A indústria brasileira se prepara para um salto em 2025. Com um PIB projetado para crescer até 2,5% no próximo ano, o setor demonstra resiliência e aposta na inovação para consolidar seu crescimento, o que passa pela busca por mais eficiência, competitividade e sustentabilidade. Essa transformação fica mais nítida diante dos diferentes níveis de maturidade na gestão industrial, desde a Operacionalização, com foco em ERP, mobilidade para manutenção de ativos e gestão à vista da produção, passando pela Otimização Industrial, com a implementação de sistemas MES, planejamento avançado com CRP, MRP e APS, até a chegada da Indústria 4.0, com a adoção de inteligência industrial, IA, conectividade 5G, e comunicação M2M (machine to machine).
Nesse contexto, algumas tendências-chave se destacam para o próximo ano, moldando o futuro da manufatura brasileira e abrindo novas oportunidades para empresas que buscam maior relevância neste mercado tão competitivo.
Resultados começam no chão de fábrica
Observamos que a Indústria 4.0 está cada vez mais acessível às pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras, democratizando o acesso a tecnologias que antes eram exclusivas das grandes indústrias. Soluções de IoT (Internet das Coisas), cloud computing, sistemas MES (Manufacturing Execution System) e aplicativos mobile, com custos mais baixos e implementação mais simples, empoderam as PMEs a otimizar seus processos, aumentar a produtividade e competir em um mercado cada vez mais exigente.
Essas ferramentas trazem ganhos significativos de eficiência e agilidade, permitindo o monitoramento da produção em tempo real (com MES), a gestão eficiente de recursos e a tomada de decisões baseadas em dados. Aplicativos móveis, em particular, desempenham um papel crucial nessa transformação, colocando informações importantes na palma da mão, a qualquer hora ou lugar, impulsionando a mobilidade e a tomada ágil de decisões.
Outra ferramenta que se destaca como uma poderosa aliada da produtividade e eficiência operacional da manufatura nacional é a Inteligência Artificial, aliada ao machine learning. Longe de ser uma novidade, essas tecnologias estão amadurecendo e se integrando aos processos industriais, oferecendo ganhos concretos em diversas áreas.
A IA preditiva, por exemplo, já auxilia na otimização de cadeias de suprimentos, prevendo demandas com maior precisão e reduzindo custos com estoques; enquanto a IA Generativa consegue ler os dados do sistema e gerar insights valiosos para a operação. O machine learning, por sua vez, aprende com os dados da produção, identificando padrões e incoerências que permitem otimizar a programação da produção, prever falhas em equipamentos e melhorar a qualidade dos produtos.
Essa combinação de tecnologias permite que as indústrias tomem decisões mais precisas, reduzam desperdícios, aumentem a produtividade e se tornem ainda mais competitivas. Não se trata de uma revolução, mas de uma evolução inteligente, aproveitando o potencial dessas tecnologias de ponta para aprimorar o que já funciona e alcançar novos patamares de excelência operacional.
Expandindo os horizontes da indústria
As empresas vivem uma busca incessante por formas de maximizar lucros e potencializar a gestão, olhando também para novas fontes de receitas marginais. Diante deste cenário, e a mudança nos hábitos de consumo, o e-commerce deixou de ser uma tendência para se tornar um canal de vendas cada vez mais comum do setor de manufatura.
Para as indústrias, a entrada no mercado de comércio eletrônico, tanto no modelo B2B quanto B2C, representa uma oportunidade de expandir os negócios e alcançar novos clientes. Mas a preparação para essa jornada exige planejamento e estratégia. A escolha entre marketplace e e-commerce próprio dependerá das características de cada negócio – marketplaces oferecem mais visibilidade e alcance, enquanto plataformas próprias permitem maior controle sobre a marca e a experiência do cliente. Uma estratégia híbrida, combinando ambos os canais, pode ser a solução ideal para muitas indústrias.
Seja em marketplaces ou em canais próprios, a indústria precisa adaptar sua operação para atender às demandas do comércio online, o que inclui otimização logística, gestão eficiente de estoques, integração com sistemas de pagamento e implementação de ferramentas de atendimento ao consumidor. Um ERP robusto e especializado é essencial para gerenciar essas etapas, garantindo a fluidez das operações e a satisfação do cliente.
ESG é o guia do mercado
A agenda ESG segue como pauta imperativa para as indústrias brasileiras. Em 2025, a pressão por transparência e conformidade com as normas, como as da IFRS, será ainda maior. Investir em tecnologias de monitoramento e elaboração de relatórios ESG é o caminho para atender a essas demandas.
Soluções que rastreiam emissões de carbono, gerenciam o consumo de recursos, monitoram a diversidade e inclusão na força de trabalho e garantem a ética nos negócios se tornarão essenciais. A tecnologia não apenas facilita o cumprimento das normas, mas também impulsiona a inovação sustentável, abrindo caminho para novas oportunidades de mercado e fortalecendo a reputação das empresas.
O futuro da manufatura brasileira em 2025 promete ser uma combinação de resiliência e inovação, com a tecnologia pavimentando o caminho para um setor mais eficiente, sustentável e competitivo. O compromisso com a inovação e a capacidade de adaptação serão os maiores aliados das empresas que desejam alcançar novos patamares de produtividade. Aquelas que abraçarem essa transformação estarão preparadas não apenas para acompanhar, mas liderar a evolução do mercado.