O conceito de Realidade Aumentada não é algo novo. No começo da década de 1990, o pesquisador da Boing, Tom Caudell, usou o termo para descrever um display que misturava gráficos virtuais com a realidade. Já nos anos 1960, aviões de guerra possuíam painéis inteligentes que mostravam informações sobre a aeronave no próprio vidro dianteiro, evitando que o piloto desviasse o olhar do seu percurso. Com o passar dos anos, no entanto, a tecnologia ganhou espaço como pilar da Manufatura Avançada, oferecendo importantes soluções produtivas.

“A Realidade Aumentada é a possibilidade de usar um aparelho, como um tablet, celular ou computador, com algum tipo de marca de referência (QR Code), posicioná-lo em direção a algo, para que ele possa reconhecê-lo e, combinado com um programa de computador, gerar dados adicionais que, ao serem aumentados, possibilitam uma série de alternativas”, explica, em linhas gerais, o consultor e especialista em Manufatura Avançada, Paulo Roberto dos Santos.

Indo um pouco além, a aplicação do conceito de Realidade Aumentada só faz sentido pleno quando compreendido dentro de um contexto maior, interagindo com IoT (Internet das Coisas) e Big Data Analytics para que integre toda a complexidade da Manufatura Avançada. Essas combinações, permitiriam mostrar o estado de um determinado produto – se ele já está montado, se tem algum defeito, se ainda falta algo na linha de produção – a qualquer um que tenha acesso a um tablet, celular ou computador.

Profissionais do segmento afirmam que a tecnologia extremamente disruptiva, que tem demanda latente para redução de custo, de prazo, da melhora da produção e dos equipamentos. A boa notícia é que o Brasil dispõe das tecnologias necessárias para usar Realidade Aumentada na manufatura, mas há problema na articulação e na eficiência do sistema brasileiro, com problemas como o tributário, que podem impor lentidão ao avanço tecnológico.