As operações da indústria em pleno século 21 têm mudado com a ajuda da ciência de dados. Antes, o uso dessa tecnologia era um diferencial, hoje, trata-se de uma necessidade estratégica.
Isso porque as empresas que adotam as respectivas ferramentas conseguem reduzir perdas, antecipar falhas, aumentar a eficiência operacional e inovar com agilidade.
Das pequenas às grandes empresas, muitas vêm apostando na digitalização e na inteligência de dados. De acordo com Tiago Machado, cofundador da STOne, os resultados oferecidos pela ciência de dados são sempre duplos. “Temos perdas minimizadas e eficiência elevada, com menor impacto ambiental e maior qualidade para o consumidor”, explica.
Vemos, então, uma movimentação sólida e crescente, a qual compreende diferentes setores da área de manufatura. Entre eles, metalúrgico, químico, de alimentos e bebidas, papel e celulose, automotivo, farmacêutico, etc.
Indústria do tradicional ao digital
Nos primórdios, a indústria se baseava em análises reativas. Ou seja, quando a gestão encontrava alguma falha, partia para a fase de correção. Hoje, com a ciência de dados, tal modelo foi substituído pela abordagem preditiva e, em alguns casos, prescritiva. Ambas com foco na prevenção dos gargalos.
As decisões passaram a ser tomadas antes mesmo que os problemas venham a surgir. Tudo, com base em análises estatísticas, aprendizado de máquina e monitoramento contínuo de possíveis variáveis. Ou seja, uma mudança de paradigma, cuja viabilidade vem do uso intensivo de sensores, IoT e algoritmos que interpretam grandes volumes de dados em tempo real.
Conforme explica o especialista da ST-One, o monitoramento contínuo prolonga períodos de operação eficiente. “Ele reduz desperdícios e contribui diretamente com as metas da empresa”.
Diversos indicadores são analisados de maneira contínua para antecipar falhas, reduzir paradas não planejadas, otimizar o uso de recursos naturais, aprimorar a qualidade da produção e aumentar a previsibilidade. Para se ter uma ideia, é possível analisar temperatura, pressão, vibração, consumo energético, operações, entre outros processos.
Como os dados podem fazer tanta diferença?
O portal A Voz da Indústria apresenta agora alguns casos práticos que mostram como a ciência de dados contribui com os resultados. Para Tiago, quando os dados orientam decisões, os resultados vão além do lucro. “Envolvem qualidade, inovação e credibilidade”, completa.
Indústria química
Neste segmento, por exemplo, o controle preciso de variáveis como pressão e temperatura é fundamental para a segurança e a qualidade dos produtos finais. Os algoritmos de machine learning ajudam a identificar padrões que podem preceder instabilidades. Com isso, alertas automáticos são acionados, de modo a evitar desperdícios ou acidentes.
Indústria alimentícia
Já na indústria alimentícia, os dados são valiosos para o monitoramento da conservação dos insumos perecíveis, além de otimizar rotas de distribuição para garantir o cumprimento de normas, principalmente as sanitárias.
Fábricas de bens de consumo
Por sua vez, as fábricas de bens de consumo utilizam a ciência de dados pela possibilidade da análise preditiva que concilia o ritmo da produção com a demanda do mercado. Com isso, reduzem estoques e aumentam a agilidade da cadeia produtiva.
Falando nisso, a manutenção preditiva com a ajuda da análise de dados sofreu algumas mudanças de paradigmas.
Por exemplo, em vez das empresas realizarem trocas periódicas de peças por precaução (manutenção preventiva), passaram a monitorar o desgaste real dos componentes, de modo a saber (por meio da ciência de dados) o momento certo para a respectiva substituição.
Resultado: redução de custos e aumento da disponibilidade dos equipamentos, além da eficiência operacional. “A operação ganha em confiabilidade e reduz o risco de perdas irreversíveis”, expõe Tiago.
Outro ponto é que as empresas que usam dados de forma inteligente conseguem se adaptar mais rapidamente às mudanças do mercado, responder melhor a oscilações na demanda e antecipar tendências de consumo.
Ciência de dados e indústria: um resumo
A ciência de dados, integrada à automação industrial e inteligência artificial, está moldando um novo ciclo na Indústria 4.0. Temos uma nova geração de fábricas, que se caracteriza pela interconexão entre máquinas, sistemas e pessoas, com decisões orientadas por dados em tempo real.
Conforme citado, as empresas que desejam se manter competitivas nos próximos anos devem investir em ciência de dados porque, hoje, isso é uma questão de sobrevivência.
Esse conceito exige, além de tecnologia, um novo cenário, o qual valorize a cultura de dados, a capacitação dos profissionais e a colaboração entre áreas distintas, como produção, TI, engenharia e logística.
“Não é preciso uma revolução imediata, mas uma evolução estratégica, capaz de gerar impactos reais, desde ganhos operacionais até avanços em sustentabilidade e reputação.”
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