O desenvolvimento avançado de robôs está forçando as universidades e as indústrias a investirem na requalificação profissional e na aquisição de novas competências a fim de atender essa demanda do mercado. 

Esse tema foi analisado e discutido por Rogério Vitalli, pós-doutorado em Engenharia e CEO do Instituto Avançado de Robótica, na última apresentação do Palco EXPOMAFE 2025, dia 10 de maio. 

Vitalli demonstrou como nem sempre inovação se reflete no desenvolvimento da robótica. Por exemplo, a Suíça ocupa o primeiro lugar no ranking de inovação, mas o nono em densidade robótica, com 302 robôs instalados a cada 10.000 trabalhadores. 

Já a Coreia do Sul é o décimo país na lista de inovação e o primeiro em densidade robótica: 1.012 robôs a cada 10.000 trabalhadores. 

“A robótica tem o papel de tirar o trabalhador do trabalho repetitivo, do ambiente insalubre, e vai recriar empregos para gente mais qualificada”, apontou. 

Para comprovar essa afirmação, Vitalli mostrou que o índice de desemprego na Coreia do Sul (país com maior densidade robótica) é de apenas 3%, enquanto países como o Brasil, que tem 18 robôs a cada 10.000 trabalhadores, tem uma taxa de desemprego de 6%. 

Função social 

“Um robô gera, pelo menos, três empregos: um para cada turno em que um operador faz o acompanhamento do seu trabalho”, disse Vitalli. 

Daí vem a necessidade de requalificar a força de trabalho atual e transmitir novas competências à que está chegando agora ao mercado. “Os jovens que não pegarem esta onda ficarão perdidos”

Ele acrescentou que os robôs têm também uma função social ao evitar cargas excessivas de trabalho e doenças como a LER (Lesão por Esforço Repetitivo). 

Inclusive, muitas das características da inovação (trilha de conhecimento, requalificação e oportunidades) estão de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Engenharia Robótica 

Vitalli explicou que há três gerações de robôs: os industriais, nas linhas de produção; os colaborativos, que trabalham ao lado dos operadores – esses dois encontrados em abundância nos estandes das marcas expositoras da EXPOMAFE 2025 – e os humanoides, ainda em menor quantidade, mas que mostram forte desenvolvimento. 

“O Brasil precisa estudar mais, apoiar mais a indústria, porque essas inovações estão chegando por aqui.”  

Como forma de contribuir para este cenário, Vitalli e outros acadêmicos criaram o curso de pós-gradução de Engenharia Robótica, a nova profissão da indústria avançada, e o Instituto Avançado de Robótica – IAR.