Por: Júlia Bertazzi*

As tecnologias da quarta revolução industrial, como inteligência artificial (IA), Internet das coisas (IoT), computação em nuvem e robótica, estão mudando a forma como vivemos, aprendemos e fazemos negócios a uma taxa sem precedentes na história humana. 

Esse sistema complexo, passa por mudanças exponenciais. Elas começam pequenas, até mesmo imperceptíveis, mas se fortalecem repetidamente de forma que, em um dado momento, mudam completamente as regras do jogo e podem até mesmo moldar as estruturas da sociedade.  

Um dos fatores de destaque neste cenário são os dados que estão no centro do progresso da tecnologia da informação, e cujo volume aumenta cada dia mais, principalmente com o fortalecimento da digitalização e com o “novo normal” criado com a pandemia do COVID. 

Os sinais de crescente digitalização e comunicação online estão por toda parte, sendo resultado direto do teletrabalho, video conferências, ensino à distância, entretenimento remoto, conectividade de dispositivos 5G e IoT, telemedicina e, é claro, a implementação de soluções tecnológicas da Indústria 4.0 nas corporações.  

Ou seja, não são gerados mais dados apenas das pessoas, mas também das coisas e objetos conectados na rede. E à medida que a lacuna entre o físico e o digital se estreita, o volume de dados continua a crescer de forma constante. O Banco Mundial estima que, até 2022, o tráfego total anual da Internet aumentará cerca de 50% em relação aos níveis de 2020, atingindo 4,8 zettabytes.  

Junto à facilidade de comunicação e obtenção de informações, se destaca a preocupação com segurança e sobre ataques cibernéticos, que colocam em risco a privacidade das pessoas e podem até mesmo paralisar serviços e infraestruturas, sejam pessoais ou de toda uma corporação ou comunidade. 

Não só os ataques crescem em número, como seus impactos se tornam cada vez mais desastrosos, visto a dependência da sociedade atual às tecnologias conectadas à rede. 

No espaço de segurança cibernética, a saúde é um dos setores mais visados. Nos EUA, 60% dos incidentes de ransomware (crime virtual em que um computador ou rede é infectado por um programa que impede a sua utilização) impactaram o setor da saúde, sendo que os hospitais respondem por 30% de todas as grandes violações de dados, com um custo estimado de US$ 21 bilhões somente em 2020.  

Dada as circunstâncias, empresas e indivíduos estão tomando maiores precauções para proteger seus dados como resultado. Novas tecnologias e solução para criptografia, coleta, compartilhamento e armazenamento de dados são desenvolvidos à medida que novos desafios surgem. Pode-se dizer que a corrida entre invasores e defensores é desafiada pela taxa de vulnerabilidades de segurança recém-descobertas e publicadas nas ferramentas e sistemas de software mais populares. 

Com este cenário em mente, algumas organizações estão desenvolvendo novas tecnologias de segurança como as mitigações de criptografia quântica, uma tecnologia para evitar que chaves sejam descriptografadas, ou hackeadas, a uma taxa rápida e exponencial. 

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*Júlia de Andrade Bertazzi é engenheira e Gerente de Projetos na Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha.