Um dos principais desafios sociais e econômicos de um país como o Brasil é inserir jovens no mercado de trabalho, incluindo o universo da indústria. 

O programa Jovem Aprendiz, criado pela Lei da Aprendizagem (Lei n° 10.097/2000), é considerado um instrumento estratégico que contribui para o desenvolvimento profissional da juventude brasileira e também para a formação de talentos nas empresas. O que gera resultados a longo prazo, como você confere adiante. 

Segundo o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), a resposta para esta dúvida é sim, as indústria podem ter aprendizes. Aliás, trata-se de um meio inteligente de renovar o quadro de colaboradores com novas ideias e perspectivas. 

“É uma oportunidade única para que os jovens ingressem no mercado de trabalho desenvolvendo habilidades e competências essenciais ao lado de profissionais experientes”, completa a instituição. 

Ou seja, o segmento de manufatura tem muito a ganhar e a contribuir em todos os sentidos! 

O que é Jovem Aprendiz? 

‘Jovem Aprendiz’ é um programa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Governo Federal, dedicado a estudantes com idade entre 14 e 24 anos. Por meio dele, interessados podem firmar um contrato especial de trabalho. 

A ideia é garantir que os jovens conciliem a formação teórica (das instituições de ensino) com a prática supervisionada dentro de uma empresa. 

O respectivo formato tende a garantir segurança jurídica e benefícios trabalhistas para os novos colaboradores, enquanto promove qualificação profissional.

O contrato elaborado, normalmente, tem duração de até dois anos, ao passo em que a jornada de trabalho é reduzida para garantir frequência escolar. Ela varia entre quatro e seis horas diárias. 

De acordo com o CIEE, no caso de jovens com deficiência, a faixa etária é ilimitada. 

Cargos na indústria para jovem aprendiz 

Dentro de uma indústria, o jovem aprendiz tem a oportunidade de atuar em diferentes setores. É fundamental, no entanto, que a atividade escolhida não represente risco à sua integridade física ou saúde. 

Entre as principais opções, destaque para as áreas de administração e apoio, cujo trabalho inclui o controle de documentos, auxílio em rotinas financeiras e suporte com os recursos humanos. 

Tem também o setor de logística e estoque, com a possibilidade de organização dos insumos, conferência de materiais e apoio em expedição. 

Além disso, o jovem aprendiz pode contribuir com o controle da qualidade e o departamento de manutenção. As atividades mais executadas compreendem registro de dados, acompanhamento de processos e suporte em relatórios.  

A produção é outra opção. Supervisionados, os jovens podem participar de diferentes etapas, principalmente as mais simples e seguras ao longo da manufatura. 

Conforme o CIEE, “a empresa contratante tem a obrigação de proporcionar um ambiente de trabalho seguro e produtivo, com oportunidades reais de aprendizado e crescimento profissional”. Isso, uma vez que qualquer atividade em áreas insalubres, perigosas ou que demandam esforço além da conta são proibidas para os aprendizes. 

Por falar em contratação, empresas com sete ou mais funcionários em funções que exigem formação profissional são obrigadas a contratar jovens aprendizes, de acordo com a lei. O número de aprendizes deve corresponder a uma porcentagem entre 5% e 15% do total de funcionários”, reitera o CIEE. 

Vantagens para a indústria 

As indústrias que decidem investir em jovens aprendizes ganham diversos benefícios, os quais vão muito além do cumprimento de uma cota legal. 

A lista abrange tópicos como a formação de mão de obra qualificada desde cedo, com o alinhamento da cultura e das demandas técnicas da empresa. Além disso, há uma renovação considerável do ambiente de trabalho, com diferentes ideias, energias e visão de futuro. 

Isso, sem falar na responsabilidade social e visibilidade da empresa no mercado.  

Esse tipo de investimento mostra preocupação com a inclusão, de modo a fortalecer a imagem da indústria, conforme o esperado. Tem também os custos trabalhistas, que acabam sendo reduzidos pelos menores encargos que a modalidade oferece. Ou seja, um investimento mais acessível. 

O próprio CIEE finaliza com algumas outras vantagens, como diversificação da equipe, incentivos fiscais e contribuição para uma sociedade mais igualitária.  

Ouça ao podcast da CNI e saiba mais sobre o programa Jovem Aprendiz: