A indústria automotiva se viu drasticamente atingida em 2020. Montadoras de todo o mundo estiveram diante de um cenário sem precedentes, que paralisou suas produções e afetou toda a cadeia produtiva. No Brasil, foram ao menos dois meses de produções paradas em razão da pandemia do novo coronavírus. Mas já é possível visualizar movimentações por parte das montadoras para promover a retomada da produção na indústria automotiva pós-quarentena.

Porém, para que a retomada da produção na indústria automotiva ocorra com a máxima segurança de seus colaboradores, seguindo todas as recomendações dos órgãos competentes, o setor terá pela frente importantes desafios.

Veja o que o atual cenário representa na história do setor automotivo e acompanhe quais serão os principais desafios para a retomada da produção na indústria automotiva brasileira.

O atual cenário da indústria automotiva é muito desafiador

Hoje, o setor automotivo vive um cenário desafiador, já que a produção e as vendas estão praticamente paradas no Brasil. Em abril, por exemplo, a produção nacional de veículos caiu 99,3 %, na comparação com o mesmo período de 2019.

Diante disso, Viviane Mansi, diretora de Comunicação e Sustentabilidade da Toyota do Brasil, explica que “estamos vivenciando uma das crises mais profundas de nossa história e que irá mexer com as nossas decisões, emoções, o caixa das nossas empresas e a visão de futuro delas”.

Assim, a retomada da produção na indústria automotiva está sendo ponderada e planejada. Neste momento de fábricas paradas, as ações da Toyota são baseadas na garantia da segurança de seus colaboradores, stakeholders e no papel da montadora de dar o suporte à sociedade.

Com tudo isso posto e bem gerenciado, os esforços da montadora vão seguir para avaliar e traçar os mais diversos cenários para esse mundo pós-pandemia. “Esses novos cenários irão exigir um trabalho em conjunto de todas as áreas da empresa e de todos os agentes da sociedade”, acredita a diretora.

Crise sem precedentes, mas é preciso projetar a retomada

O setor automotivo já vivenciou as mais diferentes crises no setor. Exemplo disso é a crise financeira de 2008-2009, que trouxe impactos muito grandes. Mas é primeira vez que uma crise impacta toda indústria global, de forma simultânea e intensa.

Diferentemente da última crise econômica, esta tem uma dimensão diferente porque atinge a todos os países de modo semelhante. O mundo hoje, sendo altamente globalizado, induz a uma grande movimentação entre países”, explica Jomar Napoleão, consultor na Carcon Automotive, responsável por efetuar análises em tempo real em todos os mercados afetados.

Mas, como ocorreu em todas as crises, o consultor crê que vamos achar uma saída. E que, provavelmente, trará com ela muitas inovações interessantes, tais como a transformação digital.

Essa opinião é compartilhada por Viviane Mansi. A diretora de Comunicação e Sustentabilidade da Toyota do Brasil explica que o próprio setor já vinha passando por uma transformação. A tendência é que isso se dê de forma mais acelerada a partir de agora: “o futuro do transporte e de toda a indústria será muito diferente do que é hoje. Não só os carros, mas a maneira como o mundo se move”, diz.

Principais desafios da retomada da produção na indústria automotiva

Tal como está ocorrendo na China e em outros países em que a retomada da produção na indústria automotiva já começou, a volta das operações no Brasil precisa ocorrer de modo cauteloso, observando todos os cuidados.

Portanto, Jomar Napoleão acredita que a curva de subida de produção será gradual e vai acompanhar, inclusive, o comportamento das vendas. “Esses protocolos de retorno da produção na indústria automotiva seguem padrões operacionais globais das montadoras, além das orientações técnicas da OMS, que é o que deve ser feito”, aponta.

Entre essas ações, estão o retorno gradual à produção, distanciamento entre posições de trabalho, controle de saúde de colaboradores, uso de máscaras, etc.

Assista: SEMANA DIGITAL FEIMEC | Desafios da Gestão na Retomada da Indústria Automotiva

Neste meio tempo de busca pela retomada da produção na indústria automotiva, a Toyota está:

  • Instalando em suas unidades câmeras térmicas para medição da temperatura dos funcionários;
  • Projetando novas formas para aumentar o distanciamento entre colaboradores; e
  • Suporte psicológico para o retorno da produção.

Nossa prioridade é a segurança dos nossos colaboradores e o bem-estar das sociedades nas quais estamos inseridos. Isso é o mais importante para nós agora”, complementa Viviane.

Novos comportamentos e decisões: mudanças no mundo pós-pandemia

Em um cenário mais amplo, Viviana Mansi explica que a Toyota, como marca, precisa demonstrar consistência entre os valores e as práticas da sociedade como um todo frente ao atual cenário.

Estamos diante do teste mais importante da nossa história. Esse teste mostrará se seremos melhores ou não, num contexto em que ser “melhor” é o quanto conseguimos equilibrar decisões que compartilhem valor para a empresa, para as pessoas e para a sociedade”, diz.

A Toyota acredita que as pessoas continuarão se locomovendo por meio de veículos confiáveis, seguros, conectados a serviços e a preços justos, tudo isso com base na manutenção e atração da confiança dos consumidores.