O conceito da Manufatura Avançada – também conhecida como Indústria 4.0, Indústria do Futuro e Fábrica Inteligente – começa a se popularizar e ganhar força em todo o mundo como um novo modelo de negócio, caracterizado pela integração e pelo controle remotos da produção das indústrias, a partir de sensores e equipamentos conectados em rede (sistemas de automação associados a sistemas cyber-físicos) que trocam informações em tempo real com pouquíssima intervenção humana, de forma a garantir mais agilidade, flexibilidade, redução de custos, otimização de recursos, fim de desperdícios e personalização de produtos ao consumidor.
Diante desse cenário, os robôs autônomos tendem a assumir, cada vez mais, a execução de tarefas padronizadas e, até mesmo, trabalhos mais complicados. “Eles vão passar a executar o mais difícil, enquanto o funcionário apenas atuará para complementar a atividade. Os robôs podem, inclusive, aprender como calcular o melhor trajeto entre um ponto e outro, pois têm um grau de autonomia capaz de ajustá-los a qualquer realidade. Mas vale a pena ressaltar que esse trabalho conjunto não pode ser feito por um robô qualquer, mas, sim, por um autônomo, que não expõe o ser humano a riscos. Quando ele percebe que o profissional vai interagir, ele age de uma maneira, e quando entende que o ser humano se afastou, passa a atuar de outro jeito”, explica Paulo Roberto dos Santos, consultor especialista em Indústria 4.0.
Não à toa, a utilização de robôs autônomos cresceu em todo o mundo nos últimos anos. Em 2015, foram vendidos 248 mil unidades, o que representa uma expansão de 12% em comparação com 2014, quando foram comercializadas 221 mil robôs, de acordo com a Federação Internacional de Robótica (IFR). O volume quadruplicou desde o período de 2009 até 2015.
Em 2018, serão cerca 2,3 milhões de unidades nas fábricas de todo o planeta. A Ásia permanece como o principal mercado mundial. Na região foram vendidas em 2015 aproximadamente 156 mil unidades, um crescimento de 16%. Já na Europa, os três principais mercados individuais da Europa são: Alemanha (20 mil unidades), Itália (6,7 mil unidades) e Espanha (3,8 mil unidades). Nas Américas, o mercado tem se mostrado ainda mais dinâmico com expansão de 15%. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre de 2016, foram vendidos 14.583 robôs no mercado norte-americano, de acordo com a Association for Advancing Automation. As montadoras são as que mais investem nessa tecnologia, na busca pela redução do tempo de processamento, de custos e falhas.