A indústria de manufatura no setor metalomecânico vem vivenciando uma nova revolução industrial nos últimos 40 anos. Uma revolução tecnológica. Novos produtos vêm sendo introduzidos no mercado de forma intensa, com maior qualidade, visual mais atrativo, ótimo desempenho e muitas vezes produzidos de forma customizada, ou seja, atendendo o desejo de poucos ou até de um único consumidor.

Esta evolução se deu graças à célere informatização da manufatura, através dos controles digitais aplicados às máquinas, equipamentos e sistemas de desenvolvimento de produto e de controle da produção. É a era da Manufatura Avançada dentro dos conceitos da Indústria 4.0.

Na realidade, os produtos de alta tecnologia produzidos atualmente são verdadeiras obras-primas a ponto de causar enorme desejo aos seus consumidores. Automóveis, aviões, satélites, equipamentos para a medicina, próteses ortopédicas, telefonia móvel, eletrodomésticos, entre tantos outros produtos, atingiram um elevado nível de precisão, desempenho, conforto e admiração.

Na época do Renascimento, nos séculos XV e XVI, ocorreu a revolução das artes e da arquitetura, onde artistas, como pintores, escultores e arquitetos produziram as suas obras-primas, fruto de suas criatividades e genialidades, com a habilidade de suas mãos.

Passados séculos, vemos hoje produtos maravilhosos sendo projetados por sistemas computacionais avançados e produzidos por máquinas-ferramenta digitais inteligentes, programadas e controladas através de softwares dedicados, trabalhos estes desenvolvidos e manejados inteligentemente pelos atuais artistas, os engenheiros e técnicos da Manufatura Avançada. É o Renascimento no século XXI, uma revolução na indústria, nas ciências e na tecnologia.

A evolução da máquina-ferramenta foi decisiva para que a produção de peças se tornasse cada vez mais eficiente, produtiva e flexível. Com novos materiais, componentes e conceitos construtivos, que somados às modernas ferramentas de corte de alto rendimento e à evolução da eletrônica e dos controles digitais, as máquinas-ferramenta passaram a ser eficientes centros de operações, com a finalidade de produzir peças das mais diversas geometrias por completo numa única fixação, desde as mais simples até as de elevada complexidade, eliminando assim operações posteriores. Como resultado, mais produtividade, menores custos de fabricação e maior qualidade.

Centros de torneamento que fresam, fresadoras que torneiam, centros de usinagem de cinco eixos, retificadoras multioperacionais, impressoras 3D para a manufatura aditiva e prensas que cortam sem rebarba, são exemplos desta revolução tecnológica.

Hoje, a diversidade de oferta de máquinas-ferramenta digitais, com base nos seus conceitos construtivos e nas suas capacidades operacionais, é enorme, sendo que a definição da aplicação ideal de equipamentos para atender a uma determinada necessidade de produção fica muito facilitada.

Dependendo dos trabalhos a serem realizados, as modernas máquinas-ferramenta podem ser aplicadas tanto de forma autônoma, como integradas em células de manufatura, intercomunicando-se com outros equipamentos, como sistemas de carga e descarga de peças, equipamentos de controle de qualidade, máquinas de gravação, mecanismos para montagem, entre outros conjuntos necessários para a produção seriada e flexível de bens duráveis.

A evolução tecnológica é inexorável e a sua aplicação é a garantia do progresso industrial e da produção de obras-primas da engenharia de manufatura, como as três peças apresentadas.  _______________________________________________________________________

Alfredo Ferrari é Engenheiro Mecânico, Vice-Presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura.

Este artigo foi elaborado originalmente para a Revista “O Mundo da Usinagem” – Edição nº 120