A indústria absorve 32,9% da energia consumida no Brasil, segundo o Balanço Energético Nacional 2015, ano base 2014, desenvolvido pela EPE (Empresa De Pesquisa Energética) do Ministério de Minas e Energia. No setor, a maior parte da demanda é puxada pela eletricidade (20,2%), seguida pelo bagaço de cana (18,5%) e pelo carvão mineral (13,5%). De olho nisso, organizar a produção é um recurso importantíssimo para economizar energia, tendo em vista que é uma das atividades industriais que mais aumenta a conta no final do mês.

Porém, como fazer isso é uma dúvida bastante comum. Quem a esclarece é o coordenador do curso de Engenharia de Produção da PUC-PR, Ney Cesar de Oliveira King. “Com o conhecimento detalhado de todos os processos, podemos programar os equipamentos que utilizam mais energia para que operem somente em horários de baixo custo, organizando a produção de modo a não perder produtividade.”

A manutenção das máquinas também é fundamental para que não haja perda de eletricidade por mau funcionamento

Uma atenção especial deve ser dada a equipamentos que consomem alta carga de energia elétrica e têm como característica funcionar 24 horas por dia. King compara o comportamento técnico de uma geladeira ao dessas máquinas. “Ela consome mais energia quando o termostato pede para entrar o compressor. Como analogia, essa será a forma de programa o funcionamento de fornos, por exemplo, com o cuidado de ser em horários de demanda de custo baixo.”

Vale lembrar a existência de pesquisas que apontam a substituição e aproveitamento dos rejeitos da indústria como matéria-prima para o funcionamento de equipamentos que gastam muita energia. Diante disso, o especialista considera que a engenharia, hoje, tem um papel fundamental em fazer com que ciclos de produção sejam fechados com a utilização de sobras.

A manutenção das máquinas também é fundamental para que não haja perda de eletricidade por mau funcionamento. “O custo disso é muito relativo em função do tipo de processo, mas o que devemos fazer sempre é evidenciar as perdas para corrigi-las o mais rápido possível. Pense que perda é jogar dinheiro fora, e num processo produtivo é inadmissível existir desperdício”, sentencia.