A tendência do comportamento dos consumidores, de modo geral, aponta para demandas cada vez mais customizadas e personalizadas – e é isso que faz urgente a necessidade da flexibilidade na linha de produção. O objetivo da produção flexível é ajustar rapidamente o volume e o mix de produtos fabricados à demanda do mercado.

Como o mercado exige uma diversidade grande de produtos, as fábricas, nesse contexto, precisam produzir somente aquilo que é demandado, no tempo e na qualidade especificados pelo cliente, por meio da flexibilidade na linha de produção.

Esse conceito se aplica não apenas aos produtos de consumo, como também ao desdobramento das cadeias de valor. Além disso, está sendo aplicado à indústria de bens de capital.

“Por exemplo, a demanda dos mercados atuais de automóveis exige variedade de tipos de veículos (sedan, hatch, picapes, furgões e peruas), cores e acessórios que podem ser fabricados em um mesmo tipo de chassi. O mesmo acontece em produtos de linha branca e com computadores. O procedimento mais utilizado é a personalização de um produto a partir de um site no qual o cliente escolhe seu produto a partir de uma série de opções oferecidas pelo fabricante”, destaca Álvaro Marques, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP.

Flexibilidade na linha de produção: o que é preciso para obtê-la?

O primeiro passo para a flexibilidade na linha de produção é entender qual é a tendência do seu mercado. Ter esse ponto claro é o estágio inicial para estabelecer uma estratégia de produção de longo prazo e, assim, começar o processo de transformação da produção.

“Costumamos dizer que de nada adianta automatizar uma fábrica de produtos obsoletos, que não está acompanhando a evolução do seu mercado”, comenta Paulo Roberto dos Santos, da Zorfatec Consultoria em Inovação.

Uma vez definida a estratégia de longo prazo, o passo seguinte é buscar a integração dos sistemas. Vale lembrar que a essência da Indústria 4.0 está em um fluxo de informação contínuo durante todo o processo de negócios, possibilitando a integração horizontal, desde o cliente especificando seu produto até a entrega, bem como na integração vertical, que leva os dados de chão de fábrica até os sistemas de suporte à decisão, como os ERPs.

Depois de estabelecido esse bom fluxo de informações, vem a oportunidade de automatizar os processos e assegurar que as informações sejam obtidas e integradas aos procedimentos de análise e decisão, automaticamente.

Flexibilidade na linha de produção em alguns setores

Na fabricação de roupas de malha, usa-se muito o conceito Postponement, no qual o processo produtivo é dividido em duas fases: a primeira é a produção de grandes lotes de produtos sem diferenciação e armazenados até a confirmação dos pedidos dos clientes. A partir do produto semielaborado, o fabricante o termina conforme as especificações desejadas pelo cliente. Para ficar mais claro esse funcionamento, Marques traz um exemplo prático.

“As camisetas de malha são produzidas na malharia, alvejadas e estocadas por tamanho. Somente quando há pedidos de uma cor específica e determinada estampa, uma pequena quantidade das camisetas alvejadas é tingida e estampada conforme especificado”, pontua.

Em outro setor, no de microcomputadores, utiliza-se o conceito de modularização, ou seja, o cliente monta o seu produto via site a partir de módulos disponíveis pelo fabricante.

E então, ficou mais claro como promover a flexibilidade na linha de produção? O que você acha dessa tendência? Deixe sua mensagem nos comentários.