No mês de Agosto, a indústria de transformadores de plástico conferiu a programação exclusiva de conteúdos da Plástico Brasil Xperience. Através da plataforma e comunidade digital, foram três manhãs de palestras e painéis que focaram nas temáticas: Panorama Setorial, Transformação Digital e Plástico em Transformação.
Cobrindo as principais demandas da indústria, em economia e fornecimento, e também as preocupações com digitalização e sustentabilidade, o conteúdo gravado está disponível para assistir online na plataforma Plástico Brasil Xperience.
Veja agora alguns dos principais insights e conhecimentos compartilhados.
Panorama Indústrias 2023
Destaque do primeiro dia, o painel O Futuro do Mercado de Plástico no Brasil e no Mundo trouxe um debate relevante para os cenários político e econômico, reunindo José Ricardo Roriz Coelho, Presidente da Abiplast; Laércio Gonçalves, Presidente da Adirplast; Rogério Mani, Presidente da ABIEF; e Amilton Mainard, Presidente CSMAIP/ABIMAQ.
Sob mediação de Hélio Helman, Editor da Plásticos em Revista, os presidentes comentaram sobre questões de abastecimento, desenvolvimento petroquímico e impactos do conflito Rússia e Ucrânia, privatizações no setor, investimentos necessários, tecnologias, concorrência interna e externa, importações e exportações, mercado de máquinas e muito mais.
Alinhado ao tema, a palestra A Cadeia do Plástico e a Conjuntura Internacional, de Antulio Borneo, vice-presidente de PET & Polyester Chain da CDI/ICIS, falou sobre o cenário mundial do petróleo, as movimentações de mercados como China, Alemanha, Venezuela, entre outros, e como a conjuntura internacional afeta o mercado do plástico, mesmo que a menor parcela do petróleo mundial seja destinada a esse fim, sendo a maior parte ainda voltada para a energia e combustíveis.
O dia com temática Panorama Setorial destacou a importância de acompanhar o mercado e consultar as principais fontes do setor para se atualizar e manter as estratégias de negócio em dia.
Mercado Livre de Energia
Ainda cobrindo o cenário econômico e perspectivas de melhorias para as indústrias, José Casadei, diretor de Comunicação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), palestrou sobre a Situação e Potencial do Mercado Livre de Energia no Brasil.
Casadei apresentou o que avançou, e deixou de avançar, com a Lei 9.074 de 1995, que trouxe as primeiras regras para abrir o mercado de energia elétrica no país.
Segundo ele, o modelo energético do Brasil está saturado, visto que em 2019 o país apresentava o terceiro lugar no ranking da maior relação tarifa/renda per capita, ficando atrás de Ruanda e Quênia. A busca por melhores propostas gera melhores ofertas, o que beneficiaria desde as grandes empresas até as pequenas e médias, as principais responsáveis pela empregabilidade. O mercado livre de energia também se apoia e viabiliza a questão da energia renovável e da sustentabilidade.
Indústria 4.0
No segundo dia, focando na Transformação Digital, os olhares se voltaram para as tecnologias habilitadoras para a Indústria 4.0. Conectividade é uma demanda cada vez mais necessária, e que viabiliza diversos outros processos de análise de dados, otimizações e afins.
Sobre a Indústria 4.0 como Modelo Viável de Negócios, o Prof. Antonio Cabral, coordenador de Pós-graduação de Engenharia de Embalagem da Escola de Engenharia Mauá, comentou: “A grande saída do modelo de competitividade 4.0 está na formação e preservação de talentos para processar a informação gerada e conectada”.
Ele também pondera que a transformação digital é uma jornada que deve ser planejada para caber no bolso de cada instituição, aproveitando o que já existe em termos de dados ou melhorando tecnologicamente seus processos, em maior ou menor tempo. E diz que o mais importante é se planejar para responder a cinco questionamentos fundamentais: Onde meu negócio está hoje? Para onde ele deve ir? Como faço para chegar a esse lugar? Onde posso tropeçar? E como faço para me reerguer, no caso de tropeçar e cair?
“O tempo é de cada empresa, assim como o planejamento e a velocidade dessa jornada. Porém, é certo que quem ficar fora dela, não permanecerá no mercado”, finalizou o Prof. Cabral.
Também foi possível conhecer um pouco mais sobre as interações de IoT (Internet of Things) e do 5G com soluções industriais. Cases de digitalização e a implementação da Engenharia 4.0, assim como o uso da validação digital de produtos, foram compartilhados e estão disponíveis online na Plástico Brasil Xperience.
Economia Circular
Entre os temas abordados sobre Plástico em Transformação, que também cobriu plásticos de engenharia, biopolímeros e a utilização de grafeno com as resinas plásticas, o destaque foi o painel O Papel da Cadeia de Plástico na Economia Circular.
Participaram Marcel Matiolli, coordenador de S&OP da eureciclo; Suelma Rosa, head de Reputação e Assuntos Corporativos do Brasil e América Latina da Unilever; e Amarildo Bazan, diretor da Abazan Consultoria, com mediação de Miguel Bahiense, presidente do Plastivida - Instituto Socioambiental dos Plásticos.
Miguel falou dos benefícios dos plásticos e sobre o modelo econômico atual, de extração, produção e descarte, reforçando que, cada vez mais se faz necessário o aprimoramento da gestão de resíduos para o desenvolvimento da Economia Circular.
Já Suelma Rosa trouxe o posicionamento da Unilever frente aos plásticos. “Sabemos que o consumidor se preocupa hoje com a destinação dos resíduos e, dessa forma, nos esforçamos não só para reduzir a quantidade de plástico virgem nas embalagens, mas também para introduzir valor nos materiais usados, investindo em P&D, para ter embalagens mais amigáveis ao meio ambiente e mais facilmente reintroduzidas na economia”, afirmou. A executiva também falou sobre a educação ambiental como a base de tudo e sobre a preocupação da companhia em melhorar a informação ao consumidor para que haja a destinação correta das embalagens.
Bahiense então questionou Amarildo Bazan sobre a reciclagem de plásticos, quais são os entraves e o que ainda falta para que se cumpram integralmente os preceitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Bazan afirmou que um dos entraves da reciclagem é a quantidade de tipos de plásticos, uns mais assimilados como recicláveis, como o PET, e outros nem tanto.
Disse também que o caminho para maior desenvolvimento da coleta seletiva, logística reversa e reciclagem é a informação ao consumidor, a capacitação de catadores e cooperativas com informação e equipamentos para essa coleta e a desoneração tributária sobre o reciclado, já que se trata de uma atividade que demanda altos investimentos e que ainda é de baixa rentabilidade para os elos da cadeia.
Também questionado sobre os entraves da reciclagem de plásticos, Matiolli afirmou que a pressão da regulamentação nacional e mesmo do posicionamento global frente à gestão de resíduos vem fazendo com que empresas, pequenas, médias e grandes estejam buscando mais informações sobre logística reversa, compensação de carbono e outras ações sustentáveis.
“Ainda assim, encontramos empresas que não respeitam a legislação e outras que fazem muito além do que é exigido”, contou. Matiolli avaliou que a reciclagem de plásticos ainda passa por desafios, como a questão de serem diversos tipos de plásticos e não um só, como o caso do alumínio, o que dificulta e confunde a separação, coleta e reciclagem.
“Para sanar os entraves ainda existentes, é necessário um esforço conjunto de indústrias, governantes e sociedade para mudanças substanciais em processos de produção, nas legislações e na gestão dos resíduos e nas ações da coletividade”, completou.
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