Dados recentes mostram que a inspeção correta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pode reduzir em até 45% o risco de falhas durante a operação. O dado reforça a importância de rotinas sistemáticas de verificação, já que o uso adequado é decisivo para preservar vidas.

O Brasil registrou 413.383 acidentes de trabalho e 1.689 mortes, segundo dados oficiais. As estatísticas indicam que, apesar dos avanços tecnológicos e do fortalecimento da fiscalização, o país ainda enfrenta desafios estruturais na prevenção. Muitos deles estão associados ao uso inadequado de EPIs ou à falta de orientação sobre a forma correta de utilizá-los.

Especialistas destacam que grande parte das falhas ocorre não por ausência de equipamentos, mas por desgaste natural, mau estado de conservação ou falta de checagens periódicas.

Além do impacto direto na segurança, as inspeções têm efeito educativo. Cada verificação cria oportunidades para orientar equipes, padronizar procedimentos e corrigir hábitos incorretos de uso.

Outro ponto relevante é o avanço das tecnologias de monitoramento, que facilitam a gestão dos EPIs e permitem acompanhar o ciclo de vida dos itens com maior precisão. Sistemas digitais têm sido adotados para reduzir vulnerabilidades e ampliar a segurança operacional.

Uso inadequado aumenta riscos de acidentes

O uso inadequado de EPIs pode elevar em até 60% o risco de acidentes graves no ambiente de trabalho. Isso significa que, mesmo quando a empresa fornece os equipamentos, a falta de fiscalização, treinamento ou ajustes adequados pode manter trabalhadores expostos.

Erros comuns, como uso de modelos incompatíveis com o tipo de risco, falta de higienização ou ajustes incorretos, ampliam a vulnerabilidade das equipes e comprometem a proteção.

A legislação reforça essa responsabilidade. A Norma Regulamentadora 6 (NR-6) determina que as empresas devem fornecer, sem custos, equipamentos adequados e em plenas condições de uso. A obrigação se aplica em situações como:

  • Quando as medidas de proteção coletiva não forem suficientes para eliminar ou reduzir totalmente os riscos;
  • Durante o período de implantação dessas medidas coletivas, enquanto a proteção não está completa;
  • Em cenários emergenciais que exijam proteção imediata do trabalhador.

Esses critérios funcionam como um protocolo de prevenção que precisa ser seguido para minimizar falhas e reduzir acidentes.

Como realizar a inspeção do EPI

A gestão correta dos EPIs é uma etapa essencial na prevenção de acidentes. Verificações frequentes ajudam a identificar danos sutis, desgastes e problemas de ajuste que podem comprometer a proteção do trabalhador. Os passos recomendados incluem:

  • Avaliar o estado físico do equipamento, como rasgos, rachaduras ou deformações;
  • Conferir se o modelo e o tamanho são compatíveis com a atividade;
  • Verificar validade ou tempo máximo de uso recomendado;
  • Testar ajustes e sistemas de fixação;
  • Registrar cada inspeção para garantir rastreabilidade;
  • Substituir imediatamente itens danificados ou fora de especificação.

Dessa forma, os EPIs podem se tornar parte ativa da prevenção. Em um cenário de altos índices de acidentes, fortalecer a rotina de segurança é essencial para proteger vidas.