Toda empresa já implementou alguma função de segurança para proteger sua rede de comunicação de ameaças que podem impactar os negócios. Essas implementações individuais variam das mais básicas até as mais elaboradas.
Um fator essencial para qualquer intervenção de sucesso é a necessidade de continuar evoluindo e se atualizando para acompanhar o ritmo de mudanças e novas possíveis ameaças em cibersegurança para a empresa.
Infelizmente, muitos gestores enxergam o trabalho de segurança de redes como um “mal necessário”, em que alguém dentro da empresa recebe a tarefa de fazer o problema sumir e então o assunto pode ser esquecido – até que se deparem com uma ocorrência grave de segurança.
Por isso, vamos explorar um pouco mais a importância e como implementar um plano cibersegurança efetivo!
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Por que a cibersegurança é importante?
Basta olhar para sua empresa como um cliente para encontrar motivação e repensar a estratégia de cibersegurança. Todo cliente quer saber – e precisa – que seus parceiros de fornecimento e logística estarão lá sempre que necessário, de forma confiável e consistente.
Todos já ouvimos sobre problemas em supply chain causados por ataques virtuais. Há muitos outros que ocorrem e nunca nem temos conhecimento, impactando empresas de todos os portes. Essas interrupções geralmente são medidas em dias, e não horas, de produção perdida.
Fornecedores também, geralmente, têm informações sensíveis de seus clientes que podem estar em risco. É responsabilidade da companhia proteger estes dados. Falhas de segurança podem impactar relacionamentos em diversos pontos da cadeia produtiva.
A maioria dos contratos de compra e venda sempre contou com cláusulas tratando da proteção de informações e dados. Hoje em dia vemos ações mais agressivas partindo dos governos para assegurar as indústrias e empresas de logística.
Nos Estados Unidos, o Departamento de Defesa está implementando um programa chamado Cybersecurity Maturity Model Certification (CMMC), que define níveis mínimos de cibersegurança já implementados obrigatórios para a participação em sua cadeia de suprimentos.
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Como a cibersegurança pode ser uma vantagem no mercado?
Abordar a cibersegurança de forma proativa pode tornar esse “mal necessário” em uma vantagem frente ao mercado. Implementar um plano sólido de segurança e então comunicar que você tem esse plano pode tranquilizar os clientes já existentes de que fizeram a escolha certa em contratar sua empresa como um fornecedor.
Isso também pode impulsionar a companhia a fechar novos negócios por demonstrar o comprometimento em ser um parceiro atento, consistente e confiável, um diferencial que leva tempo e esforço para que outros possam alcançar.
Quais as características de um plano de cibersegurança de sucesso?
As implementações de cibersegurança de sucesso compartilham algumas características:
- Cibersegurança é vista como uma iniciativa estratégica dentro do negócio;
- Sua implementação é baseada em um planejamento documentado;
- O plano de cibersegurança evolui constantemente para acompanhar o ambiente e possíveis novas ameaças.
Felizmente, algumas companhias já estão mudando de atitude e começando a ver a cibersegurança como uma vantagem competitiva.
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Estabelecendo um plano de cibersegurança avançado
Um plano avançado em cibersegurança envolve mais do que a aplicação de tecnologia. É mais do que escrever e implementar. É a cultura que deve permear todo o negócio, envolvendo todo o pessoal interno e também pessoas externas que interagem com a empresa.
Se a empresa está nos primeiros passos de desenvolvimento deste plano ou se já conta com alguma ação implementada, existem ferramentas valiosas disponíveis para avaliar seu plano e identificar pontos que podem fortalecê-lo.
O guia mais compreensivo detalhando um plano de cibersegurança totalmente integrado é oferecido pelo National Institute of Standards and Technology (NIST). Os procedimentos são detalhados nos padrões NIST SP 800-171 e SP 800-172.
Além disso, muitas companhias estão construindo seus planos de cibersegurança utilizando Purdue Enterprise Reference Architecture. Esse modelo foca nas implementações de tecnologia, enquanto os padrões NIST oferecem uma visão mais ampla sobre cibersegurança em uma empresa.
Enquanto esse planejamento precisa ser otimizado para as particularidades de cada empresa, existem áreas principais de atenção que precisam ser detalhadas em cada plano avançado de cibersegurança.
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5 estratégia para implementar um plano de cibersegurança
Estabelecer um plano de cibersegurança que seja eficiente não é uma tarefa fácil, e requer investimento em ferramentas e métodos para a sua empresa. Confira 5 estratégias que você pode usar!
1. UBA
O User Behavior Analytics, também conhecido com UBA, é uma ferramenta de IA que utiliza o Machine Learning para analisar e identificar os padrões de comportamento dos seus clientes. O foco da ferramenta é identificar os comportamentos estranhos que podem indicar algum tipo de fraude, ataque virtual ou outra atividade criminosa.
2. GRC
O GRC (governança, risco e compliance), é um método de gestão que busca estabelecer uma visão completa sobre as principais ameaças e as oportunidades da empresa. Essa metodologia contribui para a organização dos processos de TI, focando no atendimento de normas e métodos de segurança para diferentes setores.
3. SIEM
A SIEM é uma ferramente fundamental para respostas rápidas de cibersegurança. Ela é uma plataforma de correlacionamento de eventos, ou seja, que analisa a relação entre diferentes acontecimentos, com foco na emissão de relatórios e alertas de segurança.
Os relatórios oferecem uma descrição completa de todas as ações tomadas, incidentes, e resultados do monitoramento. Já os alertas, são avisos em tempo real de possíveis ameaças a sua segurança cibernética, que permitem uma ação rápida de resposta, reduzindo os riscos.
4. SOAR
SOAR (orquestração, automação e resposta de segurança) é um conjunto de recursos de software utilizados para trazer mais segurança para os seus sistemas. Ele é focado em 3 pontos principais, são eles:
- Gerenciamento de casos e de fluxos de trabalho;
- Automação de tarefas;
- Acesso a centros de consulta de informações sobre ameaças.
Normalmente, essa ferramenta é implementada em conjunto com o SIEM, por complementar a análise de eventos com os dados e informações que recolhe.
5. Threat Intell
A Threat Intell consiste em um conjunto de práticas de práticas e recursos técnicos que criam protocolos de análises de ameaças e de resposta a esses casos.
Uma das práticas mais dessa metodologia, é o uso de inteligência artificial para analisar dados históricos e tentar prever a probabilidade da empresa sofrer um ataque cibernético. Outro exemplo, é o monitoramento constante da deep/dark web, com a intenção de identificar rapidamente qualquer informação ou dado da empresa que possa ter vazado.
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A cibersegurança precisa ser encarada como um investimento da empresa que pode se tornar uma forte vantagem comparativa no mercado. Com ela, você oferece mais segurança e gera mais confiança tanto para os seus fornecedores quanto para os seus clientes.
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*Publicado originalmente por John Turner para a AMT News. Traduzido e adaptado pela equipe A Voz da Indústria.