Com foco no futuro da indústria brasileira, o Parque de Ideias deu início à sua programação na EXPOMAFE 2025 nesta terça-feira (06/05), reunindo especialistas, empresas e tecnologias que apontam os rumos da manufatura avançada. A jornada de palestras destacou como a digitalização e os princípios da Indústria 4.0 vêm contribuindo para reduzir custos, aumentar a produtividade e mitigar impactos ambientais.
Entre os destaques do primeiro dia, foram apresentadas soluções que permitem simular processos industriais antes mesmo de sua implementação física — encurtando prazos, economizando com protótipos e acelerando o lançamento de novos produtos no mercado. Casos reais mostraram que a economia pode chegar a até R$ 400 mil com o uso inteligente de tecnologias, evidenciando que a transformação digital deixou de ser tendência para se tornar uma exigência competitiva.
Indústria 4.0: do conceito alemão à realidade brasileira
Durante a palestra “Ecossistemas de Inovação e Sustentabilidade: O Futuro da Manufatura Brasileira”, Pablo Castro, sócio-diretor da Adeptmec e membro do conselho da Vertical Manufatura 4.0 da ACATE, relembrou as origens da Indústria 4.0, lançada oficialmente na Feira de Hannover em 2011. “Ela foi concebida para ser acessível a pequenas e médias empresas – que são maioria na Alemanha e também aqui no Brasil”, destacou.
Hoje, o conceito engloba nove tecnologias habilitadoras, como IoT, computação em nuvem, simulação e robôs autônomos. Com o tempo, ferramentas como blockchain e inteligência artificial também passaram a compor o que especialistas chamam de “fábrica inteligente”.
Desafios e soluções práticas na manufatura
Um dos gargalos do setor, segundo Edoardo Bonomi, CEO da BTB Transfer, é a velocidade das mudanças no setor automotivo. “Hoje sai um carro, e em dois anos o modelo já está obsoleto. O phase-out dos componentes é muito rápido, o que exige retorno quase imediato sobre o investimento”, alertou, em palestra sobre a evolução das máquinas de usinagem.
Para lidar com esse cenário, Mayron Rodrigues da Silva e Fernando Vieira Alves, especialistas da Siemens, apresentaram ferramentas como o “Protect MyMachine 3D Twin”, capaz de simular e prevenir colisões em máquinas CNC — tecnologia que reduz custos de manutenção e eleva a eficiência operacional.
Outro ponto crítico é a escassez de mão de obra técnica qualificada. “A maior dificuldade das empresas hoje é encontrar profissionais preparados para acompanhar o ritmo da evolução tecnológica”, reforçou Bonomi. A solução, defendem os especialistas, passa por automação, integração de sistemas e capacitação contínua.
Pablo Castro trouxe dados concretos de empresas que adotaram tecnologias da Indústria 4.0:
- Redução de 3% a 5% no tempo de produção
- Diminuição de até 50% no tempo de lançamento de produtos
- Corte de até 40% nos custos e tempo de manutenção
A programação do primeiro dia do Parque de Ideias reforçou a urgência de colaboração entre empresas, startups e ecossistemas de inovação. “Precisamos conectar as bases tecnológicas com médias e grandes indústrias para acelerar a transformação digital”, defendeu Castro.
Até 10 de maio, o espaço segue com uma agenda intensa de palestras técnicas, demonstrações e debates que pretendem ampliar o diálogo sobre o futuro da manufatura nacional e sua inserção em um mercado cada vez mais competitivo.
Acesse o site oficial da EXPOMAFE, garanta sua inscrição e confira a programação completa do Parque de Ideias – a participação é gratuita!