Já faz um tempo que o setor industrial em todo o mundo vem passando por uma grande transformação digital, chamada “Indústria 4.0”. Nessa transformação, os dados têm grande protagonismo e contribuem com o aumento da produtividade. Neste sentido, a capacidade de centralização de dados é prioridade das indústrias no futuro.

Via Indústria 4.0, tecnologias como a Inteligência Artificial (IA), o Big Data, a Internet das Coisas (IoT), a AIoT (Artificial Intelligence of Things) e demais sistemas tecnológicos rapidamente ganham espaço no ambiente industrial, e tudo isso está alinhado a uma geração de dados em grande quantidade, com bytes e mais bytes com informação.

No entanto, nada adiantará a indústria ter um alto volume de dados à disposição se ela não conseguir centralizar tudo em um único ambiente, permitindo melhor análise e tomadas de decisão mais assertivas.

Diante dessa necessidade, conversamos com Rafael Alves, Especialista em Soluções de Aplicação em Nuvem e Empresa Digital na Siemens. Acompanhe para entender mais a importância da centralização de dados na Indústria 4.0, assim como as tecnologias que ajudam o setor a conseguir fazer isso da melhor forma.

O futuro da indústria depende de um grande volume de dados

Entender como funciona o maquinário, prever as mudanças no mercado e gerar insights valiosos são algumas das funções dos dados em um ambiente industrial. Exatamente por isso eles ganham cada dia mais protagonismo diante da Indústria 4.0, como ressalta Alves:

Um dos grandes saltos tecnológicos da indústria 4.0 consiste em processarmos uma vasta quantidade de dados gerados no ambiente industrial, permitindo que gestores possam obter novas ideias e transformar seus negócios”.

Assim, com o avanço da Indústria 4.0, o setor dispõe de sistemas de banco de dados cada vez mais complexos e que permitem consultar e inserir dados para que se transformem em informações para uma boa gestão. Isso é possível através de algoritmos que são capazes de processar uma quantidade de dados que é inalcançável para um ser humano.

Com isso, abrimos novas possibilidades para a indústria, como por exemplo:

  • Utilizar de Machine Learning para reconhecimento de imagens e seleção automática de produtos;
  • Uso de blockchain para rastrear alimentos de forma confiável;
  • Uso de inteligência artificial para ter previsibilidade de meses sobre a saúde dos equipamentos, a fim de manter a planta produtiva sempre em operação, dentre outras possibilidades.

No entanto, mesmo os dados sendo essenciais, um grande problema que a indústria deve resolver é controlar a descentralização destes mesmos dados. Rafael Alves explica que, sem a centralização dos dados, não é possível cruzá-los para obter os insights que precisamos para transformar o negócio.

Um bom exemplo de centralização citado pelo Especialista da Siemens é o smartphone. “A partir do momento que temos uma lista de contatos podemos utilizá-la em qualquer aplicativo de comunicação que esteja disponível no nosso smartphone. Sem estes “dados” centralizados na minha agenda, eu teria que cadastrá-los manualmente em cada aplicativo de comunicação para conseguir utilizá-los”, cita.

Centralização de dados: mais transparência e eficiência às indústrias

De fato, os dados são essenciais para a indústria 4.0, mas, como já falamos, tão importante quanto tê-los, é promover a centralização de dados.

Essa centralização é extremamente útil na definição do planejamento estratégico e na tomada de decisões da indústria, permitindo que gestores consigam analisar com mais rapidez os dados necessários para tomar qualquer tipo de decisão dentro do setor.

Por meio da centralização de dados é possível fazer todas as análises necessárias para aprimorar as plantas produtivas com maior facilidade, pois tudo já está disponível para utilização”, complementa Alves.

Assim, dentre os principais benefícios da centralização de dados, vale ressaltar como os mais importantes:

  1. Orientação adequada dos planos de ação
  2. Agilidade nos processos
  3. Maior organização
  4. Registros mais confiáveis

Nesse cenário e com o propósito de melhorar a coleta de dados na linha de produção, Alves explica que a Siemens possui equipamentos que se conectam diretamente com a nuvem, e que também permitem equipamentos obsoletos se conectarem a estes ecossistemas: “Um exemplo de tecnologia que permite coletar dados que estão descentralizados, e centralizá-los em um único ambiente como por exemplo o Data Lake da plataforma MindSphere”.

Com esse tipo de tecnologia, as indústrias podem utilizar CPUs, IHMs, drives, gateways, entre outros dispositivos Siemens. “Eles se conectam diretamente com a nuvem e fazem da nuvem um importante centralizador dos seus dados”, finaliza o especialista.