A Inteligência Artificial conquistou definitivamente o seu espaço na indústria e na vida das pessoas. Junto com os preceitos da Indústria 4.0, ela contribui com a automação dos processos e a produtividade em larga escala, bem como simplifica diversas tarefas.
Ou seja, a digitalização tem seus benefícios – e eles são muitos. No entanto, essa mesma modernização nos leva a um outro viés, tão importante quanto o sucesso operacional das empresas: a cibersegurança.
Em tempos de IA, ela é necessária e só acontece quando os gestores das empresas adotam medidas preventivas e ferramentas de proteção. É fundamental investir na prevenção de ataques cibernéticos, inclusive os mais elaborados, cujos danos podem ser difíceis de serem identificados de antemão.
Segundo Lenildo Morais, Mestre em Ciência da Computação, ao mesmo tempo em que a própria IA pode ser um ponto de equilíbrio entre a segurança cibernética e os processos, ela tende a oferecer riscos significativos.
“É assim que os cibercriminosos utilizam a IA para amplificar e automatizar ataques. Eles desenvolvem técnicas sofisticadas de phishing, malware e outros métodos de ataque que são mais difíceis de detectar e impedir”, explica.
Para se ter uma ideia, a Redbelt Security publicou um estudo que mostra a quantidade de brasileiros que foram vítimas de ataques de phishing: mais de 3,5 milhões, só em 2023. Ou seja, é necessário que a indústria empregue proteções digitais reforçadas e, principalmente, utilize a IA com responsabilidade.
Estratégia de defesa
O cenário apontado aqui mostra que há uma grande necessidade de reforçar as estratégias de defesa na indústria adepta da inteligência artificial. Além de investir em tecnologias e ferramentas, as empresas precisam apostar na educação digital.
De acordo com Fabrício Carraro, Program Manager da Alura, “a falta de conscientização sobre práticas básicas de segurança amplia as vulnerabilidades e compromete a confiança na inovação”.
As equipes devem estar cada vez mais atualizadas sobre a importância da privacidade, segurança e veracidade das informações, por exemplo.
Quando a cibersegurança está em risco, ela pode travar o desenvolvimento da IA como uma ferramenta de inovação, a qual precisa ser uma aliada dos profissionais da indústria. “Todos precisam assumir um compromisso contínuo com essa missão e abraçar uma mudança cultural que valoriza o pensamento crítico”, complementa Fabrício.
A cibersegurança conta com a Inteligência Artificial
É paradoxal, mas é uma verdade. A IA precisa da cibersegurança, mas esta conta com a tecnologia da IA.
Conforme explica Lenildo, a IA já está realizando serviços importantes para detectar malware anteriormente não reconhecido. “Os mecanismos de defesa modernos devem basear-se em tecnologias de IA. Ela faz um trabalho muito bom ao correlacionar as imensas quantidades de dados para detectar anomalias mais rapidamente”. Ou seja, a IA é fundamental para mitigar riscos e prevenir importantes danos.
Inteligência de dados e a inovação da IA
Atualmente, é essencial que toda indústria saiba gerir dados e tenha uma infraestrutura específica para essa finalidade. O armazenamento eficiente é um dos conceitos mais importantes, além da habilitação em nuvem.
“No entanto, o desafio mais importante para a criação de valor continua a ser tornar os dados distribuídos em ambientes híbridos, multicloud, acessíveis e utilizáveis em conformidade para inovações de IA”, ressalta o especialista em computação. “As empresas não devem comprometer a sua segurança cibernética, que é agora também um fator central nas operações comerciais”.
Outro ponto importante defendido por Lenildo: a integração do aprendizado de máquinas com a IA e o armazenamento primário. Ela tende a combater o ransomware em tempo real, independentemente de onde os dados estão armazenados. A ideia é maximizar o nível de proteção de dados, acelerar a recuperação e melhorar a resiliência cibernética geral numa empresa.
Resiliência
Mais uma vez, assim como a IA tem contribuído com a cibersegurança, ela também auxilia os criminosos, que utilizam suas ferramentas para direcionar seus ataques. O que deve ser feito pela indústria, então?
Para Lenildo, as empresas devem se planejar sempre para o pior cenário possível.
Ou seja, estarem preparadas. “Quanto tempo a empresa levará para voltar a funcionar após um incidente cibernético? Priorizar a continuidade dos negócios no atual cenário de ameaças é uma parte essencial de uma estratégia de resiliência cibernética”.
Além disso, o especialista afirma que boas soluções de segurança cibernética podem ajudar e fazer a diferença entre uma empresa voltar a funcionar em horas ou meses.
“Os processos de recuperação baseados em IA podem ser utilizados para recuperar rapidamente dados e aplicativos. Isto torna as empresas mais resilientes, minimizando os danos potenciais”, finaliza.
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