O ambiente corporativo vive sua transformação digital. Isso é decorrência do avanço das Realidades Aumentada e Virtual, que aumentou a demanda por processamento de dados. A solução? Edge computing!
A Edge Computing, também reconhecida como “computação de borda”, é aquela em que o processamento de todos os dados coletados acontece no local físico (ou próximo) do usuário ou da fonte em que eles são obtidos.
Essa tecnologia tem relação direta com o avanço da Indústria 4.0, que depende cada vez mais do processamento de dados com baixa latência e alta eficiência.
Mas, como essa tecnologia pode ajudar sua indústria? Quais os benefícios? E por que é uma tendência no cenário 4.0? Acompanhe.
O que é Edge Computing?
A Edge Computing, juntamente com outros conceitos relacionados à digitalização de processos, como IoT, Big Data e Machine Learning, tem se tornado cada vez mais comum no nosso cotidiano.
O conceito de Edge Computing está ligado às capacidades de processamento de dados – receber dados, analisar, identificar padrões, definir ações, alertas etc. – que ocorrem nas bordas dos sistemas.
“Traduzindo, o conceito tem a função de processar dados em ‘computadores’ próximos aos elementos que estamos medindo e coletando informações”, exemplifica Leandro Simões, CEO da Evolv.
Basicamente, por meio do Edge Computing, as informações são recebidas de várias fontes, mas são processadas em servidores ou “computadores” mais próximos aos consumidores desses dados, ao invés de ir e buscar essas informações em servidores em nuvem.
Para melhor entender, Simões faz uma comparação com o modelo tradicional de processamento de dados. Neste modelo, o tempo de “ir e voltar” das informações é chamado de latência.
“Se essas informações que vão e voltam estiverem na nuvem, ou seja, em servidores espalhados pelo mundo (longe do usuário), elas podem ter uma latência grande e inviabilizar o sistema. Já com o Edge Computing isso será resolvido”, complementa.
Edge Computing e Indústria 4.0: relação direta e de sintonia
Já falamos por aqui que o conceito de indústria 4.0 depende muito fortemente de sistemas de Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Big Data e outras tecnologias que têm trazido grandes evoluções e gerado muitos dados para a indústria.
Neste contexto, alguns sistemas de IoT, por exemplo, dependem da coleta de dados de determinados equipamentos, com consequente processamento muito rápido (baixa latência), ou seja, próximos aos locais desses equipamentos.
“Diante das necessidades, muitas aplicações de Indústria 4.0 irão depender de Edge computing para funcionar de maneira satisfatória”, completa Simões.
Mas, você pode se perguntar: se essa informação precisa ser processada de forma rápida, com baixa latência (sem a informação ir à nuvem e voltar), por que não processar essas informações diretamente nos sensores localizados nos equipamentos?
Essa é uma possibilidade plausível, mas não é economicamente viável para a indústria. Carregar essa capacidade de processamento em cada sensor ou equipamento faria com que o custo de cada sensor ou equipamento fosse muito caro.
Poderia ser mais eficiente deixar essa capacidade de processamento na nuvem, mas adotar a Edge Computing é ainda mais interessante para alcançar este propósito.
“Adotar a Edge Computing, ou seja, fazer esse processamento no ‘meio do caminho’, caso dos servidores locais e próximos da coleta dos dados, configura-se como uma excelente opção para manter os custos dos sensores e equipamentos mais baixos”, completa Simões.
Principais vantagens do conceito no âmbito da indústria 4.0
Como vimos, a Edge Computing é caracterizada como sendo uma tecnologia que utiliza “micro data centers” para armazenar e classificar dados localmente, ou seja, próximo do usuário.
Com essa possibilidade, ela promete sanar uma série de obstáculos para popularizar novas tecnologias que estão sendo aplicadas cada vez mais na indústria 4.0.
Assim, os principais benefícios da Edge Computing no âmbito da indústria 4.0 estão associadas à:
- Redução de custos com soluções de IoT;
- Maior segurança, privacidade e proteção dos dados e informações;
- Baixa latência, já que o processamento dos dados ocorre localmente;
- Escalabilidade, já que o espaço de armazenamento de dados se amplia de forma significativa;
- Redução dos custos de uma rede;
- Maior versatilidade.
Dessa forma, a implementação da Edge Computing em diferentes cenários parece ser inevitável, principalmente quando consideramos que as tecnologias da Indústria 4.0 estão gerando mais dados do que nunca.
Recomendações para implementar a Edge Computing na sua indústria
Saber como implementar a tecnologia de Edge Computing é um requisito essencial para qualquer empresa que deseja avançar na Transformação Digital de seus processos. Mas, isso depende muito da “dor” ou problema que a empresa precisa resolver.
Na maioria das aplicações de indústria 4.0, atuar com sistemas com processamento em nuvem ainda é muito mais eficiente e traz ganhos muito significativos, principalmente para soluções de IoT e Machine Learning.
Mas para casos específicos, como, por exemplo, Realidade Virtual e processos de equipamentos complexos em que o processamento precisa ocorrer na borda, o ideal, segundo Simões, é investir em Edge Computing:
“Para que a implementação ocorra da forma certa, cabe à empresa buscar parceiros especializados em soluções de tecnologia e implantação de soluções de IoT com experiência em casos similares.”
A implantação de sistemas desse tipo demanda uma especificidade muito profunda de tecnologias de computação, telecomunicações, telemetria, segurança de dados e afins que dificilmente uma empresa tem desenvolvido no seu “core business”.
Além disso, um parceiro especializado em tecnologia pode ajudar a empresa a mapear os gargalos existentes e definir as etapas para implantação dos sistemas de Edge Computing com maior precisão.