O segundo dia da edição 2021 da Indústria Xperience reuniu profissionais para abordar a transformação digital e as possibilidades desse novo cenário para a indústria. Como parte da 14ª edição da ABIMAQ Inova, que ocupou a manhã com debates e palestras, a retomada da indústria através da tecnologia foi destaque na abertura dessa quarta-feira. João Delgado (ABIMAQ) recebeu para o primeiro painel do dia Leôncio Barbosa (Processor) e Marcelo Cruzeiro (WEG). O especialista da WEG aproveitou seu espaço para dividir alguns cases de sucesso de aplicações de Cloud Computing e SaaS oferecidos pela empresa, conceituando os termos e exemplificando os benefícios. “Utilizar esse tipo de solução gera muitas possibilidades positivas, como a melhoria da eficiência operacional e mesmo o surgimento de novos negócios”, comentou.

Barbosa destacou também que a indústria se encontra hoje em uma nova realidade. “O mercado está desafiando todas as organizações, inclusive o mercado de máquinas”, disse. “Estamos vivendo em uma transição infinita, uma grande mudança de paradigma, em que os contextos globais afetam diretamente os locais. As soluções que nos trouxeram até aqui podem não ser suficientes para nos levar adianta”, completou. “Vivemos hoje em um mundo que é complexo, e por isso exige soluções complexas. Por isso, precisamos nos apoiar em parceiros competentes para conseguir extrair o melhor desse momento”, defendeu Delgado durante a conversa.

Já no segundo painel, os palestrantes Lucas Silva (Balluff Brasil), Rodrigo Tutilo (Advantech) e Joni Medeiros (TOX) trouxeram os dispositivos IIoT para o centro da conversa. Os convidados foram unânimes em afirmar que é possível trazer mais conectividade para as plantas fabris, mesmo sem substituir as máquinas. “Nem sempre, ao chegar em um cliente, vamos encontrar um terreno plano, pronto para construir do zero uma solução. Encontraremos sempreuma situação mais irregular, e será preciso planejar uma jornada única, que se adapte à realidade de cada cliente”, comentou Silva.

Medeiros defendeu também que os desafios acabam estando interligados e é preciso começar da base, implantando tecnologia em todos os equipamentos em que seja possível utilizar essa solução. “Não é preciso substituir todas as máquinas, o foco precisa estar na instrumentalização, para aumentas a aplicação de IoT nas máquinas, gerando mais conectividade para o parque industrial”, completa Tutilo.

Segurança cibernética, big data e blockchain

Abrindo as palestras da tarde, Celso Louros (CJL Consultoria) apontou que a quantidade de informações e dados disponibilizados pelas tecnologias da era 4.0 exigem também novos cuidados. “Toda essa evolução tecnológica que vem acontecendo tornou ainda mais importante a velocidade e confiabilidade da informação. Com isso, a proteção dos dados, o compliance e a governança das empresas também se tornaram indispensáveis”, comentou o consultor. “A tecnologia facilita nossas ações, mas também nos expõe a novos riscos”, alertou.

Na sequência, Jeff Prestes (PUC-SP) conversou com Mauro Andreassa (IMT), embaixador da Indústria Xperience, sobre os conceitos e mitos envolvendo a tecnologia do Blockchain, que traz mais segurança aos registros de comunicação dos processos industriais. “Um dos problemas encontrados quando falávamos sobre a comunicação M2M – Machine to Machine – era a falta de uma maneira confiável de registrar e armazenar as informações que vinham das máquinas. Com a evolução do blockchain, esse registro hoje é possível e confiável”, explicou. “Isso não é uma tecnologia futurista, para 2050, pelo contrário: já é uma realidade disponível hoje para as indústrias”, completou.

Ainda dentro das possibilidades do uso de blockchain para a indústria, Sérgio Medeiros (7COMm) assumiu a palestra das 15h, trazendo exemplos globais de locais dos benefícios dessa tecnologia. Com cases da indústria, do varejo, de processos públicos e privados, o especialista apontou as fraquezas e oportunidades do uso de BC, defendendo a segurança e a confiabilidade dos sistemas. “Entender em que pontos do processo essa tecnologia pode agregar valor é muito importante antes de investir nela. Conhecendo o processo, os intermediários e parceiros, essas necessidades ficam mais claras e é mais simples definir estrategicamente onde o blockchain pode ser aplicado”, apontou.

Matéria-prima: como reduzir o consumo e lidar com o alto custo

Encerrando o segundo dia de evento, Karan Silva (Altair) e Adriano Koga (Altair) promoveram um debate sobre o alto custo dos materiais e insumos para a indústria, focando principalmente em aço, polímeros e ferro. A opção apresentada e desenvolvida pela Altair reforça o conceito de otimização estrutural, que leva ao desenvolvimento e aprimoramento da fabricação de peças para resultados mais leves e que consumam menos material. “A otimização estrutural é uma técnica que combina tecnologia e conhecimento técnico para que toda a produção faça o aproveitamento completo do material, evitando desperdícios e redirecionando o consumo de matérias-prima”, comentou Koga.  

A otimização acontece dentro de um ambiente digital, um laboratório virtual, que melhora o design e o desempenho das peças, levando em consideração a escolha do material, sua espessura, estrutura e topologia. Apresentando cases de empresas de transporte por trilhos, aeronáuticas e maquinário, os representantes da Altair demonstraram com exemplos reais como essa otimização pode levar a um uso ainda mais eficiente da matéria-prima.

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