPFL Soluções.”
Para as empresas que desejarem migrar ainda esse ano há algumas regras a serem seguidas, como ser um Consumidor de Média ou Alta Tensão e ter demanda mínima contratada de 500 kW.
“Caso o consumidor esteja em média ou alta tensão, porém não atinja o mínimo de 500 kW de demanda, ele poderá unir várias unidades para atingir a demanda mínima e realizar o processo de migração, realizando a chamada Comunhão de Cargas”, recomenda Zajd.
O Diretor de Regulação e Inteligência de Mercado da CPFL Soluções explica que há duas formas de fazer isso:
- Comunhão de Direito – união de empresas com mesmo CNPJ e que estão situadas no mesmo submercado; ou
- Comunhão de Fato – união de unidades que são vizinhas e não podem ser separadas por nenhum tipo de via pública.
Na mesma conjuntura, Allex Yukizaki explica que os critérios que determinam quais consumidores podem escolher livremente seu fornecedor de energia elétrica foram sendo flexibilizados desde a publicação da Lei n° 9.074 em 1995.
Ele indica que com a portaria 465/2019 do Ministério de Minas e Energia (MME) foi estabelecido o cronograma para que consumidores de Alta Tensão (AT), com carga igual ou superior a 500kW, pudessem negociar energia com fornecedores independentes, da seguinte forma:
- A partir de 01/01/2021, consumidores com carga igual ou superior a 1.500kW;
- A partir de 01/01/2022, consumidores com carga igual ou superior a 1.000kW; e
- A partir de 01/01/2023, consumidores com carga igual ou superior a 500kW, todos independentemente do nível de tensão.
Indústria no Mercado Livre de Energia: cases de sucesso
Desde que foi implementado, o Mercado Livre de Energia vem beneficiando diversas indústrias, de diferentes segmentos, com vários cases de sucesso.
Um destes casos é de um dos clientes da CPFL Energia e que atua na área de fabricação de ração animal, sendo também referência em inovação. A empresa migrou para essa nova modalidade em setembro de 2016 e vem tendo excelentes resultados.
Essa empresa migrou 4 de suas unidades para o mercado livre de energia em setembro de 2016. Desde então, a empresa apresentou uma economia de 42% (referência out/2021) após essa migração.
Outro case de sucesso é da Linkplas Injetados. Essa é uma empresa que atua na indústria do plástico e migrou para o Mercado Livre de Energia em agosto de 2016.
Desde 2016 até 2021, a Linkplas apresentou uma economia média de 30% na conta de energia, equivalente a mais de 2,8 milhões de reais economizados.
Estes são apenas dois cases que indicam o quão importante é essa migração para o Mercado Livre de Energia. Mas, para alcançar bons resultados este processo precisa ser bem gerido, planejado e aplicado.
Aproveite este conteúdo para entender por que os investimentos em eficiência energética são crescentes nas indústrias.