A tomada de decisão é um dos exercícios mais fundamentais da indústria na busca por soluções para diversas questões. Parafraseando Albert Einstein: “os problemas significativos com os quais nos deparamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos”. Mas o que isso pode significar aqui para nós?

Na indústria, qualquer tomada de decisão exige ações concretas e estratégicas, cujo objetivo é identificar alternativas viáveis e escolher a opção que melhor atenda às necessidades da corporação.

Neste sentido, destacam-se alguns fatores para ajudar o segmento industrial, uma vez que toda iniciativa deve ser assertiva. Confira nossas dicas e saiba ainda o porquê a Pesquisa Operacional (PO) é considerada ferramenta fundamental para facilitar essa decisão.

1. Gestão descentralizada

Uma boa sugestão é para que a indústria tenha todos os setores propícios à tomada de decisão. Isso significa que todos os profissionais devem estar à vontade para explorar as situações, de modo a colaborar com suas avaliações e sugestões corporativas.

Além disso, é essencial que haja interação entre os setores da indústria, em que as equipes possam se complementar. Aqui, as etapas de tomada de decisão consistem em consulta, votação e consenso.

Segundo Matheus Bombig, Fundador da Startup Invenis e criador do método chamado “Teal” de aceleração de tomada de decisão nas empresas, é importante ter a gestão descentralizada como um dos pilares para a tomada de decisão.

“Antes de qualquer ação, existe um processo de aconselhamento, em que o colaborador colhe a opinião daqueles que serão impactados pela decisão e de funcionários experientes que vivenciaram situações parecidas.”

2. Investigação, alternativas e opções

Todas as situações carentes de tomada de decisão podem ser investigadas com riqueza de detalhes antes de qualquer parecer. A partir da análise das situações, ou seja, com o problema desvendado, é preciso gerar boas alternativas de resolução, tendo diversos ângulos para analisar o respectivo gargalo. Então, explore as opções encontradas e a viabilidade de cada uma, levando em consideração os riscos e implicações.

Por exemplo, quando uma indústria adquire novas máquinas, deve ter “de bate pronto” profissionais qualificados para operá-las. Caso contrário, será necessário investir em contratações. Outro caso, se a mesma companhia decidir utilizar as máquinas antigas para operar em alta demanda, é preciso saber se tais equipamentos terão capacidade para operar num bom ritmo. Quanto de energia será gasto, por exemplo? Fica a reflexão.

3. Planos

Após a avaliação e seleção das alternativas, os responsáveis pela tomada de decisão têm a possibilidade de se certificar da confiabilidade das informações obtidas. Essa etapa é essencial para que a decisão final resulte em ganhos. Seja de produção, administrativos ou financeiros. Sobre o atendimento ao cliente, Matheus explica que o ganho é em velocidade e resolução final, “pois quem atende o consumidor deve ter liberdade e segurança para tomar decisões no momento de sanar problemas sem estar preso”.

4. Comunicação

Outra dica importante: as decisões podem (e devem!) ser comunicadas ao quadro de funcionários e as respectivas medidas tomadas. É primordial envolver grande parte da indústria na implementação da solução, de modo que os motivos que levaram a tomada de tal decisão sejam discutidos.

“Dessa forma, toda estratégia é sempre influenciada por uma inteligência coletiva. Ou seja, todos acabam levando os pareceres recebidos muito a sério, pois do mesmo modo que um funcionário gostaria que o outro prezasse pela sua opinião, ele também dará crédito a outras visões”, comenta Matheus.

Pesquisa operacional como ferramenta para a tomada de decisão

De acordo com Marcos dos Santos, Capitão de Fragata do Instituto Militar de Engenharia. (IME), a Pesquisa Operacional trabalha com alguns métodos específicos que contribuem sobremaneira para a tomada de decisão na indústria.

Eles compreendem Estatísticas, Programação Matemática, Simulação Discreta, Teoria dos Jogos, Previsão de Demanda, Teoria das Filas, Teoria dos Grafos, Apoio Multicritério à Decisão (AMD), Aprendizado de Máquina e Ciência dos Dados.

 “Tais métodos são reconhecidos por sua poderosa capacidade de apresentar soluções efetivas para problemas reais”, complementa o Capitão do IME. Além dos métodos, as principais características da PO são: método científico, modelagem de sistema, abordagem interdisciplinar, uso de computadores e pragmatismo.

Em sua palestra ao Indústria Xperience, Marcos dos Santos explicou que para a tomada de decisão na indústria é necessário que a PO caminhe lado a lado com o Data Science, uma vez que os modelos da Pesquisa Operacional precisam de uma massa de dados para gerar resultados.

E o contrário também é verdadeiro. Marcos comenta que “não adianta ter massa de dados sem um modelo matemático adequado para dar significado aos dados coletados”.

E finaliza: “quando o problema chega, vem de maneira difusa, desestruturada. Temos que entender para intervir na realidade utilizando modelos analíticos”.

Assista à palestra ‘A Tecnologia a favor da Indústria e na tomada de decisões’ na plataforma Indústria Xperience.