Por: Júlia Bertazzi*
Inventado por volta de 1948 por Dennis Gabor, o holograma impressionava os visitantes das feiras de ciências no início dos anos 2000 e a tecnologia representa a criação de imagens 3D (de objetos ou cenas) a partir do controle de interações entre ondas de luz.
Esta tecnologia possui diversas aplicações possíveis, e uma que chamou especial atenção foi o Circo alemão Roncalli, que com o apoio de projetores substituíram animais reais como elefantes, macacos e outros, que faziam parte de seu show por projeções 3D.
O entretenimento parece ser a área mais óbvia de aplicação de hologramas devido a enorme gama de possibilidades de interação com o público. No entanto as oportunidades não param por aí. Os hologramas também podem ser utilizados em marketing e propaganda, para projetar produtos, games e cenas de filmes e animações com possibilidades para interação do público e imersão virtual.
Na medicina, ele pode ser utilizado para aperfeiçoar o processo de exames médicos, e de diagnóstico para a identificação de problemas com órgãos muito complexos, como o coração, onde anomalias podem passar despercebidas por exames tradicionais, visto que o médico pode ter uma noção da profundidade de uma ferida, dos contornos de uma inflamação ou da extensão de uma fratura.
Mapas detalhados em 3D também podem ser desenvolvidos para aplicações militares e de segurança, na projeção de imagens detalhadas de terrenos a serem explorados. No campo da segurança, a tecnologia pode ser utilizada como um sistema antifraude, para proteger documentos importantes, como carteiras de identidade, cédulas de dinheiro e passaportes, nessa aplicação, o holograma pode mostrar diferentes formas e/ou cores dependendo do ângulo de visão, dificultando a falsificação desses documentos.
E não menos importante, os hologramas podem ser utilizados para treinamento. O SENAI, por exemplo, desenvolveu, em parceria com a CNI, o aplicativo HoloSENAI, para facilitar as aulas práticas de cursos técnicos. Por meio dessa aplicação, é possível interagir com um motor elétrico, por exemplo, como se estivesse no mundo real. E é claro, que o treinamento pode ser direcionado para todas as outras áreas que envolvam a interação e aprendizado prático. Nesse caso, as oportunidades para as indústrias, dentro do conceito de Industria 4.0 e treinamentos dos operadores e funcionários é extensa.
E novidades vem por aí. Recentemente, cientistas desenvolveram um sistema de hologramas que pode ser “tocado” artificialmente. Alem da imagem tridimensional, jatos de ar precisamente controlados são combinados com gráficos gerados por computador para criar a sensação de toque nos dedos, mãos e pulsos das pessoas. E eles pretendem ir além, com o desenvolvimento de novos recursos, como a alteração da temperatura dos jatos de ar para permitir que os usuários sintam superfícies quentes ou frias e a adição de aromas.
Quer conhecer mais? Discussões inovadoras e tendências atuais do mundo da engenheira, como a abordada neste artigo, são comumente discutidas na VDI-Brasil, Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha, reconhecida como a maior associação técnico científica da Europa. Entre em contato e saiba mais: [email protected].
*Júlia de Andrade Bertazzi é engenheira e Gerente de Projetos na Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha.