Quando o assunto é a motivação dos colaboradores dentro do ambiente corporativo, a primeira coisa que vem em mente são benefícios, bons salários, participação nos lucros e um plano de carreira bem estruturado – fatores que costumam ser mais fáceis de administrar em períodos de alta da economia. Mas após momentos de baixa, como os vividos nos últimos anos pela indústria brasileira, como impedir que o desânimo prejudique ainda mais os resultados da empresa, criando um círculo vicioso de negatividade?

A seguir, José Luiz Tejon Megino, palestrante internacional com mais de 30 livros publicados, doutor em Pedagogia da Superação pela UDE/Uruguai e diretor da Bio Marketing, fala sobre como os gestores podem contribuir para que um clima de positividade se instale em suas indústrias a partir de 2018. Confira:

A Voz da Indústria: Qual a importância de criar um clima de positividade dentro da empresa?

José Luiz Tejon Megino: O cérebro humano é uma máquina que copia. A neurociência já estudou que, para cada notícia ruim (pessimista ou negativa), nós precisamos receber, no mínimo, cinco notícias assertivas, positivas, de esperança e de coragem. O que se estabelece em todas as áreas da vida, inclusive no ambiente competitivo empresarial, é uma luta pelas percepções humanas. Portanto, nós precisamos, sim, da criação constante e permanente de uma realidade esperançosa, por meio do envio e da multiplicação de informações evolutivas, assertivas e de progresso.

A Voz da Indústria: O otimismo é contagiante?

José Luiz Tejon Megino: O otimismo é, sim, contagiante. Mas o otimismo que não se traduza em realidade é frustrante. Por isso, insisto que a esperança realista, acompanhada de ações racionais, e não somente emocionais, contagia positivamente, criando um ambiente criativo e de autoestima, no qual a tendência de multiplicação do êxito se estabelece. O ambiente determina o fracasso ou a vitória!

A Voz da Indústria: Em que medida as palestras motivadoras são capazes de criar um ambiente de vitória?

José Luiz Tejon Megino: Palestras motivacionais, apresentadas por pesquisadores ou educadores, são baseadas em fatos e estudos; elas atuam positivamente na abertura da consciência humana. E se forem apresentadas por pessoas que são o exemplo em si, que compartilham as suas experiências, são extremamente estimulantes. Afinal, o ser humano quer se transformar nas pessoas que admira.

A Voz da Indústria: Como este empresário deve se preparar para lidar com as frustrações durante uma crise?

José Luiz Tejon Megino: As crises são espetaculares, são as grandes bênçãos divinas do progresso. As crises criam incômodos grandiosos suficientes para fazer com que ocorra a mudança, a disruptura, a criatividade. É preciso aprender logo cedo, desde criança, que a crise existe. Não se pode imaginar que você irá dirigir um negócio e que ele não será submetido a um ciclo de crise. Portanto, um líder deve partir do pressuposto que as crises existem e as incertezas dominam a economia muito mais do que as certezas. E compreender o inexorável e o inevitável dos ciclos é um fundamento que qualquer líder precisa ter e trabalhar. A pergunta não é se haverá crise, mas, sim, quando.

A Voz da Indústria: O que dizer da gestão em crise?

José Luiz Tejon Megino: A gestão em crise deve ser um pressuposto preventivo. Se o gestor se antecipou ao ciclo de baixa, provavelmente ele diversificou o seu mercado, a sua carteira de clientes, investiu em P&D e aplicou com convicção em tecnologia. Mas se isso não aconteceu, e a empresa entra numa pré-falência, cria-se um ambiente militar de sobrevivência. É importante entender que o planejamento estratégico é um roteiro, mas ele não é inflexível. É preciso estar preparado para mudar e alterar esse planejamento à luz da realidade vigente. Para tanto, sempre foi e sempre será de fundamental importância a palavra no sentido do fortalecimento e do encorajamento de todos os colaboradores da empresa.

Continue acompanhando o nosso canal de conteúdo e fique por dentro de outras dicas importantes para aprimorar a gestão da sua indústria.