As demandas relacionadas às mudanças climáticas não são novidades. De fato, desde o cidadão até as organizações governamentais, passando por todo tipo de empresa, contam com certas responsabilidades para a preservação do ambiente, melhor gestão dos recursos naturais, redução da emissão de gases, economia de energia elétrica, redução de resíduos e muitos outros fatores.
Dentro deste cenário, a eficiência energética se apresenta como um elemento de destaque para que todos possam consumir com consciência sem perder em performance. A eficiência energética na indústria, por diversos motivos que apresentaremos aqui, é uma forte necessidade para reduzir os impactos desta atividade nas mudanças climáticas.
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Com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) realizada em 2021, governos e empresas se comprometeram com diversas ações e metas ambiciosas. A seguir, destacamos os principais compromissos do Brasil alinhados com eficiência energética e redução da emissão de gases do efeito estufa (GEE).
Hub de Eficiência Energética
Entre os esforços do Brasil traçados para 2022 está o de frear o alto consumo de energia elétrica. Isso porque o País foi eleito como um dos membros do Energy Efficiency Hub – plataforma global de colaboração para possibilitar benefícios ambientais, sociais e econômicos no que diz respeito à eficiência energética.
Este trabalho será realizado ao lado de outras 15 nações: Argentina, Austrália, Canadá, China, Dinamarca, União Europeia, França, Alemanha, Japão, Coreia, Luxemburgo, Rússia, Arábia Saudita, Reino Unido e Estados Unidos. Todos juntos com o objetivo de favorecer o diálogo sobre políticas de eficiência, bem como regulação e implementação de medidas.
Entre as principais orientações do Energy Efficiency está a procura por novas soluções para o uso racional e sustentável da energia sejam nas residências, empresas e indústrias. São tecnologias voltadas a garantir eficiência energética. Em seu pronunciamento no lançamento do Hub em Paris, Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia, disse considerar a eficiência energética “o ‘primeiro combustível’ porque ela é crucial para enfrentar as mudanças climáticas e tornar nossos suprimentos de energia mais seguros, deixando também dinheiro em nossos bolsos”.
É importante lembrar que o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas) reforça a urgência da necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Indústria e consumo de energia
As maiores “vilãs” do consumo de energia no mundo são as indústrias. Só em 2020, segundo o Atlas da Eficiência Energética (2021) da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o setor industrial foi responsável por 33,8% do consumo energético no Brasil.
Este alto consumo se dá pelo uso de motores elétricos na produção (muitas vezes antigos e nada eficientes), segundo Gustavo Batista, promotor técnico da Reymaster Materiais Elétricos e especialista em iluminação e eficiência energética.
Segundo ele, se as fábricas se comprometerem a implementar a cultura da eficiência energética, as chances de êxito na redução do consumo de eletricidade são bem grandes. “Eficiência energética é fazer mais com menos. Como? Utilizando motores mais eficientes; substituindo as lâmpadas convencionais por LED; automatizando os processos industriais; utilizando inversores de frequência; instalando painéis fotovoltaicos, e outras soluções”, lista.
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As políticas de eficiência, segundo Batista, são ainda diferenciais de mercado que impactam em mais benefícios além da sustentabilidade. “Além de reduzir custos na produção e retrabalho, gerando economia de dinheiro e tempo, a inovação de automatizar processos para fazer mais com menos conserva o meio ambiente pela redução das emissões de gás carbônico, o principal causador do efeito estufa”, reforça.
Resultados com a eficiência energética
Cálculos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostram que os ganhos de eficiência energética reduzirão aproximadamente 6% do consumo de eletricidade da indústria em 2030.
A eficiência energética é um dos pilares da estratégia definida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – apresentada na COP26, em Glasgow, na Escócia – como um dos principais ativos do país em sua agenda ambiental.
Cabe a cada indústria, como a qualquer outra instituição, se organizar para contribuir com estes planos. Lembrando a fala de Batista, a instalação de painéis fotovoltaicos para obter energia solar é um ótimo caminho para auxiliar na eficiência energética gerando economia de recursos naturais e evitando os combustíveis fósseis. Aproveite para se aprofundar com o nosso Dossiê da energia solar industrial.