A Manufatura Avançada está deixando de ser apenas uma tendência para se tornar realidade nas empresas, inclusive nas de pequeno e médio porte. Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), realizado com 2.225 empresas de todos os portes, mapeou a adoção de tecnologias digitais relacionadas à Manufatura Avançada. Segundo a pesquisa, 73% das companhias afirmaram usar, ao menos, uma tecnologia digital na etapa de processos. Além disso, 47% utilizam na etapa de desenvolvimento e 33% em novos produtos e novos negócios.

Porém, vale lembrar que a Manufatura Avançada não é uma nova tecnologia, mas um novo conceito de utilização da tecnologia industrial de ponta atualmente existente. E embora companhias pequenas e médias já adotem o Big Data Analytics para verificar detalhadamente os números de sua cadeia produtiva, o diretor de tecnologia da Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), João Alfredo Delgado, declara que “para tudo existe um processo natural de implementação que deve ser lento, porque depende do investimento macro.”

Ainda de acordo com Delgado, esta é “uma mudança cultural, pois o modelo de negócio muda bastante, assim como o conceito com o qual as empresas trabalham. E esse processo vai mudar muito, tanto na Alemanha quanto aqui. E essa revolução já está acontecendo.” A mudança cultural é, portanto, na avaliação do especialista, um dos primeiros passos para empresas pequenas e médias se adequarem ao conceito.

Para o consultor e especialista em Manufatura Avançada, Paulo Roberto dos Santos, implementar a Manufatura Avançada é provocar uma profunda reflexão sobre o posicionamento da empresa no mercado e os caminhos que ela utilizará para adicionar valor ao negócio. Os desafios tecnológicos estão relativamente equacionados e são facilmente solucionados com equipamentos, sistemas e softwares já disponíveis

Uma vez atingido esse nível de consciência, o passo seguinte será o entendimento do papel que a empresa desempenhará nesse novo cenário, revisando seu planejamento estratégico e alinhando esse novo papel”, complementa Santos. “A partir do novo plano estratégico, será possível estabelecer as prioridades de revisão de processos e investimentos e iniciar a implementação propriamente dita. ”