Desde o surgimento da Indústria 4.0, as operações industriais estão cada dia mais automatizadas, em um cenário de transformação digital. Mas, mal chegamos à automação e temos que começar a pensar na implementação da hiperautomação na indústria.

Embora seja novo, esse termo se refere a uma super automação do ambiente industrial, permitindo que as fábricas possam responder mais rapidamente às mudanças do mercado e também às novas demandas.

Entenda o que é a hiperautomação, saiba como ela funciona e conheça as principais ferramentas utilizadas por essa tecnologia que será amplamente aplicada na próxima década.

Hiperautomação na indústria: o que é?

Cada vez mais recorrente em processos industriais, a hiperautomação é uma das 10 principais tendências tecnológicas dentro da Transformação Digital.

Mas, antes de entender o que ela é, é preciso que você entenda que hiperautomação, automação, Indústria 4.0, Indústria 5.0 e afins são assuntos cada vez mais discutidos e difundidos atualmente.  

Mas, por que explicar o que é hiperautomação citando outros temas? 

Para Carlos Urbano, diretor de Industrial Automation da Schneider Electric Brasil, dentro do ambiente industrial estes temas estão totalmente interligados e atuam em total sinergia. “Todos têm a transformação digital como um dos principais pontos comuns”, diz. 

Contextualizando, a Indústria 4.0 com suas tecnologias habilitadoras, graças à internet das coisas (IoT) e a computação em nuvem, permitiu uma melhora expressiva da eficiência e da produtividade no ambiente industrial. 

A Indústria 5.0, por sua vez, veio “reumanizar” os conceitos já muito bem aplicados na Indústria 4.0, tornando-os mais colaborativos com o ser humano, principalmente ao colocar pessoas como foco central dos processos.

Já a hiperautomação industrial é, segundo Urbano, uma combinação e integração de tecnologias e dispositivos que visa aproximar a automação dos processos às capacidades que seriam desempenhadas exclusivamente por seres humanos. 

Com isso, o aumento da eficiência e os pilares da Indústria 5.0 ficam totalmente ao nosso alcance”, conclui.

Hiperautomação é evolução natural da automação industrial

A automação industrial é um conjunto de tecnologias que surgiu na década de 50 e teve sua força impulsionada a partir dos anos 90 com o avanço do computador pessoal e da internet. 

Hoje em dia, a automação se faz presente em muitos processos industriais, sendo por isso um assunto que esteve em alta na FEIMEC 2022.

Já a hiperautomação é, segundo Carlos Urbano, um tema relativamente novo, que já é apontado como uma das principais tendências em curto prazo. “Isto se dá graças a uma sinergia tanto no meio industrial quanto em aplicações nos mais diversos tipos de segmentos”, explica o diretor da Schneider Electric Brasil.

Dessa forma, podemos dizer que a diferença entre os termos está resumida ao avanço tecnológico, como salienta Urbano.

A hiperautomação é a evolução natural da automação industrial com foco em uma busca cada vez maior pela eficiência. Isso se dá não só no aumento da produtividade, mas também na redução dos custos operacionais, sustentabilidade e na qualidade de vida das pessoas”. 

Além disso, segundo especialistas da Teclógica, a pandemia foi um fator acelerador da hiperautomação industrial. 

Com a pandemia, as necessidades por processos fabris robustos cresceram. Consequentemente, as técnicas precisam ser cada vez mais ágeis e capazes de aumentar a produtividade. E é aí que entra a hiperautomação industrial”.

Mas, de forma geral, todas essas tecnologias integradas permitem a otimização dos processos, facilitando assim o nosso dia a dia.

Da automação da robótica à Inteligência Artificial

A hiperautomação é um conjunto de ferramentas integradas que visam a otimização dos processos, fazendo atividades que até então só poderiam ser desempenhadas com eficácia pelos seres humanos. 

Assim, entre as ferramentas relacionadas à hiperautomação, merecem destaque:

  • Mineração de Processos (Process Mining – PM); 
  • Automação Robótica de Processos (Robotic Process Automation – RPA);
  • Aprendizado de Máquina (Machine Learning – ML);
  • Sistemas de MES/MOM; 
  • iBPMS (Intelligent Business Management) e 
  • Inteligência Artificial (Artificial Intelligence – AI)

Essas são ferramentas que, quando combinadas, nos permitem atingir o nível da hiperautomação”, explica Carlos Urbano.

Dentre essas ferramentas, uma boa mineração de processos tem como foco realizar a análise e entender o processo e suas necessidades. 

Já a automação robótica de processos é composta por softwares que atuam nos processos repetitivos e escaláveis, que em conjunto com o aprendizado de máquina e inteligência artificial resultará na melhoria contínua do processo, aumentando sua eficiência.

Aplicações e funcionamento da hiperautomação industrial

Podemos dizer que o pontapé inicial para uma indústria hiper automatizada é a boa escolha de um Manufacturing Execution System (MES) para a gestão do “chão de fábrica” e, assim, atuar em todos os processos produtivos da empresa.

Dito isso, Carlos Urbano explica que qualquer processo ou máquina industrial que possua repetibilidade e escalabilidade tem potencial para chegar ao nível hiper automatizado.

Um fabricante de máquinas que utiliza estas tecnologias conjuntas pode monitorar e entender necessidades específicas dos seus clientes finais e atuar em um nicho de negócios de machine as a service, muito pouco explorado no Brasil”.

Dessa forma, a Teclógica explica que esse conjunto de tecnologias pode ser aplicado para diversas melhorias na cadeia produtiva, tais como: 

  • Melhor visibilidade dos processos; 
  • Qualidade e rastreabilidade da produção; 
  • Consolidação das diferentes culturas de manufatura; e 
  • Implementação das melhores práticas em todos as plantas fabris.

Dessa forma, embora seja um tema relativamente novo, a hiperautomação funciona como qualquer projeto de automação, implementação ou desenvolvimento de um novo negócio. 

Ou seja, é necessário entender qual é a necessidade e o objetivo, para depois disso fazer todo o planejamento, identificando as ferramentas a serem utilizadas até chegar na implementação das mesmas. 

Após isso, é importante o monitoramento contínuo de forma a manter o processo de hiperautomação sempre atualizado e com a máxima otimização.

Quer saber mais sobre o tema? Então confira no canal da Futurecom qual é a relação entre a conectividade e a hiperautomação.