A produção industrial brasileira começou a dar sinais de recuperação. Entre maio e junho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), houve crescimento de 1,1%. Nove estados foram determinantes à melhora. Destaque para Rio de Janeiro, com crescimento de 5,7%, Santa Catarina (5,4%), Pará (4,9%) e Rio Grande do Sul (4,6%). Segundo o IBGE, a alta da indústria no mês teve taxas positivas disseminadas, alcançando as quatro grandes categorias econômicas em 18 dos 24 ramos pesquisados. O setor de metalurgia subiu 4,7%, enquanto o de veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento de 8,4%.

Existe uma expectativa de melhora principalmente no setor de infraestrutura, diz presidente da Abemi

E o novo ânimo desse último segmento, sobretudo com a exportação, pode ter influência direta na indústria de máquinas e equipamento – a General Motors, por exemplo, projeta um crescimento de 52% nas vendas externas em relação a 2015. Após dois anos consecutivos de pessimismo e incertezas, a indústria começa a olhar 2017 de outra maneira. O que exige um planejamento adequado para aproveitar, quem sabe, o que poderá ser um bom momento.

“Existe uma expectativa de melhora principalmente no setor de infraestrutura com as novas condições políticas e macroeconômicas do País”, resume Nelson Romano, presidente da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia Industrial). A mudança de perspectiva, assim, exigirá um cuidado especial: embora a melhora não deva ser momentânea, as empresas precisam recuperar o fôlego estrutural e financeiro. Não apostando necessariamente no presente, mas tendo em vista o que pode ocorrer no decorrer de 2017.

“A preparação (para 2017) consiste em manter as diversas empresas do setor em condição técnica e ecônomo-financeira forte para enfrentar um possível aumento de demanda por serviços”, projeta o presidente da Abemi.

Romano, contudo, pondera que a melhora deverá ser lenta, em etapas, gradativa. Mesmo com as boas perspectivas, a cautela ainda é a melhor aposta para 2017. “A recuperação da economia, a redução dos juros e a queda da inflação, entretanto, deverão ser lentas, de forma que a prudência deve comandar as ações empresariais”, sugere.

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