No ambiente industrial, a busca pela eficiência operacional é uma necessidade recorrente. Ela pode ser entendida pela adoção de variadas medidas que visam melhorar diferentes processos da rotina industrial.

Para Thiago Leão, Diretor Comercial da Nomus, a busca pela eficiência operacional em uma indústria significa “ter processos e projetos orientados em se fazer mais com menos ou os mesmos recursos, sem que haja impacto na qualidade do produto, serviço ou experiência do cliente”.

Entretanto, implementar a eficiência operacional em uma indústria não é tarefa fácil. Quando feita sem a técnica correta, acaba prejudicando a qualidade dos serviços ou dos produtos prestados.

Por isso, veja como melhorar a qualidade dos processos da sua indústria e entenda porque eles elevam a eficiência da sua rotina industrial.

O que é eficiência operacional? 

A eficiência operacional representa a capacidade de uma empresa em maximizar seus resultados utilizando o mínimo de recursos, garantindo qualidade e produtividade. 

Esse conceito está diretamente ligado à gestão de desempenho, otimização de processos e redução de custos operacionais, permitindo que a indústria melhore sua competitividade e sustentabilidade no mercado.

O uso de indicadores de desempenho (KPIs) possibilita acompanhar os resultados em tempo real e promover uma melhoria contínua baseada em dados concretos. 

Empresas que adotam inovação tecnológica e priorizam a gestão de recursos conseguem reduzir custos e ampliar sua margem de lucro sem comprometer a qualidade do produto final.

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Qual o benefício da eficiência operacional? 

A eficiência operacional traz benefícios como redução de custos operacionais, aumento da produtividade, melhoria na qualidade dos produtos e uso otimizado dos recursos. 

Além disso, permite que a empresa se torne mais competitiva, reduza desperdícios e fortaleça a sustentabilidade operacional, garantindo crescimento sustentável no longo prazo.

Otimizar lucro e ganhar em competitividade

Quando adotada pela indústria, a eficiência operacional oferece dois benefícios bastante claros: otimizar o lucro sem comprometer a qualidade da operação e ganhar em competitividade.

Em linguagem figurada, Thiago Leão explica que alcançar a eficiência é a mesma coisa que “espremer mais a laranja para se ter maior rendimento de suco”

“A eficiência operacional garante melhor aproveitamento do maquinário, da estrutura, da mão-de-obra e dos insumos para que possam ser diminuídos os custos ou aumentar a performance, levando a um ganho de eficiência e, assim, impactando o lucro”, indica.

Por outro lado, uma empresa eficiente também ganha competitividade frente aos seus concorrentes. Isso pode chegar aos olhos do mercado por meio de ações quanto ao preço ou valor de marca.

A introdução de tecnologias, como um software de ERP, em uma indústria pode mudar muito a eficiência operacional dessa empresa, principalmente em decorrência da melhor apuração dos seus tributos, ajustes no fluxo de caixa, melhor relação entre pedidos e estoque e mais precisão nos prazos de entrega.

Além disso, o que se observa é que existe um enorme potencial em melhorar a eficiência operacional de uma indústria, reduzindo custos que muitas vezes não estão tão evidentes. 

Leandro Simões, CEO da EVOLV, cita como exemplo os custos de manutenção e paradas de linha:

“No Brasil, ainda vemos um cenário de baixa adoção das tecnologias 4.0. A manutenção é muito dependente de processos tradicionais e um enorme dispêndio de tempo e mão de obra, além da baixa previsibilidade da saúde dos equipamentos na planta”. 

Diante disso, Leandro explica que com a adoção de ferramentas simples, eficientes e de baixo custo da Indústria 4.0 é possível ter uma gestão muito mais eficiente da planta e minimizar as paradas de produção.

Na EVOLV, temos casos de sucesso impactantes com a implantação de sensores de preditividade da saúde de máquinas que evitaram paradas críticas de equipamentos e ajudam os times de manutenção a dar atenção onde realmente importa”, completa.

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Como medir a eficiência operacional? 

Você sabia que as variáveis relacionadas à eficiência operacional de qualquer indústria podem ser calculadas? Ou seja, é possível considerar alguns indicadores para medir essa eficiência.

Na indústria, existe um indicador bastante conhecido chamado OEE (Overall Equipment Effectiveness). Em uma tradução livre, OEE significa “cálculo de eficiência dos equipamentos”.

Segundo Thiago Leão, esse indicador é a junção de três fatores: disponibilidade, performance e qualidade

Logo, o OEE é calculado (% disponibilidade de máquina) x (relação entre quantidade produzida vs quantidade esperada) x (% de peças dentro do padrão de qualidade)

Além do OEE, o diretor comercial da NOMUS sugere realizar a medição do Resultado Operacional. 

“Esse indicador é, basicamente, a receita líquida menos os custos e despesas operacionais. O resultado operacional impacta diretamente a geração de caixa da empresa, o que, na minha opinião, proporciona solidez e eficiência à operação.”

Também é possível calcular a eficiência operacional com base nos resultados de um investimento, considerando os custos e o lucro gerado pelos esforços.

Para isso, é fundamental avaliar os aspectos competitivos do mercado, os preços dos serviços e produtos, além da demanda dos consumidores, buscando um equilíbrio entre esses fatores.

Por fim, o monitoramento contínuo da produção deve ser adotado para avaliar o que está funcionando ou não, tornando muitas vezes necessário criar um bom plano de ação.

Para isso, Aloisio Arbegaus, diretor comercial da Teclógica, sugere que a indústria invista em ferramentas que forneçam dados e análises consistentes sobre as mudanças implementadas pela empresa.

Sistemas automatizados podem ajudar a identificar de maneira mais rápida os gargalos na produção, auxiliando a gestão a ser mais assertiva e contribuindo para um aprendizado constante”, diz.

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Como melhorar a eficiência operacional?

As ferramentas tecnológicas representam uma das peças centrais da eficiência operacional. Sem ela muitos processos continuam manuais e geram custos desnecessários. 

Assim, para evitar esses gastos, o investimento em tecnologias que gerem indicadores otimizados sobre a produção, em tempo real, é essencial. Também é importante adotar ferramentas inteligentes que automatizam processos complexos ou que envolvem o trabalho repetitivo.

Internet das Coisas e Inteligência Artificial 

Dentre essas tecnologias, ditas como tecnologias digitais, Leandro Simões sugere aquelas tecnologias relacionadas à Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) como as mais interessantes.

A Internet das Coisas tem sido fundamental para a eficiência operacional nas indústrias, permitindo a interconexão de máquinas e sensores que monitoram e reportam o desempenho da linha de produção em tempo real. 

Essa conectividade facilita a tomada de decisões mais ágeis e precisas, além de possibilitar a manutenção preditiva, reduzindo custos e melhorando a produtividade. 

Paralelamente, a Inteligência Artificial está transformando as operações industriais ao analisar grandes volumes de dados, antecipar falhas e otimizar o uso de recursos. 

Empresas que adotam IA conseguem ajustar automaticamente linhas de montagem, melhorar a eficiência e reduzir desperdícios, posicionando a sustentabilidade como um pilar estratégico ao minimizar materiais e energia utilizados.

Nesse sentido, todo o aporte tecnológico pode oferecer suporte do início ao fim da cadeia produtiva, seja auxiliando a gestão a identificar inconsistências ou melhorando o planejamento estratégico sobre as atividades.

Contar com o apoio de soluções tecnológicas é possibilitar a melhoria contínua dos processos, reduzindo desperdícios, elevando a eficiência operacional e abrindo margem para investimentos realmente eficazes”, finaliza Aloisio Arbegaus.

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