Chegar ao patamar em que possamos considerar uma fábrica como exemplo de Indústria 4.0 passa por alguns critérios essenciais. O conceito básico para ser uma referência neste novo modelo da produção industrial seguem alguns passos:

Alto nível de personalização – Satisfação de nichos cada vez mais específicos de clientes, até mesmo atendimento um-a-um, literalmente personalizado. Produtos que atendam necessidades e mesmo preferências específicas de cada cliente irão diferenciar quem está atuando neste novo modelo de produção, trazendo até um pouco da era artesanal.

Modularização ou componentização da fábrica – produtos com características mais específicas e com ciclos de vida cada vez mais curtos, levam a linhas de produção ou montagem que precisam ser remanejadas com setups mais rápidos e eficazes, portanto a opção é não depender de linhas rígidas e com células dependentes. Opte por criar Centros de Trabalho o mais independentes possível ou que possam ser dinamicamente substituídos mediante falha;

Arquitetura aberta – esqueça padrões fechados, desde a comunicação entre máquinas e softwares, até mesmo dimensões de peças e unidades de medidas. Padronizações que atendam o maior número de empresas e indústrias serão os aceitos daqui por diante, fuja de padrões obsoletos ou regionais – escolha padrões universais.

conceitos-manufatura-avançadaBig data – Disponibilidade da Informação relevante transformada automaticamente de grandes volumes de dados, e em grande velocidades de fontes variadas dentro e fora da empresa. Entender somente o comportamento interno dos seus processos, produtos e qualidade não é mais suficiente para jogar neste novo mundo. É preciso sentir o reflexo do que você oferece, produto ou serviço, junto àqueles que o consomem, irão consumir e até mesmo dos que já deixaram de comprar o que sua empresa oferece, e tomar decisões com análises em massas de dados que antes levavam até meses para se processar, agora em questão de horas, até mesmo minutos.

 Nuvem – não se trata apenas de colocar seus dados em um servidor distante, serviços em cloud oferecem hoje um nível de segurança maior do que aquele servidor guardado no sua área de T.I. Em geral respeitando criteriosas regras de segurança e grau de disponibilidade, além de backups diários que podem ser recuperados ou baixados sob seu comando. Tudo isso com mão de obra especializada e dedicada a um custo menor do que você teria com um profissional local na sua empresa. Estar na nuvem (cloud) é contar com a disponibilidade dos seus dados onde quer que você esteja, como uma feira ou exposição de seus produtos, até uma viagem de negócios. É libertar-se de uma corrente e riscos que não são mais necessários.

Segurança – como mencionado no tópico sobre Cloud, o acesso aos seus dados estão mais protegidos em um ambiente preparado para isso. A segurança à informação (os dados da sua empresa, máquinas, ID’s, produtos, serviços e pessoas) terá que ser garantido sempre. A automação, que é herança da indústria 3.0, com robôs e linhas inteligentes devem estar instalados, configurados e parametrizados para operar com toda a segurança, tanto física quanto de acesso, firewalls existem para os microcomputadores e para os computadores dentro destas máquinas – uma invasão poderá custar paradas e perda de produção inesperados. Atenção com este aspecto no novo fluxo.

industria4.0-manufatura-avancada-bigdata-iotIoT – Internet das Coisas, Mobilidade, Acessibilidade – produtos passam a ter uma alma, uma identificação única que o acompanhará durante toda sua vida útil, até mesmo na sua retirada ou pós-obsolescência, pós-uso. A sensorização vai extrapolar fábricas, armazéns e centros de distribuição e chegará até sua casa, sua garagem, sua escola, seu lazer. Tudo estará cada vez mais conectado. Coisas e processos comunicando-se entre si, dando sinais do quê é, o que faz(função/objetivo), carga atual, entre outros atributos compartilháveis e úteis a cada geoposicionamento (gps). E como isso será possível? Porque os sistemas estarão na nuvem, disponíveis em qualquer lugar, o mesmo sistema que o produziu poderá identificar em que local do globo o item está sendo aplicado. Há muitos benefícios no IoT além da movimentação eficaz de material nos armazéns e docas, pode acreditar.

Virtualização – A digitalização e sensorização das unidades fabris e dos itens, vai proporcionar algo que até então era impensável: a visualização em tempo real de toda uma operação remotamente, com dados de tudo o que está ocorrendo, incluindo perdas e paradas. Será a monitoração do OEE (Eficiência total da linha) sendo criado em tempo real. O benefício direto disso, na prática, se dará antes da montagem da linha, usando simulações (comissionamento virtual) antes mesmo de se fazer as modificações requeridas pelo produto, fazer estudos dos melhores tempos e formas de setup, capacitar os operadores antes das células de trabalho estarem montadas em linha. Nesse caminho entra também o “gêmeo virtual” dos seus produtos, com análises de esforço e fadiga, além de prototipação com impressoras 3D, antecipando e antevendo a percepção sobre o item pronto.

Lean Manufacturing na Indústria 4.0

Estes são conceitos que se unem à prática, à tecnologia e a metodologias – como o Lean Manufacturing – para transformar a realidade das nossas indústrias e modelos de negócio, e consequentemente a rotina e vida da nossa sociedade para melhor.

Convidamos vocês a conhecerem estes e outros princípios essenciais para a implementação deste modelo de produção mais dinâmico, ágil e enxuto, que ainda levará em conta os conceitos de uma Manufatura Leve, Automatizada e Sustentável.

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