Na indústria, gerir a fabricação e a co-fabricação vai muito além de garantir a saúde dos estoques, com níveis elevados de insumos, etc.

É preciso investir no relacionamento com os fornecedores, de modo que eles não sejam lembrados apenas quando a logística aponta alguma necessidade. Por outro lado, é preciso coordenar o mesmo tipo de relacionamento com os clientes, já que a indústria é fornecedora também.

Trata-se de uma prática mútua, uma via de mão dupla.

O próprio Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) aponta que “fornecedor é qualquer entidade, pessoa ou setor que fornece insumos ao processo em questão”.

A este relacionamento, de maneira mais apurada, é dado o nome de “comakership” – a evolução da gestão de fornecedores.

O que é comakership?

Ao contrário do que acontecia antigamente, quando os fornecedores eram vistos como inimigos dos clientes, atualmente, há uma preocupação em andar de mãos dadas.

Trata-se, basicamente, de uma estratégica baseada na confiança para aprimorar o processo de fornecimento. Segundo a ConnectPlug, “quem chega nesse nível dificilmente verifica todas as entregas, por exemplo. Trata-se do comakership”.

O objetivo é tornar as relações mais vantajosas para todos.

O método do comakership, que defende a boa relação entre cliente e fornecedor, traz benefícios e interesses mútuos às indústrias.

Por um lado, uma questão de fidelização, por outro, a facilidade de ter o contato sempre à disposição caso alguma necessidade urgente surja durante um processo industrial.

Resultado: garantia de qualidade e vantagem competitiva para ambos.

Vantagens do comakership para a indústria

O comakership proporciona à indústria uma série de vantagens operacionais, em virtude do mix de insumos fornecidos e da boa negociação por eles.

Para os especialistas da ConnectPlug, “a gestão de fornecedores é fundamental para que toda a cadeia produtiva funcione bem”.

Por exemplo, não adianta ter um gestor de operações capaz, que organiza muito bem a linha de produção e tem um ótimo relacionamento com os colaboradores se ele não dá conta dos fornecedores.

A propósito, são os insumos e peças fornecidos por eles que proporcionarão a prática da manufatura. Ninguém fabrica com qualidade se a matéria-prima não for boa também, correto? É aí que entra o fornecedor e o relacionamento com ele: comakership.

Fora isso, existe a concorrência. O mercado está acirrado e os demais fabricantes também estão em busca dos melhores produtos.

Conforme a ConnectPlug, “é aí que mora a importância do relacionamento entre empresas e fornecedores”. Todos estão correndo atrás das melhores parcerias.

Mais benefícios

As indicações do comakership para a indústria são: conhecer bem o seu fornecedor e, no caso dos fornecedores, conhecer a fundo o cliente.

Esse modelo é ideal, uma vez que o fornecedor pode passar a ajudar no desenvolvimento dos processos do cliente, bem como a sugerir melhorias na própria produtividade.

Negociações

É óbvio que todo empreendedor negocie preços, uma vez que a sua produção depende disso.

O bom relacionamento com o fornecedor contribui muito para baixar custos. A dica da ConnectPlug neste sentido é: “ao lidar com a mesma pessoa na empresa, fica mais fácil desenvolver um relacionamento com ela. Deste modo, fica mais fácil conseguir preços mais baixos para a matéria-prima”.

Por outro lado, o fornecedor deve ser sempre transparente e manter contato constante de maneira cordial. As relações podem transpassar o profissional, até com uma certa empatia em alguns casos, mas sem ser forçada para não parecer artificial.

Prazos

Geralmente, as entregas são um gargalo para a indústria, uma vez que muitos fornecedores podem atrasar. No entanto, por meio do chamado comakership, é possível negociar prazos com os distribuidores.

A ConnectPlug diz assim: “primeiramente, é preciso reconhecer a logística, pois ela depende de vários fatores, como disponibilidade do item no estoque do fornecedor, uma boa organização logística, etc”. E isso só é possível a partir de um bom relacionamento.

“Se você for um comprador frequente, o fornecedor verá o relacionamento entre vocês como algo valioso.”

Os fornecedores, ao traçar uma boa relação, podem conseguir prazos melhores para entregar os produtos, caso algum contratempo apareça, sem perder o cliente.

O segredo é o mesmo de sempre: o relacionamento.

Como gerir o makership – de cliente para fornecedor, de fornecedor para cliente?

O primeiro passo é a qualidade. No caso do fornecedor, ele deve mostrar a qualidade dos produtos e provar que tem a melhor carga do mercado.

Resultado, uma parceria duradoura. Para o cliente, é imprescindível pesquisar os melhores fornecedores e eliminar os inferiores. O objetivo é priorizar quem excede as expectativas.

Em seguida, vem a integração operacional. Nesta etapa, as estratégias de cliente e fornecedor são mescladas, se caracterizando pelo envolvimento de quem fornece nos processos de quem compra. Até metas conjuntas podem surgir deste momento.

Para finalizar, podemos falar justamente sobre isso: a integração das estratégias – o comakership de fato.

“Há uma gestão comum de processos, além de um fornecimento sincronizado com qualidade assegurada.”

Em suma, fornecedores e clientes devem desenvolver uma relação de confiança, a fim de se tornarem parceiros em prol de ambos os negócios. Como está a sua relação com seus fornecedores? E com os seus clientes?