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Cobots: como a robótica colaborativa pode ser aplicada?

Article-Cobots: como a robótica colaborativa pode ser aplicada?

ABB - Crédito: Michelle Tomaz Cobot ABB operando em fábrica da Nestlé
“Os Cobots geralmente são construídos com grande sofisticação tecnológica, contendo sensores usados tanto para a segurança quanto para a precisão”

A robótica colaborativa é um método que inclui robôs especialmente programados para interagir com os humanos no ambiente de trabalho. Esses “auxiliares” são chamados de Cobots (colaboração + robótica).

Não à toa, o universo da robótica colaborativa tem expandido cada vez mais seus horizontes e contribuído exponencialmente com o mercado de manufatura. O objetivo é ampliar cada vez mais as possibilidades do processo de produção.

Como os cobots funcionam?

Um dos grandes diferenciais apresentados pelos Cobots na indústria, por exemplo, é a flexibilização em escala, cujo processo de produção pode acontecer conforme o aumento ou queda da demanda.

Tem também a questão das mudanças no portfólio de produtos, as fabricações sob encomenda, etc. Segundo Nelson Kumagai, Gerente de Robótica da General Industries ABB, outra vantagem é que, diferentemente dos robôs tradicionais, programados para uma única e específica tarefa, os Cobots podem fazer diferentes trabalhos e com extrema agilidade.

Sem contar que são fáceis de instalar, programar e utilizar, criando uma interface homem-máquina cada vez mais integrada. A propósito, este é o principal objetivo da própria Indústria 5.0 – criar uma sinergia entre máquinas e seres humanos, de modo que a produção seja cada vez mais excelente.

Nelson Kumagai exemplificou a viabilidade dos Cobots com um recente lançamento da ABB na respectiva categoria. Trata-se do SWIFTI CRB 1300, cujo projeto visa preencher uma lacuna entre robôs industriais e colaborativos.

“Ele combina velocidade e precisão, com capacidade de manipulação de carga expandida de até 11 kg, podendo ser usado em uma ampla variedade de aplicação de produção e manipulação de produtos – desde alimentação de máquinas e paletização até ‘pick-and-place’ (pegar e depositar) e aparafusamento.”

Outra característica dos Cobots é o tamanho e o peso. Eles são menores e mais leves, justamente para facilitar o “relacionamento” com os humanos no parque fabril. Ou seja, podem ser usados em diferentes tipos de espaço. “Os Cobots geralmente são construídos com grande sofisticação tecnológica, contendo sensores usados tanto para a segurança quanto para a precisão”, completa o representante da ABB.

Saúde e segurança: mais vantagens dos cobots

Uma das principais vantagens dos robôs colaborativos é o impacto positivo sobre a saúde do trabalhador. Isso porque os Cobots podem assumir as tarefas mais repetitivas ou insalubres de um processo produtivo, o que reduz a taxa de incidência de lesão ou acidentes de trabalho. “Além disso, os colaboradores podem focar em atividades mais estratégicas e criativas, que aproveitem melhor o uso de suas habilidades”.

Ainda com relação à segurança, os Cobots têm componentes e sensores que permitem detectar se um colaborador está ou não nas proximidades.

De acordo com Nelson, tais tecnologias permitem que a colaboração segura seja alcançada sem o espaço e custo associados à instalação de cercas de proteção ou barreiras físicas.

Sobre o SWIFTI CRB 1300, por exemplo, ele explica que se o scanner a laser, constante do robô, detecta um trabalhador dentro da área de operação do Cobot, o software o desacelera automaticamente ou até desliga. “À medida que o trabalhador se afasta, o movimento é restaurado, retornando à velocidade máxima para produtividade total somente quando a área de trabalho estiver completamente livre”.

Normas nacionais

Especificamente sobre os Cobots, em fevereiro de 2018, foi publicada a Nota Técnica n° 31/2018 para esclarecimento sobre as normas que regulamentam a utilização de novas tecnologias de robôs no parque industrial brasileiros. Tudo isso envolve a aplicação da robótica colaborativa, tanto com o uso dos Cobots quanto dos robôs tradicionais. A nota compreende também os requisitos de segurança necessários para um trabalho seguro à luz da interpretação técnica da NR-12.

Conforme as considerações finais da 31/2018: “a utilização de sistemas robóticos colaborativos, obedecendo às prescrições das normas ISO 10218-1, ISO 10218-2 e da ISO/TS 15066, e pós prévia apreciação de riscos, conforme a norma ABNT NBR ISO 12100 e capacitação de todos os trabalhadores envolvidos no processo, de acordo com o Anexo II da NR-12, atende às disposições da NR-12, em especial, os itens 12.1, 12.38, 12.38.1 e 12.51”.

A saber, a ISO 10218-1 e a ISSO/TS15066 definem que existem três tipos de colaboração: coexistência, colaboração intermitente e colaboração cooperativa ou estreita. “Eles são ativados por funções de segurança com classificação em robôs colaborativos, incluindo limitação de potência e força, monitoramento de velocidade e separação, orientação manual e parada com classificação de segurança”, direciona o gerente.

Case ABB e Nestlé

A ABB desenvolveu, em parceria com o time de Engenharia de Embalagem da Nestlé do Brasil, uma célula robótica colaborativa inédita para a área de paletização das fábricas de chocolate da companhia no Brasil.

Utilizando um robô industrial e a tecnologia SafeMove, a solução foi capaz de melhorar a produtividade do processo de paletização em 53%, reduzir os custos de manutenção e contribuir para uma operação mais ágil e eficiente.

Fato é que a Nestlé precisava de uma célula robótica compacta para a sua linha de produção de chocolates, que fizesse o carregamento preciso dos produtos e paletes. A solução deveria ainda permitir que os colaboradores trabalhassem com segurança ao redor do robô, além da possibilidade de ser replicada em outras unidades da empresa.

O especialista em robótica da ABB conta que “o principal desafio desse projeto é que os trabalhadores da Nestlé precisariam entrar na área operacional do robô para acelerar as mudanças de palete, o que exigiu uma solução robótica que pudesse atender a equipe sem nenhuma diminuição do nível de segurança”.

Para isso, a ABB optou por uma célula de paletização robótica, utilizando a tecnologia supracitada – a SafeMove. Com uma abordagem por zonas, que divide o espaço de trabalho do robô em três áreas (verde, amarela e vermelha), de acordo com a aproximação do operador, o SafeMove permite que grandes robôs industriais trabalhem ao lado de pessoas sem a necessidade de separação estrita.

Nelson frisa que o SafeMove conta com várias funções de segurança, incluindo limites de velocidade, monitoramento de parada segura e supervisão de posição e orientação. “A abordagem de velocidade e separação habilitada pelo sistema elimina a necessidade de muitos componentes exigidos por uma célula de robô padrão, como cercas, interruptores de segurança, portas e chaves de acesso”, complementa.

Descobrimos ainda que a respectiva célula usa um robô ABB IRB660, com o opcional SafeMove, que é equipado com uma garra com vácuo para mover as caixas do final da linha de produção para o palete, empilhando-as com precisão para garantir uma carga equilibrada e estável.

“Assim, reduz o trabalho e evita danos às caixas. Anteriormente, os operadores, às vezes, deixavam de colocar as caixas corretamente, exigindo que paletes inteiros fossem reorganizados antes que pudessem ser movidos.”

Descubra mais detalhes sobre os cobots nas indústrias!

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