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Indústria Xperience 2021: segunda edição começa trazendo tecnologia, simulações e mudanças de mindset

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O primeiro dia de palestras reuniu profissionais de diversos setores para conversas relevantes sobre o segmento industrial brasileiro.

Marcando o início da segunda edição do Indústria Xperience, evento virtual e gratuito promovido pela Informa Markets e pela ABIMAQ, o primeiro dia de palestras reuniu profissionais de diversos setores para conversas relevantes sobre o segmento industrial brasileiro.

A manhã foi ocupada por mais uma edição da ABIMAQ INOVA, iniciativa tradicional da ABIMAQ que, esse ano, tem como tema a Transformação Digital na Retomada da Indústria. No primeiro painel do dia, a Engenharia Digital foi protagonista. Mediado pelo professor Klaus Schützer (TU Darmstadt, TU Dresden Alemanha e UFABC), o painel trouxe discussões importantes sobre simulações, dados e digital twins na indústria, reunindo os palestrantes Daniel Scuzzarello (Siemens), Valdir Mendes Cardoso (Altair) e Daniel Cantarelli (AGCO).

“Vivemos em um mundo cada vez mais complexo, em decorrência do nosso comportamento como consumidores, e que se reflete nas necessidades das instituições, que precisam de serviços cada vez mais precisos e com menor margem de erro”, comentou Scuzzarello. “Precisamos agir sem receio de olhar para o todo e encarar o futuro com coragem. É preciso entender esse momento atual como um momento de transformação”, defendeu.

Para Cardoso, a combinação do mundo virtual e real nas simulações de digital twin reúne pontos importantes: gerar os dados e entender que vantagens podem vir a partir deles. “Com o mundo virtual gerando informações simuladas, em conjunto com o monitoramento constante do mundo real, conseguimos criar modelos cada vez mais robustos e confiáveis”, apontou. Cantarelli completou o painel, apontando as ferramentas e expectativas para a aplicação dessas soluções. “Falamos muito em smart manufacturing, em indústria 4.0, mas no final do dia o significado disso é simples: significa que nossas plantas seguem ganhando inteligência e autonomia para sua operação”, explicou.

Internet Industrial na Automação

O papel da Internet Industrial na Automação foi tema do segundo painel, que reuniu Wilker Oliveira (WK Soluções), Paulo Roberto dos Santos (MetalWork) e André Dagostin (COMAC), sob mediação de João Alfredo Delgado (ABIMAQ). Abrindo a conversa, Wilker Oliveira destacou que é cada vez mais indispensável que a internet industrial possibilite a comunicação entre as máquinas de forma ágil e segura. “Por isso, a rede industrial de internet não pode ser a mesma, por exemplo, que a utilizada pelo setor administrativo no escritório. Precisamos de uma rede diferente, com outros recursos”, comentou.

Para Paulo Roberto Santos, o cenário do 4.0 é irreversível e trouxe uma transformação muito rápida, que exige redução no tempo de setup e no período de máquina parada, garantindo um equipamento sempre o mais eficiente possível. “Não tem como fazer isso sem tornar a planta mais inteligente e automatizada, com equipamentos conectados e mais confiáveis, que exigem uma rede industrial de internet que possibilite isso”, defendeu, apontando também que equipamentos de conexão industrial diminuem também o risco de invasão e de interferências externas na produção. Dagostin completou a discussão reforçando que as redes industriais também possibilitam a coleta de dados e a alimentação de simulações de projetos. “Quando você faz a construção do projeto, sem as simulações, ele pode acabar gerando muitos problemas. Um software de simulação consegue determinar os limites e singularidades dos equipamentos, por exemplo, e isso faz total diferença na performance dos equipamentos na produção”, defendeu.

Energia sustentável, pesquisas operacionais e data science

Mauro Andreassa, professor especialista em indústria 4.0 e embaixador do evento, recebeu o palestrante Carlos Saad, (auditor-líder em sistemas de gestão ISSO), para a primeira palestra da tarde. Abordando as faces da energia sustentável em tempos desafiadores da indústria, Saad apontou os diferentes tipos de geração energética, além de citar os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU e conceitualizar o termo “sustentabilidade” e os impactos que uma boa gestão energética traz ao setor industrial. “A gestão energética dentro das indústrias traz sim uma contribuição ambiental, mas não só isso: essa gestão impacta diretamente também na redução de custos”, defendeu.

O especialista também citou a origem e aplicações da ISO 5001, além de maneiras de observar e corrigir perdas energéticas na fábrica. “A eficiência energética depende tanto de tecnologia quanto de cultura organizacional. Não vai ser por decreto ou imposição de norma que do dia para a noite a empresa vai garantir uma cultura energética de ponta. A presença da indústria 4.0 com certeza vai trazer uma contribuição muito importante para a gestão energética, com a cultura sendo colocada de maneira gradual, constante e organizada, com suporte tecnológico”, completou.

Otimizar as decisões operacionais e estratégicas é um desafio para indústrias de diversos setores e portes. A relação entre a boa tomada de decisões, a pesquisa operacional e a ciência de dados foi o tema da segunda palestra da tarde, que recebeu o professor Marcos dos Santos (USP). Para ele, o uso e a otimização dos dados podem levar a decisões cada vez melhores, unindo método e informação. “Data Science e pesquisa operacional caminham lado a lado, e elas não fazem sentido uma sem a outra. São duas faces de uma mesma moeda. Você precisa dominar a matemática para aplicar o modelo certo no problema certo: só coletar dados não vai te deixar avançar na resolução dos problemas”, apontou. “Você só vai ser capaz de conseguir as melhores soluções se tiver conhecimento técnico e dados suficientes”, completou.

Digital Twins: sustentabilidade, produtividade e eficiência energética

As soluções de digital twin e sua relação com a sustentabilidade foram o tema da palestra de Eder Cassettari, mestre em engenharia de fabricação. Para conceitualizar a discussão, o especialista abordou um pouco sobre as revoluções industriais, corrigindo erros comuns, como considerar a automação como uma característica da indústria 4.0 – na verdade, essa é uma propriedade da terceira revolução industrial. “A indústria 4.0 é a fusão das tecnologias de automação da 3.0 com a conectividade da internet”, explicou. Para ele, essa conectividade é irreversível e afetou todas as áreas da nossa sociedade.

“O conceito de digital twin permite experimentos no mundo virtual, utilizando sensores e dados do mundo real. Ao mesmo tempo, a inteligência artificial gera inputs a partir desses dados e simulações, gerando novas possibilidades para aplicações no mundo real”, comentou. O objetivo, portanto, é sempre conseguir o melhor resultado possível com o menor gasto possível”. O palestrante trouxe exemplos e conceitos para exemplificar o conceito e suas possibilidades.

Fechando o evento com a última palestra do dia, o diretor de operações na Virtual CAE, Valmir Fleischmann também reforçou as possibilidades de aplicação do digital twin. “O consumidor hoje exige máquinas mais versáteis e com múltiplas aplicações, por isso nos precisamos sempre trabalhar buscando formas de otimizar a produção dessas máquinas. Uma dessas formas é o uso do digital twin e de softwares de simulação”, comentou. Para o especialista, focar em produtividade e confiabilidade das máquinas, para garantir a atuação perfeita dos equipamentos, passou a ser uma responsabilidade de todos os envolvidos. “A eficiência energética passou a ser uma prioridade. Compreender e prever o desempenho das máquinas é uma tarefa que pode ser executada dentro de um digital twin, que te permita testar e descobrir novas oportunidades de melhoria”, defendeu.

Todos os conteúdos estão disponíveis para assistir na íntegra, basta acessar a plataforma Indústria Xperience.

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